Léo Mendes...
Isso demonstra o quanto a pessoa que elaborou a questão é antididática e dissociada da finalidade central do assunto, ao tratar uma irrelevante cronologia como um conhecimento significativo para demonstrar a ''capacitação'' de outros sobre um tema tão importante no contexto da educação em geral.
É aquela velha história do "faça como minhas teorias exigem, mas não faça como eu faço".
Acho que ele quis exemplificar seu modelo de ação docente a todos nós: induzir o avaliado ao "erro" usando as famosas e antiquadas "pegadinhas'' tão orgulhosamente utilizadas como armadilhas por professores do século passado.
a) A escola é por excelência, o lócus social que pode combater questões como o racismo e as discriminações, trabalhando para emancipação de grupos discriminados, e o ensino de História, pela sua própria característica e epistemologia, é o único capaz de ser a mola propulsora dessas mudanças. Errado - Nem a escola é excelência, nem o ensino de História é o único capaz e responsável pelo combate à discriminação na sociedade. Trata-se de uma tarefa multidimensional e multidisciplinar.
b) A construção dos PCN’s de História, logo após a assinatura da Lei 10.639/03, reforça que o ensino da disciplina deve garantir, dentre outras coisas, o reconhecimento e valorização dos grupos étnicos que compõem o Brasil, recuperando sua diversidade cultural, contribuições e especificidades, pois é fundamental para a construção de uma identidade nacional. Errado - Os PCN de História, assim como das demais Ciências Humanas são originalmente de 1999, portanto anterior a assinatura da Lei 10639/03.
c) Leis como a 10.639/03 não encerram a ampliação do debate e a preparação pedagógica para efetivar uma Educação Antirracista por exemplo, pois é fundamental sensibilizar e conscientizar toda a comunidade escolar na mudança da abordagem curricular para que esta se torne interdisciplinar, e para que atente às necessidade diversas de grupos negros do presente, no campo e na cidade, e defenda uma sociedade mais plural. Correta
d) A História ensinada por muito tempo se manteve eurocêntrica. No entanto, as mudanças na historiografia têm conduzido professores da Educação Básica à rever currículos e valorizar histórias locais e a História do Brasil. Discutir o papel das três raças na formação da História nacional é, por exemplo, desconstruir a hegemonia branca e defender as intactas culturas africana e indígena que resistem até hoje. Errada - O primeiro problema é a mobilização do termo raça de modo inadequado, ultrapassado. O segundo e definitivo problema, é a incorreta afirmação de que as culturas africana e indígena permaneceriam intactas. Um dos veículos de reprodução da discriminação mais comuns no Brasil é negar a legitimidade das minorias étnicas-culturais por não haverem permanecido estáticas diante das transformações sócio-culturais.
e) Tão necessário como a construção de um currículo é a preocupação com o material didático. No ensino de História, os livros didáticos, por exemplo, em nada tem contribuído para o debate sobre diversidade cultural e história dos afro-brasileiros, forçando o docente, ao uso de textos complementares, documentários, dentre outros. Errado - Os LD de História podem não dar conta de todo um universo de discussões sobre a diversidade cultural, mas em alguma coisa eles contribuem para o debate, sim.