Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram
sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos grupos
no mundo mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e
acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na sua
organização política. No tempo de Heródoto, e muito antes
dele, encontravam-se colônias gregas não somente em toda
a extensão da Grécia atual, como também no litoral do Mar
Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e na
Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral
mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns
2500 km de comprimento, encontravam-se centenas e
centenas de comunidades que amiúde diferiam na sua
estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania.
Nem então nem em nenhuma outra altura, no mundo
antigo, houve uma nação, um território nacional único
regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia
(ou um sinônimo de Grécia).
M. I. Finley. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial
Presença, 1972. Adaptado.
Com base no texto, pode-se apontar corretamente