4. Quarta Reunião de Cúpula das Américas – novembro de 2005, Mar del Plata, Argentina.
A apresentação da Alca começou formalmente em dezembro de 1994, na Cúpula das Américas em Miami. Na ocasião, 34 países assinaram uma carta de intenções visando à criação de uma área de livre comércio que comportaria uma população de cerca de 830 milhões de habitantes e um PIB estimado em US$ 13 trilhões.
Em abril de 2001, na Cúpula das Américas em Quebec (Canadá), ficou mantido o calendário original: negociações até o final de 2004, ratificação do acordo pelos parlamentos em 2005 e implantação a partir de 2006.
Mas, na Cúpula de Miami em 2003, desentendimentos entre EUA e Brasil resultaram na aprovação de regras mais flexíveis para as futuras negociações. A nova versão da Alca autorizava cada país a negociar à parte acordos bilaterais sobre a liberalização de mercado.
Frustrado o projeto de uma Alca que abarcasse a totalidade das nações do continente, a Casa Branca apostou suas fichas na criação de blocos regionais. Dessa estratégia surgiu o Acordo de Livre Comércio da América Central e República Dominicana (Cafta-RD). O novo bloco comercial que conta com a participação dos EUA, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Honduras, Guatemala e República Dominicana entrará em vigor a partir de 2006.
Brasil e Argentina defenderam na Cúpula das Américas de Mar Del Plata que é inoportuna a discussão sobre a Alca. Pelo visto, continuam convencidos de que a melhor alternativa é o fortalecimento do Mercosul.
O Processo de Cúpulas inscreve-se no espírito de reuniões interamericanas inaugurado, ainda em fins do século XIX, com a realização da Primeira Conferência Internacional Americana, que levou ao Escritório Comercial das Repúblicas Americanas, e, posteriormente, da União Panamericana e da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 1948.
As profundas transformações políticas e econômicas ocorridas no mundo desde o fim da Segunda Grande Guerra tiveram reflexos importantes no diálogo interamericano. Após o fim da Guerra Fria, o Governo dos EUA propôs a realização, em Miami, em 1994, de reunião de Chefes de Estado e de Governo das Américas, com o objetivo de reorganizar as relações interamericanas, a partir da definição de nova agenda, com conteúdo e mecanismos adequados às novas condições do cenário mundial e regional.
As Cúpulas das Américas reúnem, desde 1994, Chefes de Estado e de Governo dos países americanos para discutir temas de relevância para o continente, buscar a definição de políticas comuns para seu encaminhamento e delinear uma visão compartilhada para a região nas áreas econômica, social e política.
Na Cúpula de Miami, foi definida a realização de reuniões periódicas, onde seriam definidas e atualizadas as orientações fundamentais de uma Agenda para as Américas, edificada com base em Planos de Ação a serem negociados a cada reunião.