SóProvas


ID
161641
Banca
FCC
Órgão
MPE-RS
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

Quando me perguntam

Quando me perguntam por que não aderi a essa história
de "estória", respondo (e não evasivamente) que é simplesmente
porque, para mim, tudo é verdade mesmo. Acredito em tudo.
Acreditar no que se lê é a única justificativa do que está escrito.
Ai do autor que não der essa impressão de verdade! Que é uma
história? É um fato - real ou imaginário - narrado por alguém. O
contador de histórias não é um contador de lorotas. Ou, para
bem frisar a diferença, o contador de histórias não é um contador
de estórias. E depois, por que hei de escrever "estória" se
eu nunca pronunciei a palavra desse modo? Não sou tão analfabeto
assim. Parece incrível que talvez a única sugestão infeliz
do mestre João Ribeiro tenha pegado por isso mesmo ... Também
um dia parece que Eça de Queirós se distraiu e o Conselheiro
Acácio, por vingança, lhe soprou esta frase pomposa:
"Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia."
Tanto bastou para que lhe erguessem um monumento, com a
citada frase perpetuada em bronze! Pobre Eça ...
O mundo é assim.
(Mario Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
2005, p. 242)


Texto II


Encontra-se registrado no Dicionário Aurélio, p. 839 e 1055,
respectivamente, o seguinte:
estória - s.f. V. história. [Recomenda-se apenas a grafia
história, tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de
narrativa de ficção, conto popular, e demais acepções.]
história - S.f. 1. narração metódica dos fatos notáveis ocorridos
na vida dos povos, em particular, e na vida da humanidade, em
geral. 2. Conjunto de conhecimentos adquiridos através da tradição
e/ou por meio de documentos, relativos à evolução, ao
passado da humanidade. 3. Ciência e método que permitem
adquirir e transmitir aqueles conhecimentos. 4. O conjunto das
obras referentes à história. 5. Conjunto de conhecimentos relativos
a esta ciência, ou que têm implicações com ela, ministrados
nas respectivas faculdades. 6. Tratado ou compêndio de história.
7. Exemplar de um desses tratados ou compêndios. 8. Estudo
das origens e processos de uma arte, de uma ciência ou
de um ramo de conhecimento. 9. Narração de acontecimentos,
de ações, em geral cronologicamente dispostos. 10. Narração
de fatos, acontecimentos ou particularidades relativas a um determinado
assunto. 11. Conto, narração, narrativa. 12. Enredo,
trama, fábula. 13. Patranha, lorota, peta, conto. 14. Complicação,
amolação, chateação. 15. Luxo, melindre, dengue, complicação.
16. Relação amorosa, caso, aventura. 17. Coisa, objeto,
negócio, troço.


Texto III


Lê-se no Dicionário Houaiss, p. 1259:

estória - s.f. 1. ant.m.q. HISTÓRIA. 2. (1912) narrativa de
cunho popular e tradicional; história. ETIM. ingl. story (s XIIIXV)
narrativa em prosa ou verso , fictícia ou não, com o objetivo
de divertir e/ou instruir o ouvinte ou o leitor, do anglo-francês
estorie, do fr. ant. estoire e, este, do lat. historia, ae, f. dvg. de
história, adotada pelo conde de Sabugosa com o sentido de
narrativa de ficção, segundo informa J.A.Carvalho em seu livro
Discurso & Narração.

As questões de números 41 a 49 baseiam-se no
Texto I.

A forma verbal que deveria ter sido corretamente empregada no plural está grifada na frase:

Alternativas
Comentários
  • e) Muitos autores divergem quando entra em discussão essas questões sobre emprego de certas palavras.

    Essas questões sobre emprego de certas palavras ENTRAM em discussão.(o sujeito concorda com o verbo)
  • O verbo tem que concordas com o núcleo do sujeito.a) o EMPREGO de algumas palavras não PARECE...b) o POETA e por vezes cronista DISCORDA...c) o USO de determinadas palavras PODE...d) a COMPLEXIDADE PERMITIU...e) essas QUESTÕES ENTRAM em discussão.
  • BREVE REVISÃO GERAL <<----------Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.Ex.: Nós vamos ao cinema.O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram. Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão. O sujeito é um pronome de tratamento- o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncioO sujeito é o pronome relativo quem- o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome.Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de ..., quantos de ..., etc.- o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?
  • É por isso que eu digo, a FCC é a mãe da Língua Portuguesa. Esta questão é mera questão de lógica. Procuremos onde deveria estar o tal verbo no plural:Alternativa A: “ O emprego.... não parece ...” Verbo totalmente correto no singular, alternativa errada.Alternativa B:” Mário Quintana discorda” Terceira pessoa do singularíssimo. :)Alternativa C: “ ... o uso...pode dar margem”. Singular óbvio.Alternativa D: “A complexidade....sempre permitiu...” Singular novamente.Alternativa E: “Muitos autores... entram” e não entra, esta é a alternativa correta.
  • É, sobretudo, uma questão de interpretação!

    "A forma verbal que deveria ter sido corretamente empregada no plural está grifada na frase" OU SEJA: Qual das alternativas está incorreta.

  • Questão de mera interpretação de Texto !!!