SóProvas


ID
1808656
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
DPU
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Julgue o item a seguir, acerca dos fundamentos históricos e teórico-metodológicos do serviço social e de sua institucionalização no Brasil.

O tratamento analítico atribuído à questão social tem por base a situação-problema, cujas causalidades sociais recaem sobre os indivíduos, responsáveis pelas próprias carências.

Alternativas
Comentários
  • De fato, o tratamento analítico atribuído à “questão social” não se identifica com a “situação social problema” ou com os “problemas sociais”. Haja dito, a diferencialidade se faz não apenas na nomenclatura, como também na forma de abordar e interpretar o papel social da profissão em seus espaços sócio-ocupacionais. Pois, pensada como sinônimo de “problema social” ou fenômeno social, o conceito de “questão social” esvazia-se dos seus nexos constitutivos interpretados pela tradição marxista como sinônimo de luta de classe. E, assim, torna complexo e ambíguo não apenas o entendimento sobre seu significado e fundamento do novo projeto curricular, como, ainda, desvanece a pretensão de opor-se radicalmente à ação profissional como um processo de ajuda.

    Por isso, não se trata, pois, de apenas um cuidado em substituir a expressão “situação social problema” por “questão social”. Enquanto uma expressão tem como perspectiva teórica o indivíduo em seu meio como produtor de seu próprio problema, outra considera as disparidades sociais, políticas, culturais ocasionadas pela relação capital/trabalho como determinantes nesses processos de constituição da profissão.

    “Questão Social” e sua Apropriação pelos Assistentes Sociais Rosemari Taborda Weidauer 

  • Colegas, 

    vim retificar a informação feita no dia 17/02.

    Segundo o professor Welber Gontran ( AS do INSS), no período de institucionalização do SS,  a QS era vista e tratada de forma isolada, como uma situação -problema mesmo, e só mais tarde começou a se falar em SS de comunidade e etc. 

    Sendo assim, a questão está correta. Até a presente data (23/03/16) não sei dizer se houve recurso para esta questão,  e/ou alteração de gabarito, mas, assim como eu, vários outros candidatos estudam através de questões,  compartilhar informações é tem uma forma de memorizar conteúdo,  PRINCIPALMENTE se este estiver CORRETO.


    Vale ressaltar que: a informação abaixo, o comentário das demais colegas são verdadeira, mas num contexto em que o SS já se consolidou como profissão politicamente inserida nas relações de classes.

     

    Comentário feito no dia 17/02/16

    Gab. : Errado


    Se é analítico, impossível considerar apenas a situação-problema (situação isolada, sozinha) sem considerar o contexto DA questão social ( o todo). 

    Questão social não combina com situação-problema!

  • Essa visão de que o indivíduo é responsável por suas próprias carências, condiz com o serviço social nos tempos da criação das Santas Casas de Misericórdia, em que as expressões do serviço social eram vistas como caso de polícia e o indivíduo deveria ser reajustado socialmente.

  • De fato, o tratamento analítico atribuído à “questão social” não se identifica com a “situação social problema” ou com os “problemas sociais”. Haja dito, a diferencialidade se faz não apenas na nomenclatura, como também na forma de abordar e interpretar o papel social da profissão em seus espaços sócio-ocupacionais. Pois, pensada como sinônimo de “problema social” ou fenômeno social, o conceito de “questão social” esvazia-se dos seus nexos constitutivos interpretados pela tradição marxista como sinônimo de luta de classe. E, assim, torna complexo e ambíguo não apenas o entendimento sobre seu significado e fundamento do novo projeto curricular, como, ainda, desvanece a pretensão de opor-se radicalmente à ação profissional como um processo de ajuda. Esta identificação, porém, mostrou-se flagrante em momentos - poucos freqüentes - de entrevistas, como expressa a seguinte fala:

  • Nõ entendi essa questão. Complexa e confunsa. Não fala em que contexto essa analise da Questão Social.

  • Ana, no texto acima da alternativa fala do período sim: SS e sua institucionalização.  Temos sempre que ler esses enunciados, podem nos trazer a resposta da questão.  

     

    ELiane, quer dizer à análise sobre o tratamento (como era visto) que era dado à questão social naquele determinado período ( de institucionalização da profissão  )

  • "...

    Nos termos assim colocados, o tratamento analítico a ser concedido à questão social não a identifica como sinônimo de "problema social" ou da pobreza remetida ao indivíduo isolado ou a certos grupos sociais, responsabilizados ou culpabilizados pelo conjunto de carências e privações por ela produzidas.

    ..."

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452006000400003

  • Complementando Viviane Xavier:

    Errado, o tratamento analítico, nos leva a fazer uma análise reflexiva sobre as causas da questão social, logo uma análise crítica não vai apontar outra coisa, senão, o sistema de produção capitalista, como sendo a base da questão social. Pensar a questão social como situação-problema e indivíduos responsáveis pelas suas próprias carências é um pensamento conservador que deve ficar distante do serviço social contemporâneo.

