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ID
16210
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRE-AL
Ano
2004
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I - itens de 1 a 20
Apostando na leitura
1 Se a chamada leitura do mundo se aprende por aí, na tal escola da vida, a leitura de livros carece de aprendizado mais
regular, que geralmente acontece na escola. Mas leitura, quer do mundo, quer de livros, só se aprende e se vivencia, de forma
plena, coletivamente, em troca contínua de experiências com os outros. É nesse intercâmbio de leituras que se refinam, se
4 reajustam e se redimensionam hipóteses de significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dos outros, do mundo
e de nós mesmos. Da proibição de certos livros (cuja posse poderia ser punida com a fogueira) ao prestígio da Bíblia, sobre a qual
juram as testemunhas em júris de filmes norte-americanos, o livro, símbolo da leitura, ocupa lugar importante em nossa sociedade.
7 Foi o texto escrito, mais que o desenho, a oralidade ou o gesto, que o mundo ocidental elegeu como linguagem que cimenta a
cidadania, a sensibilidade, o imaginário. É ao texto escrito que se confiam as produções de ponta da ciência e da filosofia; é ele
que regula os direitos de um cidadão para com os outros, de todos para com o Estado e vice-versa. Pois a cidadania plena, em
10 sociedades como a nossa, só é possível - se e quando ela é possível - para leitores. Por isso, a escola é direito de todos e dever
do Estado: uma escola competente, como precisam ser os leitores que ela precisa formar. Daí, talvez, o susto com que se observa
qualquer declínio na prática de leitura, principalmente dos jovens, observação imediatamente transformada em diagnóstico de
13 uma crise da leitura, geralmente encarada como anúncio do apocalipse, da derrocada da cultura e da civilização. Que os jovens
não gostem de ler, que lêem mal ou lêem pouco é um refrão antigo, que de salas de professores e congressos de educação ressoa
pelo país afora. Em tempo de vestibular, o susto é transportado para a imprensa e, ao começo de cada ano letivo, a terapêutica
16 parece chegar à escola, na oferta de coleções de livros infantis, juvenis e paradidáticos, que apregoam vender, com a história que
contam, o gosto pela leitura. Talvez, assim, pacifique corações saber que desde sempre - isto é, desde que se inventaram livros
e alunos - se reclama da leitura dos jovens, do declínio do bom gosto, da bancarrota das belas letras! Basta dizer que Quintiliano,
19 mestre-escola romano, acrescentou a seu livro uma pequena antologia de textos literários, para garantir um mínimo de leitura aos
estudantes de retórica. No século I da era cristã! Estamos, portanto, em boa companhia. E temos, de troco, uma boa sugestão: se
cada leitor preocupado com a leitura do próximo, sobretudo leitores-professores, montar sua própria biblioteca e sua antologia
22 e contagiar por elas outros leitores, sobretudo leitores-alunos, por certo a prática de leitura na comunidade representada por tal
círculo de pessoas terá um sentido mais vivo. E a vida será melhor, iluminada pela leitura solidária de histórias, de contos, de
poemas, de romances, de crônicas e do que mais falar a nossos corações de leitores que, em tarefa de amor e paciência, apostam
25 no aprendizado social da leitura.

Marisa Lajolo. Folha de S. Paulo, 19/9/1993 (com adaptações).

A partir da análise do emprego das classes de palavras e da
sintaxe das orações e dos períodos do texto I, julgue os itens que
se seguem.

O substantivo "compreensão" (l.4) está determinado por
quatro adjuntos preposicionados: de nós próprios, dos
outros, do mundo e do que os outros fazem do mundo.

Alternativas
Comentários
  • "...a nossa compreensão dos outros, do mundo
    e de nós mesmos."

    A nossa compreensão é em relação às expressões: "dos outros", "do mundo" e "de nós mesmos".

    E não à "do que os outros fazem do mundo" como sugere a questão.

    Abraço.
  • Questão Errada.Leia-se adjuntos preposicionados, na questão, como complemento nominal e não como adjunto adnominal. Senão, vejamos:Diferenças entre Complemento Nominal e Adjunto AdnominalCOMPLEMENTO NOMINAL:- Sempre preposicionado- Completa substantivo abstrato, adjetivo ou advérbip- TEM VALOR PASSIVO: é o alvo da ação ou elemento possuídoEx: O medo "das enchentes" deixa o carioca apavorado.A enchente tem medo ou tem-se medo da enchente ? Como "de enchente" é alvo da ação, temos aqui COMPLEMENTO NOMINAL."(...)a nossa compreensão dos outros(...)" Os outros é que compreendem ou nós é que compreendemos os outros ? Portanto, complemento nominal.ADJUNTO ADNOMINAL:- Pode ou não estar preposicionado (locução adjetiva)- Determina nome: substantivo abstrato o concreto- TEM VALOR ATIVO: é o executor da ação ou elemento possuídor. (para não esquecer, associe sempre valor "A"tivo com "A"djunto Adnominal.ex: O medo "do povo" carioca é que volte a chover forte. O povo carioca é quem tem medo ? Sim, portanto é ele o executor da ação. Adjunto Adnominal.Na questão, são complementos nominais: dos outros, do mundo, de nós mesmos.
  • errado

    compreensão dos outros não é adjunto, e sim complemento nominal. Poderia ate ser adjunto adnominal se compreensão pertencesse aos outros (a compreensao dos outros é boa), mas pelo contexto é compreensão em relação aos outros.

  • Não é adjunto é CNominal

  • SÃO COMPLEMENTOS NOMINAIS E NÃO ADJ ADNOMINAIS

  • Além de ser introduzido por "DE", é precedido por um substantivo ABSTRATO - "compreensão" . Logo, é CN e não AA.

  • Lembrando que adjunto adnominal,assim como complemento nominal, pode vir acompanhando de preposição DE e se relaciona com SUBSTANTIVO ABSTRATO, portanto, deve se analisar todo o contexto da oração. Identificar o substantivo abstrato e uma preposição DE não é suficiente pra dizer que se trata de complemento nominal.

    Algumas distinções:

    adjunto adnominal:

    -pode ou não ter preposição;

    -pode indicar posse;

    -tem valor ativo (que pratica a ação);

    -completa o sentido de substantivos concretos ou abstratos.

    complemento nominal:

    -tem preposição;

    -nunca é indicativo de posse;

    -tem valor passivo (que sofre a ação);

    -completa o sentido de adjetivos, advérbios e substantivos abstratos.

    Fonte:

  • ERRADO

     É nesse intercâmbio de leituras que se refinam, se reajustam e se redimensionam hipóteses de significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dos outros, do mundo...

    COMplemento nominal = COM preposição

    --> Se liga apenas a substantivos abstratos, advérbios e adjetivos.

    ---->"TODO ATO É UM SUBSTANTIVO ABSTRATO" Professor Alexandre soares

    => Quem tem compreensão, tem compreensão de alguma coisa .

    => Complemento Nominal = PaCieNte

  • ''ampliando constantemente a nossa compreensão dos outros..''

    nossa compreensão amplia ou é ampliada ?

    nossa compreensão é ampliada!! se é paciente CN