SóProvas


ID
1751671
Banca
FCC
Órgão
TRE-PB
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                                                           Gramática e Interpretação de Texto da Língua Portuguesa

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

O rio Paraíba corria bem próximo ao cercado. Chamavam-no "o rio". E era tudo. Em tempos antigos fora muito mais estreito.
Os marizeiros e as ingazeiras apertavam as duas margens e as águas corriam em leito mais fundo. Agora era largo e, quando descia nas grandes enchentes, fazia medo. Contava-se o tempo pelas eras das cheias. Isto se deu na cheia de 93, aquilo se fez depois da cheia de 68. Para nós meninos, o rio era mesmo a nossa serventia nos tempos de verão, quando as águas partiam e se retinham nos poços. Os moleques saíam para lavar os cavalos e íamos com eles. Havia o Poço das Pedras, lá para as bandas da Paciência. Punham-se os animais dentro d’água e ficávamos nos banhos, nos cangapés. Os aruás cobriam os lajedos, botando gosma pelo casco. Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama. O leito do rio cobria-se de junco e faziam-se plantações de batata-doce pelas vazantes. Era o bom rio da seca a pagar o que fizera de mau nas cheias devastadoras. E quando ainda não partia a corrente, o povo grande do engenho armava banheiros de palha para o banho das moças. As minhas tias desciam para a água fria do Paraíba que ainda não cortava sabão.
O rio para mim seria um ponto de contato com o mundo. Quando estava ele de barreira a barreira, no marizeiro maior, amarravam a canoa que Zé Guedes manobrava.
Vinham cargueiros do outro lado pedindo passagem. Tiravam as cangalhas dos cavalos e, enquanto os canoeiros remavam a toda a força, os animais, com as cabeças agarradas pelo cabresto, seguiam nadando ao lado da embarcação. Ouvia então a conversa dos estranhos. Quase sempre eram aguardenteiros contrabandistas que atravessavam, vindos dos engenhos de Itambé com destino ao sertão. Falavam do outro lado do mundo, de terras que não eram de meu avô. Os grandes do engenho não gostavam de me ver metido com aquela gente. Às vezes o meu avô aparecia para dar gritos. Escondia-me no fundo da canoa até que ele fosse para longe.
Uma vez eu e o moleque Ricardo chegamos na beira do rio e não havia ninguém. O Paraíba dava somente um nado e corria no manso, sem correnteza forte. Ricardo desatou a corda, meteu-se na canoa comigo, e quando procurou manobrar era impossível. A canoa foi descendo de rio abaixo aos arrancos da água. Não havia força que pudesse contê-la. Pus-me a chorar alto, senti-me arrastado para o fim da terra. Mas Zé Guedes, vendo a canoa solta, correu pela beira do rio e foi nos pegar quase que no Poço das Pedras. Ricardo nem tomara conhecimento do desastre. Estava sentado na popa. Zé Guedes porém deu-lhe umas lapadas de cinturão e gritou para mim:

− Vou dizer ao velho!

Não disse nada. Apenas a viagem malograda me deixou alarmado. Fiquei com medo da canoa e apavorado com o rio. Só mais tarde é que voltaria ele a ser para mim mestre de vida.

(REGO, José Lins do. "O Rio". In: VV.AA. O Melhor da Crônica Brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1997, p. 43)

No trecho Havia o Poço das Pedras, lá para as bandas da Paciência. Punham-se os animais dentro d’água e ficávamos nos banhos, nos cangapés (1º parágrafo), os elementos sublinhados têm, respectivamente, a mesma função que os sublinhados em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO B 

    Havia o Poço das Pedras (Ob. Direto), lá para as bandas da Paciência. Punham-se os animais (Sujeito) dentro d’água e ficávamos nos banhos, nos cangapés 


    Havia --> Sujeito Inexistente 
    Os animais eram postos dentro d'água... 
    b) ... amarravam a canoa (Ob. Direto) que Zé Guedes (Sujeito) manobrava.

    Obs: É apenas um comentário opinativo pois não tenho vasto conhecimento no assunto, caso tenha algum equivoco por favor mande mensagem para que eu possa corrigir. 
    Dúvida: Esse pronome relativo na alternativa (b) é Ob. Direto - pois retoma "a canoa" - OU sujeito na oração em que está inserida? Desde já agradeço. Bons estudos! 
  • GALERAAAAAA. VC MATA ESSA QUESTAO LEMBRANDO DESSE EXEMPLO


    EU COMPRO UM CARRO --> VOZ ATIVA .
     EU sujeito COMPRO verbo UM CARRO objeto direto
    UM CARRO É COMPRADO --> VOZ PASSIVA.  --> UM CARRO
    COMPRA-SE UM CARRO --> VOZ PASSIVA SINTETICA......UM CARRO ---> SUJEITO 
    LOGO, percebe-se que da transposicao da ATIVA pra PASSIVA, há uma mudanca: o OBJETO TORNA-SE SUJEITO
    NAO DESISTAM. AGORA SAO 21:04 DO HORARIO DE RIO BRANCO DE UM SABADO (05/12/2015). PARE DE RECLAMAR E VAI FAZER A DIFERENCA. E TO AQUI ESTUDANDO. NAO DESISTAM!!!!!!!
  • Amarravam O QUE??A CANOA  (OD), que A QUAL era manobrada por QUEEM?? ZÉ GUEDES (SUJEITO)


    GAB LETRA B

  • Para saber qual sujeito então sempre pergunta "QUEM" e para saber o objeto pergunta "O QUE"? Me ajudem....

