SóProvas


ID
175711
Banca
FCC
Órgão
TRT - 9ª REGIÃO (PR)
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O poder nuclear e a civilização

Considerando que nosso futuro será, em grande parte,
determinado por nossa atitude perante a questão nuclear, é
bom nos perguntarmos como chegamos até aqui, com o poder
de destruir a civilização. O que isso nos diz sobre quem somos
como espécie?

Nossa aniquilação é inevitável ou será que seremos capazes
de garantir nossa sobrevivência mesmo tendo em mãos
armas de destruição em massa? Infelizmente, armas nucleares
são monstros que jamais desaparecerão. Nenhuma descoberta
científica "desaparece". Uma vez revelada, permanece viva, mesmo
se condenada como imoral por uma maioria. O pacto que
acabamos por realizar com o poder tem um preço muito alto. É
irreversível. Não podemos mais contemplar um mundo sem armas
nucleares. Sendo assim, será que podemos contemplar um
mundo com um futuro?

O medo e a ganância - uma combinação letal - trouxeram-
nos até aqui. Por milhares de anos, cientistas e engenheiros
serviram o Estado em troca de dinheiro e proteção. Cercamo-
nos de inimigos reais ou virtuais e precisamos proteger
nosso país e nossos lares a qualquer preço. O patriotismo é o
maior responsável pela guerra. Não é à toa que Einstein queria
ver as fronteiras abolidas.

Olhamos para o Brasil, os Estados Unidos e a Comunidade
Europeia, onde fronteiras são cada vez mais invisíveis, e
temos evidência empírica de que a união de Estados sem
fronteiras leva à estabilidade e à sobrevivência. A menos que as
coisas mudem profundamente, é difícil ver essa estabilidade
ameaçada. Será, então, que a solução - admito, extremamente
remota - é um mundo sem fronteiras, uma sociedade de fato
globalizada e economicamente integrada? Ou será que existe
outro modo de garantir nossa sobrevivência a longo prazo com
mísseis e armas nucleares apontando uns para os outros,
prontos a serem detonados? O que você diz?

(Adaptado de Marcelo Gleiser, Folha de S. Paulo, 18/04/2010)

Indica-se uma construção com sentido equivalente ao de um segmento do texto em:

Alternativas
Comentários
  • d) Uma vez revelada, permanece viva, mesmo se condenada como imoral por uma maioria // Conquanto revelada, resta viva, embora acusada de imoral pela maioria.

    Significado de Conquanto = conj. Relaciona pensamentos opositivos; embora, ainda que, se bem que, posto que etc.: aparenta riqueza, conquanto seja pobre.

     

  • Sempre cai esse tipo de questão nas provas da FCC. Inicialmente eu procurada o segmento exatamente "equivalente" e me aborrecia ao não encontrar algo que fechasse 100%. Hoje descarto as opções absurdas e procuro algo com significado aproximado, o que normalmente dá certo.

     

    Na questão em comento a resposta certa é a constante na letra "a"

     

    a) Não é à toa que Einstein queria ver as fronteiras abolidas // Com toda a razão, Einstein desejava ver abolidas as fronteiras.

     

    Boa sorte 

  • Inicialmente fiquei em dúvida entre a "A" e a "B", mas por fim fiquei com a segunda opção já que não considero ter sentido semelhante as expressões "não é à toa" e "Com toda razão", embora do contexto possa se tirar algo que justifique. De qualquer forma, depois de já ter errado a questão, dei mais uma exprimida pra encontrar o possível erro da "B" e até que me pareceu óbvio já que na primeira frase a solução em si é tal coisa, e na segunda a solução advirá de tal coisa.

  • Gente, me apontem o erro da letra "e"!!!
  • O erro da e) é que preço tem sentido de importância/valor. Custo = despesa, desembolsar.
  • Desculpe Neneco, mas não concordo com o seu comentário.
    Preço e custo podem ter mesmo valor semântico. Há um erro muito mais evidente na alternativa “e”.
    “O pacto que acabamos por realizar com o poder tem um preço muito alto.”
    “O que já terminamos de pactuar com o poder tem custo muito alto.”

    Algo que “acabou por realizar” tem um valor semântico equivalente a “no final das contas, foi isso que conseguimos”.
    Já algo que “terminamos de pactuar” (repare que a preposição é “de” e não “por”) é algo que acabou de ser concluído naquele exato momento ou em momento próximo.
    No final das contas, a diferença de uma oração para a outra é somente uma preposição, pois se a segunda oração estivesse escrito “terminamos por pactuar” a alternativa “e” seria a correta.
  • O erro da alternativa B não residiria no fato de EXTREMAMENTE REMOTA não ter o mesmo significado de LONGO PRAZO??

    Pelo que entendi:

    EXTREMAMENTE REMOTA = difícil de ocorrer
    LONGO PRAZO = que demorará para se perpetuar

    Concordam??