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ID
1831249
Banca
Quadrix
Órgão
CFQ
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                Nobel de Química quer tecnologia para a paz mundial

MARCO VARELLA (COLABORAÇÃO PARA A FOLHA)

      Nascido em uma terra onde há escassez de água e um conflito entre povos que parece não ter fim, o pesquisador israelense Daniel Shechtman, 71, ganhador do Nobel de Química no ano passado, resolveu bolar um plano científico para a paz mundial.

      A ideia é simples: ele quer ensinar a empreendedores do planeta a receita para criar tecnologias inovadoras.

      "Assim, países como o Brasil ficarão menos dependentes da exploração de matérias-primas em estado bruto e, com isso, livres de futuros conflitos por causa de recursos naturais finitos", afirma.

       Em visita ao país, ele conversou com autoridades da área científica, deu palestras em universidades e visitou a comunidade de Paraisópolis. Confira a entrevista do pesquisador, descobridor dos quasicristais - formados por estruturas complexas que nunca se repetem.

Folha - Você tem o registro do momento exato da descoberta que lhe rendeu o Nobel. Como foi detectar uma configuração de sólido que não deveria existir?

Daniel Shechtman - Foi na manhã de 08 de abril de 1982. Eu quase marquei a hora (risos). De início, achei que o padrão que eu obtive vinha não de um, mas de muitos cristais. No final do dia, eu não sabia do que se tratava, mas já tinha certeza de que não era um erro metodológico. Ao repetir o experimento, percebi que não havia cometido erro algum, obtive sempre os mesmos resultados. 

E como seus colegas receberam seus resultados? É verdade que o sr. foi expulso de seu laboratório?

A maioria das pessoas não acreditou que eu tinha encontrado algo novo. Sim, solicitaram que eu saísse do meu grupo de pesquisa, não do meu laboratório. Foi mais uma mudança administrativa, meu grupo de pesquisa não queria mais estar associado a mim. Foi uma rejeição científica e pessoal.

O que mudou na sua vida após receber o Nobel?

É uma mudança súbita e drástica. Estou tendo muito mais exposição pública e a chance de conhecer pessoas responsáveis por decisões importantes. Senti, então, que eu tinha uma missão na Terra: promover a educação científica e a paz mundial.

Qual o seu plano para a educação científica?

Comecei um projeto em Haifa [Israel] para ensinar ciência a crianças com idade entre cinco e seis anos. Treinaremos professores para ensinar pensamento lógico e racional, métodos de quantificação, transformações da matéria e leis de Newton na prática. Os pais de cada criança também estarão participando do processo, recebendo dicas para abordar esses temas com seus filhos.

E quanto à paz mundial?

Estou promovendo a paz mundial por meio do fomento do empreendedorismo tecnológico, da criação de start-ups [empresas jovens voltadas para tecnologias inovadoras].

        Há 26 anos venho ministrando uma disciplina de empreendedorismo tecnológico que incentivou 10 mil engenheiros e cientistas a abrirem start-ups até agora. Nesse período Israel se tornou o país das start-ups.

      Isso é extremamente importante para o Brasil, que vai bem economicamente, mas faz isso graças à venda de produtos primários, de minerais a grãos. É preciso vender cérebro, inteligência, e não matéria-prima.

      Assim, países como o Brasil ficarão menos dependentes da exploração de matérias-primas em estado bruto e, com isso, livres de futuros conflitos por causa de recursos naturais finitos.

      No futuro, grupos e tribos entrarão em guerras locais para obter os últimos recursos não renováveis remanescentes, o que poderá iniciar guerras maiores - isso, aliás, já começou. Então, é melhor esses países começarem a investir em inteligência agora.

O que é preciso para ter esse nível de empreendedorismo tecnológico?

É preciso ter, primeiramente, pessoas qualificadas, educação forte, e não ter medo de errar. Depois, é preciso ter uma economia de livre mercado e incentivo do governo.

O sr. tem planos de incentivar iniciativas desse tipo em outros países?

Sim, definitivamente. Deixe-me cometer todos os erros nessa iniciativa em Haifa. Em um ou dois anos, quando eu já souber o que dá certo, aplicarei o programa em outros países. É só o começo, mas é a coisa certa a se fazer. 

                                                               (Disponível em www.folha.uol.com.br)

Leia o trecho abaixo, extraído do texto.

A ideia é simples: ele quer ensinar a empreendedores do planeta a receita para criar tecnologias inovadoras.

Sobre as duas ocorrências de "a" em destaque, analise as afirmações. 

I. Possuem a mesma função sintática.

II. Têm classificações morfológicas diferentes.

III. A primeira ocorrência deveria aparecer com acento indicativo de crase.

IV. Estão empregados como adjuntos adnominais.

Está correto o que se afirma em: 

Alternativas
Comentários
  • A ideia é simples: ele quer ensinar a empreendedores do planeta a receita para criar tecnologias inovadoras. 

     

    Quem ensina, ensina algo a alguem:     ensina a( preposição)  os empreendedores  do planeta  ,   algo ( a( artigo) receita para criar....)

     

     I- Não,um é objeto direto e outro objeto indireto

    II- Sim, um é preposição e o outro é artigo

    III- Não se coloca crase com palavras masculinas

    IV- Não, adjuntos adnominais são complementos de nomes e não de verbos, no caso existe dos complemento verbais um acompanhado com preposição de maneira obrigatória ( objeto indireto) e outro não ( objeto direto).

  • Fiquei na dúvida, pois pensei que os dois as tivessem a função de Adj Adn..

  •  

    "A ideia é simples: ele quer ensinar¹ empreendedores do planeta receita para criar tecnologias inovadoras. "

     

     

    ¹ Ensinar, nesse caso, é verbo transitivo direto e indireto. Pede complemento verbal: objeto direto " a receita para criar tecnologias inovadoras" e objeto indireto " a empreendedores do planeta".

     

    ² Classificação morfológica: preposição; classificação sintática : “preposição NUNCA exerce função sintática, mas participa no sistema de transitividade”. (Prof. Pestana)

     

    ³ Classificação morfológica: artigo definido feminino singular; classificação sintática: "o artigo é um termo que funciona SEMPRE como adjunto adnominal".(Prof. Pestana)

     

    Fontes: A Gramática para Concursos e ABL. 

     

  • b) apenas uma das afirmações.

    II. Têm classificações morfológicas diferentes. correto- o 1° a é artigo enquanto que o 2° é preposicao

  • Gloomy Gulch na verdade é o contrário. O primeiro que é preposição e o segundo artigo.

  • A ideia é simples: ele quer ensinar a empreendedores do planeta a receita para criar tecnologias inovadoras.

    O I) é preposição

    O II) é artigo

    Funções morfológicas distintas.

  • IV. Estão empregados como adjuntos adnominais.

    O primeiro "A" é preposição e o segundo é um artigo . Preposição ñ pode ser adjunto adnominal

    O adjunto adnominal é o termo de valor adjetivo que vem associado a um substantivo (nome) modificando, especificando ou precisando o seu sentido no contexto, em qualquer que seja a função dele. Ele pode ser expresso por:

    a) 

    Ela era uma menina feliz.

    b) locução adjetiva

    Ela gosta de doce de leite.

    c)  (definido ou indefinido)

    Cessaram as vozes.

    Às vezes, um pássaro canta.

    d) 

    Nunca lhe contei este meu desejo.

    e) 

    Os dois cães estavam nervosos.

    f) oração

    A notícia que lhes contei era inacreditável.

    ENTAO SÓ TEMOS UMA OPÇAO CERTA QUE É A ll