Nessa análise cabe ressaltar um aspecto fundamental: ainda que as chamadas
técnicas sociais apareçam como instrumentos de aplicação imediata, portadores de um
poder de racionalização das ações sociais que prescinde de qualquer definição política,
seu caráter social está presente desde a sua formulação. É diante das exigências de
controle dos conflitos sociais, que se torna necessário o desenvolvimento de uma
racionalização da intervenção social. Dessa forma, as técnicas não são portadoras de
uma capacidade imanente de alcançar determinados resultados, pois são mobilizadas a
partir da capacidade teleológica dos sujeitos, no sentido de pôr finalidades, a partir das
necessidades presentes na realidade a ser transformada. Portanto, há um conteúdo e
uma direção social próprios ao uso das técnicas, que impossibilita qualquer consideração
sobre uma possível neutralidade técnica.