  • A assertiva acima aponta uma análise da questão social a partir de pressupostos conservadores, cuja vigência na profissão esteve em seus primórdios e até renovação. No entanto, o Serviço Social contemporâneo está amparado na teoria social crítica e compreende a questão social a partir de um tratamento analítico como produto do modo de produção capitalista, no qual tem-se uma relação contraditória entre capital e trabalho. Nesta sociabilidade tem-se a divisão da sociedade em classes sociais, na qual uma classe foi expropriada de suas terras e dos meios de produção e outra classe, a que se apropriou dos meios de produção, é aquela que será a dirigente, a classe dominante. Assim, a primeira, a classe trabalhadora possuirá somente sua força de trabalho para vender em troca de determinada remuneração, enquanto a outra, dona dos meios de produção, comprará aquela força de trabalho por um valor muito aquém e ficará com a maior parte da riqueza produzida pela outra classe. Assim, desse conflito, observa-se que no capitalismo a capacidade de produzir riquezas é proporcionalmente a capacidade de produzir a questão social e suas expressões. Pois, ao passo que este modo de produção implica numa evolução das forças produtivas, com a inserção de novas tecnologias, da automação e da robótica no processo produtivo, o que viabiliza a produção de riquezas, esta riqueza é apropriada privadamente por uma classe minoritária. Assim, pode-se afirmar que a produção de riqueza na sociedade do capital ocorre na mesma medida que a produção de pobreza, desemprego, fome, dentre outras refrações da questão social. Nessa perspectiva, a questão social é inerente ao modo de produção capitalista e sua supressão dentre dessa sociabilidade é impossível, afinal o capitalismo pressupõe a exclusão, a pobreza, a miséria, para que de outro lado tenham uma classe que usufrua da riqueza socialmente produzida. Afirma-se ainda que essas sequelas da questão social podem até ser minimizadas em contextos de luta e devido a correlação de forças, porém nunca serão eliminadas neste modo de produção. Dessa forma, o Serviço Social contemporâneo não compreende a questão social como um problema individual, de cunho privado ou como necessidade de ajustamento social, pois ela é fruto da sociedade em que vivemos que pressupõe a desigualdade social, a miséria, a fome, a pobreza, o desemprego, a opressão, a exclusão, etc.


    RESPOSTA: ERRADO
  • Bo@ t@rde, coleguinhas!

     

    A professora Raquel Raichelis nos ensina que:  a questão social não desapareceu nem foi equacionada, mas certamente foi assumindo diferentes configurações e manifestações relacionadas à história particular de cada sociedade nacional, de suas instituições, de sua cultura. É importante observar que foram as lutas sociais que transformaram a questão social em uma questão política e pública, transitando do domínio privado das relações entre capital e trabalho para a esfera pública, exigindo a intervenção do Estado no reconhecimento de novos sujeitos sociais como portadores de direitos e deveres, e na viabilização do acesso a bens e serviços públicos pelas políticas sociais.

    Nos termos assim colocados, o tratamento analítico a ser concedido à questão social não a identifica como sinônimo de "problema social" ou da pobreza remetida ao indivíduo isolado ou a certos grupos sociais, responsabilizados ou culpabilizados pelo conjunto de carências e privações por ela produzidas.

    Também não se confunde com o termo exclusão social, que vem se generalizando amplamente na literatura e no discurso de diferentes atores sociais, e que se presta a variadas interpretações.

    Por vezes, é utilizado como um eufemismo de exploração, sem que sejam indicados os nexos entre a situação de exclusão e os processos estruturais responsáveis que instauram essa condição. É comum, também, sua adoção para evidenciar a situação daqueles que "estão fora" da sociedade, que supostamente não possuem nenhuma "utilidade social".

    Castel (1995), em suas análises sobre a questão social na França, adverte para a armadilha contida no uso do conceito, que pode dificultar a análise "sobre as dinâmicas sociais globais" geradoras da exclusão social, ocultando a configuração atual da questão social. Observa que o termo exclusão vem se tornando uma espécie de "mot-valise para definir todas as modalidades de miséria do mundo".

     

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452006000400003

  • Gabarito Errado

    Segundo Pastorini, a questão social deve ser pensada historicamente. Uma temporalidade complexa e diferencial. O tratamento anílitico da questão social na contemporaneidade NÃO tem por base a situação-problema dos individuos e suas carências, e sim, tem por análise o sistema capitalista, que é produtor das variadas formas de expressão da questão social. 

  • Tratamento analítico atribuído à “questão social” não se identifica com a “situação social problema."

  • Não concordo com o gabarito dessa questão. A mesma diz o seguinte:" Julgue o item a seguir, acerca dos fundamentos históricos e teórico-metodológicos do serviço social e de sua institucionalização no Brasil." Em nenhum momento fala em serviço social contemporâneo.

  • Na realidade, essa questão é uma pegadinha.    Julgue o item a seguir, acerca dos fundamentos históricos e teórico-metodológicos do serviço social e de sua institucionalização no Brasil.  ( a questão está indiretamente dizendo para fazermos uma comparação com os dias atuais, uma vez que ele usou o verbo TEM no presente e não no passado( TEVE)


    .

  • A assertiva acima aponta uma análise da questão social a partir de pressupostos conservadores, cuja vigência na profissão esteve em seus primórdios e até renovação. No entanto, o Serviço Social contemporâneo está amparado na teoria social crítica e compreende a questão social a partir de um tratamento analítico como produto do modo de produção capitalista, no qual tem-se uma relação contraditória entre capital e trabalho.

     

  • questão difusa. Pensei que fosse no início da profissão. 

  • Qestão capciosa. Realente não deixa claro se é no início da profissão.

  • Entendo que a questão está errada porque o tratamento dispensado pela profissão atuamente à questão social se relaciona à contradição existente entre sociedade capitalista e o Trabalho e pela tensão existente entre classes disitintas. O indivíduo não é responsável pelas carências, más pode passar por situações de risco social de ordem macrossocial relacionadas ao reordenamento neoliberal do capital.

  • O Serviço Social contemporâneo está amparado na teoria social crítica e compreende a questão social a partir de um tratamento analítico como produto do modo de produção capitalista, no qual tem-se uma relação contraditória entre capital e trabalho.

  • O tratamento analítico atribuído à questão social tem por base a situação-problema, cujas causalidades sociais recaem sobre os indivíduos, não é responsáveis pelas próprias carências

    Gabarito:E

  • Questão não está de acordo com o enunciado, passível de recurso.