Considere as afirmativas abaixo sobre a ética
discursiva de Jürgen Habermas.
I. Habermas reconhece que a ética está
inexoravelmente determinada pela
impossibilidade de fundamentação do agir
moral: não há critérios absolutos, os juízos
morais possuem um caráter histórico e social
incontornável. Cabe à ética discursiva admitir o
relativismo de toda verdade moral e renunciar
ao alcance de normas universais.
II. Diante da pluralidade de perspectivas que
orientam a ação moral, Habermas afirma que
os juízos morais devem necessariamente
expressar atitudes e preferências de cada
integrante do diálogo. Por conseguinte, em face
do relativismo, a ética discursiva abandona
qualquer intenção formalista, concedendo
centralidade às decisões particulares e/ou aos
contextos.
III. Buscando renovar as pretensões universalistas
da ética, Habermas constrói uma teoria na qual
apresenta a importância do discurso racional
como formador do consenso. É, pois, por
intermédio do discurso que se alcança a
justificação racional capaz de legitimar a
validade das normas.
IV. Para a ética do discurso, é necessário discernir
o consenso do falso consenso. O critério capaz
de realizar a distinção encontra-se na
concepção habermasiana de situação ideal de
fala, mediante a qual seria possível imaginar
comunicações livres de eventuais coações.
V. Ao conceder centralidade ao discurso,
Habermas defende a ideia segundo a qual as
normas somente alcançam legitimidade por
intermédio do esforço compartilhado da prática
comunicativa. Sendo assim, a ética é um
exercício que se realiza na comunicação de
sujeitos simetricamente dispostos em suas
oportunidades de fala.
Assinale a alternativa correta: