Questão 1840912

• Banca: CESPE / CEBRASPE
• Órgão: TRE-RS
• Ano: 2015
• Provas: CESPE - 2015 - TRE-RS - Analista Judiciário - Psicologia
• Disciplina: Psicologia
• Assuntos: Psicodiagnóstico e Avaliação Psicológica; Avaliação Psicológica

      Paciente com oito anos de idade foi encaminhado para avaliação psicodiagnóstica. O psicólogo recebeu a mãe da criança, que lhe apresentou um relatório médico em que se afirmava que a criança estava sendo encaminhada para avaliação psicodiagnóstica por apresentar dificuldades de aprendizagem, complicações na interação social e na aceitação de regras e limites, agressividade exacerbada, irritabilidade, enurese noturna e bruxismo. A mãe relatou queixas escolares recorrentes, com risco de eventual expulsão da criança, por conta da ocorrência de duas suspensões, nos últimos dois meses, por agressão grave a dois colegas de sala e por ameaças direcionadas à professora. Exames complementares não revelaram quadro ou deficiências orgânicas significativas que justificassem o comportamento da criança. No relatório, solicitava-se avaliação psicodiagnóstica.

A partir dessa situação, assinale a opção correta acerca do papel do psicólogo e do processo psicodiagnóstico.

• A. No caso da utilização da técnica de entrevista semidirigida, não cabe ao profissional assinalar vetores que possibilitem ao entrevistado iniciar ou dar continuidade ao relato.
• B. No caso do referido paciente, a entrevista clínica e o acompanhamento psicológico constituem a técnica e a intervenção recomendadas e necessárias para evitar maiores conflitos emocionais e escolares.
• C. Diante dos problemas ocorridos no meio escolar, cabe ao psicólogo encaminhar o paciente ao psicopedagogo a fim de que possa ser realizada a avaliação psicológica, bem como os encaminhamentos necessários ao caso.
• D. Na situação apresentada, a capacidade de insight não deverá ser considerada no caso de uma avaliação psicodiagnóstica, haja vista seus objetivos.
• E. Durante a realização de entrevista com a mãe, com exceção da técnica de entrevista totalmente livre, cabe ao psicólogo indagá-la sobre aspectos da conduta ou do comportamento da criança que não forem referidos ou mencionados espontaneamente.

Gabarito: E

Comentários

• A-Errada:A estrutura da entrevista semidirigida é justamente esta, o entrevistado tem a liberdade de abordar temas de sua escolha que servirão como vetores (direção) para a intervenção profissional.

  B-Errada:Para mim essa alternativa é capciosa, pois a entrevista é um conjunto de técnicas com objetivo de descrever e avaliar, portanto pode ser uma técnica a ser utilizada.O acompanhamento psicológico pode ser considerado uma intervenção, na medida que a intevenção é conduta adotada, uma contribuição profissional no caso em tela.Para mim, poderia ser considerada corrta também.

  C-Errada:avaliação psicológica não compete ao psicopedagogo. 

  D-Errada:Mesmo que não haja a necessidade de uma psicoterapia orientada para o insight, esse é uma elemento primordial nas avaliações de recursos psicológico do paciente, quando avaliamos os pontos forte e fracos (forças e fraquezas).

  E-Correta:Somente na entrevista livre não há intervenção.
   

• Sigo o mesmo raciocínio, Cléber.

• Tb tive a interpretação dos colegas.
  O que me fez decidir pela alternativa E foi o fato de a alternativa B inspirar restrição, como se a técnica e  a intervenção pudessem ser tão suficientes que excluiríam todas as outras possibilidades... e não é assim... cada caso é um caso...

• A entrevista inicial é caracterizada como semidirigida. Uma entrevista é semidirigida quando o paciente tem liberdade para expor seus problemas, começando por onde preferir e incluindo o que desejar.

  Diferindo da técnica de entrevista totalmente livre, o entrevistador intervêm quando o entrevistado não sabe como começar ou continuar, com perguntas feitas da maneira mais ampla possível, assinalando bloqueios, contradições ou lacunas nas informações ou indagando acerca da conduta do entrevistado.

  Recomenda-se começar a entrevista com uma técnica diretiva e em seguida trabalhar com a entrevista livre, para que o paciente possa expor o motivo de sua consulta. No último momento dessa primeira entrevista, deve-se adotar novamente a técnica diretiva para preencher as lacunas. 

  ARZENO ET AL

• Gosto dessas questões que zombam da cara de quem estuda