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ID
161701
Banca
FCC
Órgão
TRF - 5ª REGIÃO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Num encontro pela liberdade de opinião

Vimos aqui hoje para defender a liberdade de opinião
assegurada pela Constituição dos Estados Unidos e também
em defesa da liberdade de ensino. Por isso mesmo, queremos
chamar a atenção dos trabalhadores intelectuais para o grande
perigo que ameaça essa liberdade.

Como é possível uma coisa dessas? Por que o perigo é
mais ameaçador que em anos passados? A centralização da
produção acarretou uma concentração do capital produtivo nas
mãos de um número relativamente pequeno de cidadãos do
país. Esse pequeno grupo exerce um domínio esmagador sobre
as instituições dedicadas à educação de nossa juventude, bem
como sobre os grandes jornais dos Estados Unidos. Ao mesmo
tempo, goza de enorme influência sobre o governo. Por si só,
isso já é suficiente para constituir uma séria ameaça à liberdade
intelectual da nação. Mas ainda há o fato de que esse processo
de concentração econômica deu origem a um problema anteriormente
desconhecido - o desemprego de parte dos que estão
aptos a trabalhar. O governo federal está empenhado em
resolver esse problema, mediante o controle sistemático dos
processos econômicos - isto é, por uma limitação da chamada
livre interação das forças econômicas fundamentais da oferta e
da procura.

Mas as circunstâncias são mais fortes que o homem. A
minoria econômica dominante, até hoje autônoma e desobrigada
de prestar contas a quem quer que seja, colocou-se em
oposição a essa limitação de sua liberdade de agir, exigida para
o bem de todo o povo. Para se defender, essa minoria está
recorrendo a todos os métodos legais conhecidos a seu dispor.
Não deve nos surpreender, pois, que ela esteja usando sua
influência preponderante nas escolas e na imprensa para
impedir que a juventude seja esclarecida sobre esse problema,
tão vital para o desenvolvimento da vida neste país.
Não preciso insistir no argumento de que a liberdade de
ensino e de opinião, nos livros ou na imprensa, é a base do
desenvolvimento estável e natural de qualquer povo. Possamos
todos nós, portanto, somar as nossas forças. Vamos manternos
intelectualmente em guarda, para que um dia não se diga
da elite intelectual deste país: timidamente e sem nenhuma
resistência, eles abriram mão da herança que lhes fora
transmitida por seus antepassados - uma herança de que não
foram merecedores.

(Albert Einstein, Escritos da maturidade. Conferência pronunciada
em 1936)

Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase:

Alternativas
Comentários
  • c) Os direitos EM CUJA defesa devemos nos empenhar são os mesmos PELOS QUAIS quais os acumuladores de capital demonstram desprezo. O uso dos pronomes relativos obedece as regências dos verbos:Devemos nos EMPENHAR (EM)Demonstrar DESPREZO (POR) - A combinação da preposição Por + o = PELOS
  • c) Os direitos em cuja defesa devemos nos empenhar são os mesmos pelos quais os acumuladores de capital demonstram desprezo. CORRETA


    a) As pessoas com quem devemos prestar contas são aquelas cujos direitos os setores dominantes não costumam dar atenção.
    A QUEM

    b) Nem sempre conseguem os homens sobrepor-se diante de suas circunstâncias ou redimir-se perante seus fracassos.
    ACIMA / DE

    d) O alerta de Einstein de que nos mantenhamos em guarda é, de fato, um imperativo moral do qual não podemos deixar de atender.
    PARA QUE / AO QUAL

    e) Os métodos legais de cujos se valem os detentores do poder econômico reforçam a má distribuição de renda em que os trabalhadores são vítimas.
    DOS QUAIS / DE QUE

  • b) Nem sempre conseguem os homens sobrepor-se diante de suas circunstâncias ou redimir-se perante seus fracassos.

    SOBREPOR - exige preposição A.

    ex.: A individualidade sobrepõe-se À nacionalidade.
  • Devemos nos empenhar em alguma coisa. | demonstram desprezo por alguma coisa.

  • Essa B foi pra matar, se a C não tivesse tão clara, tinha rodado legal!

  • a) a quem (prestar contas a alguém) / Cujos (correto)

    b) acima (sobrepor-se acima de algo / de (redimir-se de algo)

    c) CORRETA

    d) para que (alerta para algo) / ao qual (atender a algo)

    e) dos quais (se valem de algo) / de que (são vítimas de algo)

  • Natanael,

    O pronome relativo "que" só pode ser antecedido por preposição monossilábica. Logo sua colocação referente a letra "d" está equivocada.

  • c-

    "cujo" é um pronome possessivo que modifica sintagma nominal que vem apos ele, ou seja, concorda com o substantivo apos ele. Verbo empenhar é transitivo indireto e portanto exige preposiçao em.

  • Correta, C

    Trata-se de regência.

    Os direitos em cuja defesa devemos nos empenhar são os mesmos pelos quais os acumuladores de capital demonstram desprezo.

    EMPENHAR = quem se empenha, se empenha EM algo.

    DESPREZO = ter desprezo POR algo ou POR alguém.

    Ademais, o elemento "cuja" foi empregado corretamente, pois refere-se ao antecedente e concorda com o subsequente, dando ideia de posse.