Para Giddens, a sexualidade plástica é a consequência da eficiência dos contracetivos, da independência económica e social das mulheres que também libertou os homens das restrições inerentes às expectativas tradicionais dos géneros. Posto isto, a sexualidade plástica molda-se consoante as necessidades e os desejos eróticos individuais. Pode igualmente servir como marcador da identidade individual e/ou como o meio através do qual se podem elaborar exigências sexuais radicais: obviamente, as consequências da maior flexibilização do sexo resultam na ênfase no prazer, e na dissociação do sexo à reprodução.
A asserção-chave de Giddens sobre a sexualidade plástica consiste na defesa desta como sendo uma sexualidade autónoma. É uma potencialidade emancipatória, quer dizer, uma potencialidade que é igualmente representativa no desenvolvimento paralelo da “relação pura”. Isto resulta na conceptualização do protótipo pós-moderno de uma nova forma de intimidade. É “pura” uma vez que é sujeita primariamente às necessidades dos indivíduos envolvidos, e é definida por estas necessidades, durando o tempo metafórico da chama acesa; não é uma exclusividade de casados e heterossexuais, dado que os gays disfrutam do mesmo fenómeno. A correlação entre a sexualidade plástica e a relação pura é, argumenta Giddens, em parte causal. Através de tais relações puras, os desníveis no plano do género podem ser neutralizados, uma vez que a ênfase é colocada na paridade erótica e na igualdade do envolvimento. O lugar da sexualidade plástica em tal relação é central, uma vez que sublinha a importância dos direitos eróticos e dos elos íntimos entre expressões eróticas e identidade individual.