  • Complementando: 

    1. "Havia o Poço das Pedras" - Havia = verbo impessoal e Transitivo Direto: "havia algo", esse "algo" é "O poço das pedras".

    2. "Punham-se os animais dentro d’água" -  o Verbo é Transitivo direto, logo, é Voz Passiva Sintética e o "SE" ocupa a função de Objeto Direto, sendo que o "Os animais" é o sujeito passivo. É só tentar transformar em voz passiva analítica: "Os animais eram postos dentro...", "Os animais" seria o sujeito.

    Ex: O rapaz comprou a casa. (voz ativa) -- “A casa” é o objeto direto .

    A casa foi comprada pelo rapaz. (voz passiva analítica) – “A casa” é o sujeito passivo ou paciente.

    Comprou-se a casa. (voz passiva sintética ou pronominal) – “A casa” é o sujeito passivo. (http://www.rodrigobezerra.pro.br/2011/01/voz-passiva-sintetica.html)


  • O pronome SE refere-se ao agente da passiva (alguém), que não está expresso nesse tipo de oração: Punham-se os animais dentro d’água = Os animais eram postos dentro d'água por ALGUÉM.

    No exemplo trazido pelo Erik Silva: comprou-se a casa = a casa foi comprada por ALGUÉM.

  • A) sujeito e objeto direto

    c) adjunto adnominal e sujeito

    d) objeto direto e adjunto adverbial

    e) sujeito e adjunto adverbial

  • HAVIA - VERBO TRANSITIVO DIRETO

    HAVIA JOGOS. HAVIA LUGARES, HAVIA MUITA GENTE! 

    Punham-se os animais dentro d’água -> VOZ PASSIVA SINTÉTICA;

    OS ANIMAIS ERAM POSTOS DENTRO D'ÁGUA,

    SUJEITO

     

     Da transposicao da ATIVA pra PASSIVA, há uma mudanca: o OBJETO TORNA-SE SUJEITO

  • O haver está com sentido de existir, logo é impessoal, logo a primeira oração não tem sujeito. Se vocês forem no texto vão ver que não tem como descobrir se foram eles ou elas que "AMARRARAM" a canoa. Para acertar a questao procurei a passagem que tinha a 1° oração sem sujeito e a segunda com sujeito, somente a letra B se encaixou com o meu pensamento.

    Gabarito letra B

     

     

    Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. Observe a estrutura destas orações:

    Sujeito Predicado

    -Havia formigas na casa.

    -Nevou muito este ano em Nova Iorque.

       É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com:

     

    http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint9.php

     

     

     

    Se eu estiver errado por favor me mandem uma mensagem!

  • "Havia o Poço das Pedras, lá para as bandas da Paciência. Punham-se os animais dentro d’água..."

    O termo “o Poço das Pedras” é o objeto direto, e “os animais” tem função de sujeito. (conforme a fonte: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/portugues-fcc/ - Português FCC - Rafaela Freitas - 08/12/2015)

    1. O verbo haver com sentido de existir é impessoal, isto é, não tem sujeito. Porém, também é transitivo direto pois exige um complemento. Havia "o que?". O verbo pede um complemento, seu objeto direto - “o Poço das Pedras”.

    2. Já o verbo "por", neste caso, é transitivo direto e indireto. Quem põe, coloca algo (objeto direto) em algum lugar (objeto indireto: "dentro d’água"). Entretanto, a frase "Punham-se os animais" esta na voz passiva. "Se" é a partícula apassivadora e, "os animais" é o seu sujeito paciente - aquele que sofre a ação.

  • Creio que a dúvida pode ter sido entre as alternativas A e B porque muitos confundem objeto direto com sujeito. As pessoas cometem o erro porque acham que "o Poço das Pedras" exerce a função de sujeito e que "os animais" exercem função de objeto direto, o que está equivocado.

    Primeiramente, "o Poço das Pedras" não pode exercer função sintática de sujeito porque o verbo haver, sendo impessoal, torna a oração sem sujeito, Destarte, "o Poço das Pedras" exerce função sintática de objeto direto, visto que o verbo haver é VTD. Além disso, "os animais" não pode exercer função sintática de objeto direto porque não há objeto direto diante da partícula apassivadora "SE" sendo "os animais", portanto, sujeito. Quem confunde objeto direto com sujeito e tem difuculdade em lembrar algumas coisas que facilitam a diferenciação provavelmente marcou a alternativa A (claro que a banca colocaria uma alternativa assim). 

  • Sempre que o verbo HAVER é impessoal, ele funciona como VTD.

     

    NO caso da questão acima, temos que procurar respectivamente dois termos que seja: Objeto Direto e Sujeito.

    b)... amarravam a canoa que Zé Guedes manobrava. 

    OD = a canoa

    Sujeito = Zé Guedes

     

    Prof. Arenildo

  • O termo “o Poço das Pedras” é objeto direto, e “os animais” tem função de sujeito. A opção em que ambos os termos têm as mesmas funções que essas é a letra B. Nas demais alternativas temos, respectivamente:

    A – sujeito e objeto direto;

    C – adjunto adnominal e sujeito;

    D – objeto direto e adjunto adverbial;

    E – sujeito e adjunto adverbial.

    Gabarito: B

    Fonte: