SóProvas


ID
175732
Banca
FCC
Órgão
TRT - 9ª REGIÃO (PR)
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Pensando os clássicos

Os pensadores da antiguidade clássica deixaram-nos um
tesouro nem sempre avaliado em sua justa riqueza. O filósofo
Sêneca, por exemplo, mestre da corrente estoica, legou-nos
uma série preciosa de reflexões sobre a tranquilidade da alma
- este é o título da tradução para o português. É ler o livrinho
com calma e aprender muito. Reproduzo aqui três fragmentos,
para incitar o leitor a ir atrás de todo o restante.

I. Quem temer a morte nunca fará nada em prol dos
vivos; mas aquele que tomar consciência de que
sua sorte foi estabelecida já na sua concepção
viverá de acordo com a natureza, e saberá que
nada do que lhe suceda seja imprevisto. Pois,
prevendo tudo quanto possa de fato vir a suceder,
atenuará o impacto de todos males, que são fardos
somente para os que se creem seguros e vivem na
expectativa da felicidade absoluta.

II. Algumas pessoas vagam sem propósito, buscando
não as ocupações a que se propuseram, mas
entregando-se àquelas com que deparam ao acaso.
A caminhada lhes é irrefletida e vã, como a das
formigas que trepam nas árvores e, depois de subir
ao mais alto topo, descem vazias à terra.

III. Nossos desejos não devem ser levados muito
longe; permitamos-lhes apenas sair para as proximidades,
porque não podem ser totalmente reprimidos.
Abandonando aquilo que não pode acontecer
ou dificilmente pode, sigamos as coisas próximas
que favorecem nossa esperança (...). E não
invejemos os que estão mais alto: o que parece
altura é precipício.

São princípios do estoicismo: aprender a viver sabendo
da morte; não se curvar ao acaso, mas definir objetivos; viver
com a consciência dos próprios limites. Nenhum deles é fácil de
seguir, nem Sêneca jamais acreditou que seja fácil viver. Mas a
sabedoria dos estoicos, que sabem valorizar o que muitos só
sabem temer, continua viva, dois mil anos depois.

(Belarmino Serra, inédito)

É preciso CORRIGIR, por falha estrutural, a redação da frase:

Alternativas
Comentários
  • ERRADA

    b) Temerárias são as jornadas que mal definimos seus objetivos, assim como não avaliamos o esforço cujo QUE o trajeto nos exigirá.

  • Temerárias são as jornadas cujos objetivos mal definimos, assim como não avaliamos o esforço que o trajeto nos exigirá.
  • O problema se encontra na alternativa (B), pois o pronome relativo “que” está mal empregado e deve ser substituído por “cujos”, com os devidos ajustes na oração (cujos objetivos mal definimos). Isso ocorre por haver necessidade da transmissão do valor de posse entre os substantivos “jornadas” e “objetivos”. O segundo pronome relativo, “cujo”, deve ser substituído por “que”, pois ali não há relação de posse.
    Vejam: Temerárias são as jornadas cujos objetivos mal definimos, assim como não avaliamos o esforço que o trajeto nos exigirá.
    Bons estudos

  • Alternativa B.

    Há um desvio gramatical na alternativa devido à omissão da preposição "EM". Com a devida correção, teremos: "Temarárias são as jornadas em que mal definimos seus objetivos..."
  • Há dois erros no emprego do pronome relativo na alternativa b:

    1) Temerárias são as jornadas cujos objetivos mal definimos = mal definimos os objetivos das jornadas. 

    2) Avaliamos o esforço que o trajeto nos exigirá = o trajeto nos exigirá esforço. 

    Fonte: Professora Duda Nogueira. 
  • GABARITO: B
     
    Corrigida a redação, temos: “Temerárias são as jornadas
    cujos objetivos mal definimos, assim como não avaliamos o esforço que o trajeto nos exigirá.”
  • Apesar da resposta ser a letra B. Creio que também há um erro na letra C: "Quando não definimos o trajeto a cumprir e o esforço a despender em nossa caminhada, ela não nos trará qualquer recompensa."

    O primeiro verbo DEFINIR deveria estar no futuro. (definirmos ) ou o verbo TRAZER deveria estar no presente (traz)  Mas como a banca é FCC devemos escolher a que tem mais erros.

  • Segundo o professor Décio Terror ,

    Comentário: O problema é a alternativa (B), pelo mal uso do pronome relativo. Veja que há uma ideia de posse (seus objetivos). Assim, o correto é o uso do pronome relativo "cujo". Além disso, como na oração posterior, não há relação de posse, o correto é a substituição do pronome relativo "cujo" por "que", ou "o qual". Corrigindo, teríamos:

    Temerárias são as jornadas cujos objetivos mal definimos, assim como não avaliamos o esforço que(o qual) trajeto nos exigirá.