"A entrevista, como outros instrumentos, exige um rito para o seu desenvolvimento que chamaremos de etapas, sendo o planejamento, a primeira. Planejar significa organizar, dar clareza e precisão à própria ação; transformar a realidade numa direção escolhida; agir racional e intencionalmente; explicitar os fundamentos e realizar um conjunto orgânico de ações.
A segunda etapa da entrevista é a sua execução propriamente dita e se constitui de momentos que se entrecruzam através de estágios do prelúdio ou etapa social, da coleta de dados ou focalização, do contrato, da síntese, e da avaliação.
A terceira etapa é a do registro da entrevista que se fundamenta no direito do usuário em ter a evolução do seu atendimento documentado e no acesso aos dados registrados, sendo este intransferível. O registro também tem como objetivo contribuir para a integralidade do atendimento e compartilhar o conhecimento com os demais trabalhadores da instituição".
Texto: A entrevista nos processos de trabaho do assistente social
http://revistaseletronicas.pucrs.br/fass/ojs/index.php/fass/article/view/2315/3245
Bons estudos!
Boa tarde, companheiros (as)!
Segundo Lewgoy e Silveira (2007), a realização da entrevista envolve três etapas:
• Planejamento: Segundo as autoras, planejar significa organizar, dar clareza e precisão à própria ação, ou ainda, alterar a realidade numa direção escolhida, agir de forma racional e com intencionalidade, ter clareza dos princípios e realizar um conjunto orgânico de ações. Dentro dessa perspectiva, é necessário que o assistente social tenha conhecimento e domínio dos pressupostos teórico, ético, político e técnico que envolvem a ação e o contexto onde essa ocorre, a fim de que dê agilidade e consequência ao seu trabalho, tendo também clareza a respeito da finalidade da entrevista, onde se deseja chegar e quais os objetivos neste processo.
• Execução: A segunda etapa diz respeito à execução da entrevista, que se inicia pelo estabelecimento de um acordo de vontades entre o usuário e o assistente social, no sentido de, juntos, trabalharem em torno da demanda, do cerne da entrevista. Nessa etapa, o foco para o profissional está em ouvir, coletar dados, aprofundar as informações, tendo como referencial os objetivos traçados inicialmente. Busca perceber as necessidades, demandas, expectativas, manifestadas no decorrer do processo.
Isso diz respeito à habilidade de escuta, questionamento e observação do que não é dito, mas que se configura no sujeito para quem se dirige o trabalho do assistente social. A observação permitirá muitas vezes a decodificação de uma mensagem, de um gesto, do silêncio, da pausa. Os questionamentos devem levar em consideração a relevância e a validade da questão; a especificidade e a clareza. (LEWGOY e SILVEIRA, 2007, p. 237).
• Registro: A terceira etapa diz respeito aos apontamentos feitos ao longo da entrevista. Segundo as autoras, trata-se de um documento intransferível, pois diz respeito ao direito do usuário de ter a evolução de seu atendimento documentado, bem como o acesso aos dados registrados.
O registro da entrevista tem também como objetivo colaborar com o atendimento, à medida que as informações podem ser partilhadas por outros profissionais, tendo como alvo um trabalho integral e multidisciplinar (resguardadas as situações que envolvam a necessidade de sigilo profissional). Para isso, a linguagem deve ser clara, objetiva, gramaticalmente correta, não contendo adjetivos que expressem juízo de valor. O registro das entrevistas faz parte da documentação e sistematização da prática do Serviço Social, conforme vimos anteriormente, portanto, deve ser feito de forma cuidadosa, sendo observados os preceitos do Código de Ética da profissão, no que tange a esse tema.
https://www.uaberta.unisul.br/repositorio/recurso/14690/pdf/instrumental_tecnico_operativo_ss.pdf