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ID
1669183
Banca
FCC
Órgão
TRT - 3ª Região (MG)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

O padrão histórico brasileiro de política social baseou-se na “cidadania regulada", estando esta sempre submetida à política econômica, atravessando o governo e a ditadura Vargas (1930/1945), o período populista (1946/1963) e a ditadura militar (1964/1984). Este padrão só veio a modificar-se com a promulgação da Constituição Federal de 1988, muito embora em uma conjuntura adversa tomada pelo ideário neoliberal. O início da década de 1990 inaugura a intensificação do projeto neoliberal no país, com fortes rebatimentos no Estado brasileiro. Nesse sentido, no plano social,

Alternativas
Comentários
  • Ao analisar os rumos da política de saúde nos anos 1990, Noronha (2001) ressalta que houve não apenas uma interrupção, mas um retrocesso no processo de construção do projeto de Proteção Social que foi inscrito na Constituição de 1988, colocando a saúde nos marcos de uma seguridade social pública, universal e garantidora de direitos de cidadania. Isto ocorre num contexto de profundas mudanças econômicas, sociais e institucionais, determinada pela reforma do Estado, conduzida por políticas de ajuste baseadas na concepção neoliberal e na desresponsabilização do Estado de suas atribuições, visando a modernização do país. Isto faz com que as políticas sociais, em especial as políticas de saúde percam a sua dimensão integradora, tornando-se políticas focalizadas, para atender às populações mais vulneráveis, descentralizadas em nível local e privatizadas, pois o Estado deixa de ser o responsável pelo desenvolvimento econômico e social, para tornar-se promotor e regulador, transferindo para o setor privado tudo que possa ser controlado pelo mercado (Noronha, 2001).

    Fonte: UFJF

  • Gab.  C. Segue resumo...

     

    Na análise de Pereira (2006, p. 3-5), o padrão brasileiro de políticas sociais baseou-se na “cidadania regulada”: isto é, tinham acesso à proteção social somente aqueles que detivessem a carteira de trabalho, com profissão e sindicato reconhecidos pelo Estado varguista. [...] Este padrão de política social – subjugada à política econômica - atravessou o governo e a ditadura Vargas (1930/1945), o período populista (1946/1963), a longa ditadura militar (1964/1984) e só foi modificado com a promulgação da CF 1988. [...] O governo Collor fragmentou a Seguridade Social em ministérios diferentes, dando-lhe margem para realizar, na Saúde, um boicote orçamentário sistemático ao SUS.

     

    [..]  Com  o  governo  FHC,  pode-se  afirmar  que  as  políticas  neoliberais foram  eficientemente  implantadas pelo Estado brasileiro: (iii) no  plano  social,  realizou  um  verdadeiro  desmonte  do  que  foi  construído   ao   longo   do   período   da   “cidadania   regulada” (1930/1984).  Na  Saúde,  manteve  o  boicote  orçamentário  ao  SUS;   na   Previdência,   realizou   reformas   no   regime   dos funcionários   públicos   e   tornou   mais   rígidas   as   regras previdenciárias,  e,  na  Assistência  Social,  criou  o  Programa  Comunidade  Solidária,  passando  ao  largo  do  que  a  LOAS  estabelece. O  Comunidade  Solidária  recebia  recursos,  sem  controle  social  do  Conselho  Nacional  de  Assistência  Social  e  configurou-se   como   uma   política   assistencialista,   indo   na   contra-corrente  dos  avanços  inscritos  na  CF88  e  na  LOAS  (1993).

     

     

    Ref: PEREIRA, L. D. . Políticas Públicas de Assistência Social brasileira: avanços, limites e desafios,  Lisboa 2006.