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ID
162031
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
DPU
Ano
2010
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Afirmo que, por meio da poderosa influência do novo sistema de comunicação, mediado por interesses sociais, políticas governamentais e estratégias de negócios, está surgindo uma nova cultura: a cultura da virtualidade real.

Manuel Castells. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2008 (com adaptações).

Com relação ao conceito de cultura da virtualidade real, de Castells, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • "Um estilo de cultura que reflete um pouco essa mudança memorável por meio de uma arte superficial, descentrada, infundada, auto-reflexiva, divertida, caudatária, eclética e pluralista, que obscurece as fronteiras entre a cultura elitista e a cultura popular , bem como arte e a experiência cotidiana."  (EAGLETON, 1998, p.7).
    Para Castells, essa é a cultura da virtualidade real, cultura formada por processos de comunicação digital onde o domínio está na diversidade, na construção de um novo ambiente simbólico onde: todas as expressões culturais, da pior à melhor, da mais elitista à mais popular, vêm juntas nesse universo digital que liga, em um supertexto histórico gigantesco, as manifestações passadas, presentes e futuras da mente comunicativa.

  • Em sua formulação teórica intitulada "cultura da virtualidade real" Castells ressalta que uma vez sendo a comunicação baseada em sinais, não há separação entre "realidade" e representação simbólica. 
  • A cultura da virtualidade real

    O autor usa até da definição do dicionário das palavras real e virtual pra mostrar que na verdade não existe muita diferença entre real e virtual e a influencia de um sobre o outro e um verdadeiro binômio tal que a televisão e a nossa realidade. O que caracteriza o novo sistema de comunicação, baseado na integração em rede digitalizada de múltiplos modos de comunicação, e sua capacidade de inclusão e abrangência de todas as expressões culturais. O novo sistema de comunicação transforma radicalmente o espaço e o tempo, as dimensões fundamentais da vida humana. Localidades ficam despojadas de seu sentido cultural, histórico e geográfico e reintegram-se em redes funcionais ou em colagens de imagens, ocasionando um espaço de fluxos que substitui o espaço de lugares. O tempo e apagado no novo sistema de comunicação já que passado, presente e futuro podem ser programados para interagir entre si na mesma mensagem. O espaço de fluxos e o tempo intemporal são as bases principais de uma nova cultura, que transcende e inclui a diversidade dos sistemas de representação historicamente transmitidos: a cultura da virtualidade real, aonde o faz-de-conta vai se tornando realidade. 



    http://www.ufrgs.br/cedcis/arquivos_ladcis/informatica-sociedade/livros_e_referencias/resumos/sociedade_rede/cap_5_-_ederson_frozi.pdf
  • A realidade é inteiramente captada, totalmente imersa em uma composição de imagens virtuais no mundo do faz-de-conta. Nele, as aparências não apenas se encontram na tela comunicadora da experiência, mas se transformam na experiência.  

    " A realidade é inteiramente captada "-ISTO É DE UMA IGNORÂNCIA FILOSÓFICA PROFUNDA.REALIDADE NÃO SE CONFUNDE COM SIMULACRO DE REALIDADE OU COM SUA REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA,QUEM CONFUNDE,POR EXEMPLO,A PALAVRA "CADEIRA",QUE SENDO LINGUAGUEM É REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA,COM UMA CADEIRA DE VERDADE ? OU UMA FOTO COM A REALIDADE? O CONCEITO DE REALIDADE ENGLOBA A MULTIPLICIDADE DA EXISTÊNCIA REAL DOS ENTES,NÃO PODENDO SER A REALIDADE "inteiramente captada ",POIS A REALIDADE SEMPRE SERÁ MAIS COMPLEXA DO QUE A SUA REPRESENTAÇÃO.
    ESTE ERRO,DENTRE MUITOS OUTROS, É RESULTADO DAS "FILOSOFIAS" DA MODERNIDADE QUE NEGAM OU RELATIVIZAM A VERDADE OBJETIVA,CAINDO NUM PARADOXO,SE NÃO EXISTE VERDADE,A AFIRMAÇÃO DE QUE NÃO EXISTE VERDADE, É MENTIRA OU É VERDADE? SENDO VERDADE QUE NÃO EXISTE A VERDADE ,ENTÃO HÁ UMA CONTRADIÇÃO NA PRÓPRIA AFIRMAÇÃO,POIS DIZ QUE NÃO EXISTE A VERDADE,MAS QUER SE AFIRMAR COMO UMA SENTENÇA VERDADEIRA,LOGO O ABSURDO É MANIFESTO:não há a verdade,mas a minha afirmação é verdadeira.A contradição dos termos mostra a confusão epistemológica e mental de negar ou de relativizar a realidade.
    OUTRA:ESTÃO ATRIBUINDO AO UNIVERSO VIRTUAL UMA HOMOGENIDADE E UMA FUNÇÃO COMUM ÀS ARTES E AO ENTRETENIMENTO,QUE É A DE VIVENCIAR UMA REPRESENTAÇÃO COMO SE FOSSE REALIDADE.ISTO QUALQUER LEITOR DE ROMANCE OU ESPECTADOR DE FILME FAZ.NÃO É ATRIBUTO EXCLUSIVO DO MUNDO VIRTUAL,etc,etc,
  • Castells denomina de “cultura da virtualidade real” a ligação entre o real e o virtual

    Durante toda a história da humanidade, existiram representações no campo das ideias. Essa realidade pode ser considerada virtual, uma vez que não existe, ou seja, não se concretizou. 

    Porém, com as mídias digitais, o mundo concreto passou a ser representado virtualmente.

    Castells e Pierre Lévy se complementam quando consideramos o que é o “virtual” numa sociedade em rede: não existe oposição entre virtual e real, são praticamente sinônimos.

    Ao invés de termos uma “realidade virtual” temos, segundo Castells, uma “virtualidade real”.

    Não precisamos que os filmes ficção científica se tornem realidade, precisamos apenas de uma das várias telas disponíveis ao nosso redor: o mundo “real” pode ser acessado de vários lugares

  • A questão é tratada nas seguintes páginas do livro A Sociedade em Rede de Manuel Castells:

    Afirmo que, por meio da poderosa influência do novo sistema de comunicação, mediado por interesses sociais, políticas governamentais e estratégias de negócios, está surgindo uma nova cultura: a cultura da virtualidade real, cujo conteúdo, dinâmica e importância serão apresentados e analisados nas páginas seguintes. (p. 415)

    Então o que é um sistema de comunicação que, ao contrário da experiência histórica anterior, gera virtualidade real? É um sistema que a própria realidade (ou seja, a experiência simbólica/material das pessoas) é inteiramente captada, totalmente imersa em uma composição de imagens virtuais no mundo do faz de conta, no qual as aparências não apenas se encontram na tela comunicadora da experiência, mas se transformam na experiência. (p. 459)