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ID
1593451
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
EBSERH
Ano
2015
Provas
Disciplina
Farmácia
Assuntos

A toxicidade dos inseticidas organosfoforados está na capacidade de ligarem-se de forma irreversível à enzima acetilcolinesterase e impedir seu papel fisiológico de metabolizar a acetilcolina, causando os graves sintomas do excesso deste neurotransmissor no organismo humano. Os tratamentos destas intoxicações acontecem exclusivamente em hospitais e consistem normalmente na administração de medicamentos por vários dias (ex. atropina), que bloqueiam a ação da acetilcolina nos receptores colinérgicos. Quanto aos receptores colinérgicos envolvidos no tratamento, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Fadiga e fraqueza generalizada, contrações involuntárias, fasciculações dispersas e, por último, fraqueza intensa e paralisia são manifestações das ações nicotínicas nas junções neuromusculares do músculo esquelético. A paralisia dos músculos respiratórios é a consequência mais grave.
     

  • A principal ação tóxica desta família de compostos é a inibição da colinesterase.A acetilcolinesterase está envolvida na interrupção da transmissão do impulso, através de hidrólise rápida do neurotransmissor acetilcolina em numerosas vias colinérgicas, nos sistemas nervosos central e periférico. A inativação da enzima, induzida pelos seus inibidores, conduz à acumulação de acetilcolina, hiperestimulação dos receptores nicotínicos e muscarínicos, e interrupção da neurotransimssão. Assim, uma intoxicação por inibidores da acetilcolinesterase vai apresentar-se com sintomas nicotínicos, muscarínicos e do sistema nervoso central.

    Uma vez que a acetilcolinesterase é inibida pelos organofosforados, ocorre uma acumulação de acetilcolina nas sinapses muscarínicas e nicotínicas, sendo este acontecimento o causador dos sintomas observados na intoxicação por estes compostos.

    As ameaças à via respiratória incluem a sialorreia, a emese com aspiração, broncorreia, bronco espasmo, edema pulmonar, convulsões, depressão do SNC, fraqueza muscular ou paralisia. Nestes casos, deve ser iniciada atropinização rápida mesmo antes da oxigenoterapia, já que esta pode não ser eficaz enquanto as secreções não estiverem controladas

    A terapia farmacológica divide-se em três classes baseadas no mecanismo de ação terapêutica: os agentes antimuscarínicos, a terapia com oxima, e o controlo das convulsões com benzodiazepinas

    A atropina é um inibidor competitivo dos recetores muscarínicos, tanto no sistema nervoso central como no sistema nervoso periférico. É de notar que a atropina não tem efeito sobre os recetores nicotínicos, não atenuando os sintomas causados por estimulação nicotínica. A atropina é um fármaco que está geralmente disponível nos centros hospitalares, é facilmente titulável e tem rápido início de ação. Está indicada para reverter a clínica resultante da toxicidade muscarínica, nomeadamente as dificuldades respiratórias causadas pela broncorreia, bronco espasmo e edema pulmonar.

    A terapia precoce com oxima tem como principal objetivo reverter os efeitos nicotínicos e a fraqueza/paralisia muscular.

    As benzodiazepinas devem ser usadas precocemente para diminuir a atividade convulsiva.

  • RECEPTORES ADRENÉRGICOS

    alfa 1 = músculos liso vascular, genito-urinário e intestinal, coração, fígado

    alfa 2 = pâncreas, plaquetas, nervos

    beta 1 = coração, glândulas supra-renais

    beta 2 = músculo liso, fígado

    beta 3 = tecido adiposo

    .

    RECEPTORES COLINÉRGICOS (M=muscarínico e N=nicotínico)

    M1 = entérico, neuronal

    M2 = cardíaco

    M3 = glandular, vascular

    M4 e M5 = SNC

    Nn = gânglios, medula supra-renal

    Nm= músculo esquelético

    .

    Gabarito: C