Os espaços sócio-ocupacionais do assistente social
"As alterações verificadas nos espaços ocupacionais do assistente social têm raízes
nesses processos sociais, historicamente datados, expressando tanto a dinâmica da
acumulação, sob a prevalência de interesses rentistas, quanto a composição do poder
político e a correlação de forças no seu âmbito, capturando os Estado Nacionais, com
resultados regressivos no âmbito da conquista e usufruto dos direitos para o universo dos
trabalhadores. Mas os espaços ocupacionais refratam ainda as particulares condições e
relações de trabalho prevalentes na sociedade brasileira nesses tempos de profunda
alteração da base técnica da produção com a informática, a biotecnologia, a robótica e
outras inovações tecnológicas e organizacionais, que potenciam a produtividade e a
intensificação do trabalho. É esse solo histórico movente que atribui novos contornos ao
mercado profissional de trabalho, diversificando os espaços ocupacionais e fazendo emergir
inéditas requisições e demandas a esse profissional, novas habilidades, competências e
atribuições. Mas ele impõe também específicas exigências de capacitação acadêmica que
permitam atribuir transparências às brumas ideológicas que encobrem os processos sociais
e alimentem um direcionamento ético-político e técnico ao trabalho do assistente social
capaz de impulsionar o fortalecimento da luta contra-hegemônica comprometida com o
universo do trabalho."
http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/FH41e7O0eM1MvI8g3552.pdf
Resposta do professor
O mercado de trabalho assim como os espaços em que os assistente sociais atuam sofre alterações devido às transformações ocorridas no âmbito da produção e na esfera do Estado. Assim, na dinâmica atual do capitalismo em que se tem uma flexibilização do processo produtivo e da gestão da força de trabalho e a instauração dos processos de contrarreforma do Estado, visando a minimização e extinção de direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores, teremos então impactos em todos os espaços ocupacionais bem como em todas as categorias profissionais. Deste modo, a flexibilização das relações de trabalho, a implementação de novos meios que intensificam a exploração do trabalhador, a regulação da terceirização, dos part-time, o rebaixamento dos salários, o desemprego estrutural, afetam em igual medida os assistentes sociais, precarizando suas condições e relações de trabalho. Além de que, a radicalização das expressões da questão social diante desse novo contexto trará ainda mais e novas demandas ao assistente social, que possui a questão social como seu objeto de trabalho. Outro fator importante que deve ser considerado é o desfinanciamento das políticas sociais, lócus de trabalho privilegiado desse profissional, resultando tanto na precarização desses espaços quanto no fechamento de postos de trabalho para essa categoria e para outras que também atuam junto a política social, como psicólogos, pedagogos, advogados, etc. Em resumo, os processo sociais e as mutações no interior do capitalismo que buscam recuperar suas taxas de super lucros incidem diretamente sobre os espaços ocupacionais de toda a classe trabalhadora, dentro da qual encontram-se os assistentes sociais, posto que são também trabalhadores assalariados. Assim sendo, o avanço da agenda neoliberal no Brasil acarretou consequências catastróficas para os trabalhadores, observando que sempre tivemos formas precárias de trabalho que nunca foram superadas e que a partir desse momento passam a ser acentuadas.
RESPOSTA: A