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As assertivas A, B, C e D correspondem características da Administração Burocrática consagrada no Brasil na primeira metade do século XX. É importante salientar (já questionado em outros concursos) que essa teoria não foi expurgada no Brasil. Hoje a Gestão mescla, predominantemente, a Gestão Gerencial com atributos de outras gestões.
PALUDO (2013, p. 97): A Administração Pública gerencial constitui um avanço, e, até certo ponto, um rompimento com a Administração Pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a Administração Pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva alguns de seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados.Atenção → A diferença fundamental da administração gerencial para a burocrática está na forma de controle – que agora se concentra nos resultados, nos fins pretendidos.Na Administração Pública gerencial a estratégia volta-se: para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade; para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados; para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados; adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais
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A letra D, colocada na questão para confundir o candidato, é sim uma característica da gerencial mas não é característico dela, ou seja não, é típico da gerencial, uma vez que a burocrática também faz controle de legalidade.
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RESPOSTA: (E)
Nas últimas décadas a Administração Pública, em termos mundiais, tem passado por diferentes fases. Podemos classificar estas fases em três: patrimonialista, burocrática e gerencial.
Patrimonialismo
Este modelo é caracterizado pela não distinção entre o que é patrimônio público e o que é patrimônio privado. Em outros termos, a res publica (coisa do povo) se confundia com a res principis (coisa do príncipe). Esta forma de administração pública predominou no período pré-capitalismo, quando o monarca exercia o domínio sobre os bens públicos e particulares, sem qualquer necessidade de prestar contas à sociedade. O patrimonialismo é caracterizado pela forte presença da seguintes características: nepotismo, corrupção, ineficiência, improviso, falta de profissionalismo, ausência de métodos de trabalho, falhas de planejamento, entre outras.
Burocracia
A teoria da burocracia teve como expoente Max Weber e começou a fazer parte da administração empresarial e pública mundial em torno da década de 1940. A burocracia surgiu para coibir os excessos do patrimonialismo. Apesar de hoje o termo burocracia ser utilizado como sinônimo de muitos papéis, formulários, normas excessivas e exaustivas, no seu surgimento o objetivo era de melhorar a eficiência das organizações. A organização na burocracia segue o modelo racional-legal, ou seja, deve funcionar com base em normas, leis e regulamentos, independentemente das vontades pessoais dos agentes. Entre as principais características do modelo burocrático estão o profissionalismo, a impessoalidade e o formalismo. O profissionalismo está ligado com a meritocracia e a instituição de planos de carreira. A impessoalidade significa que o agente não pode utilizar seu entendimento pessoal para exercer suas funções dentro da organização, mas deve seguir as normas e procedimentos. Além disso, as relações organizacionais ocorrem em termos de cargos e funções e não em termos de pessoas envolvidas. O formalismo diz respeito à utilização de formulários, rotinas padronizadas e comunicações por escrito.
Gerencialismo
Como o modelo burocrático possui foco nos procedimentos, a missão básica de servir a sociedade acabou sendo perdida. Com o aparecimento das disfunções da burocracia, surgiu a necessidade de um novo modelo para ser utilizado na Administração Pública. Dessa forma, o gerencialismo emergiu com o foco do controle voltado para os resultados, isto é, a posteriori. Este modelo procura comparar o cliente da administração empresarial com o usuário do serviço público. Ou seja, não basta a Administração Pública executar suas tarefas conforme normas e procedimentos. É necessário saber se a população, usuária dos serviços públicos, está satisfeita com os serviços que estão sendo prestados.
Leia mais em: http://www.adminconcursos.com.br/2014/08/introducao-administracao-publica.html
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Fui pela seguinte lógica:
A administração gerencial está ligada ao princípio da eficiência que é base para as avaliações de desempenho (especial e periódica), sendo assim a "nova" administração gerencial tem como base (implícita) a competência, o foco nos resultados, etc
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A administração gerencial é um modelo de administração pública que buscou romper com a administração burocrática, mas sem eliminar todo seus princípios. Alguns critérios do modelo burocrático permaneceram tais como: meritocracia, impessoalidade, avaliação de desempenho e profissionalização. Por outro lado, a administração gerencial buscou mais flexibilização, descentralização e foco em resultados. A partir dessas características, vamos analisar as alternativas abaixo:
a) Errado. O controle rígido de procedimentos é característica da burocracia.
b) Errado. A rigidez hierárquica é característica da burocracia.
c) Errado. A burocracia é rígida e baseada em normas e regulamentos.
d) Errado. A burocracia busca o controle da legalidade e por meio do poder racional-legal.
e) Correto. A gestão por competência é um sistema de gestão desenvolvido no sentido de identificar e gerir perfis profissionais que proporcionem um maior retorno a organização. É uma das inovações trazidas pela administração gerencial.
Referências:
- Paludo, Augustinho. Administração Pública. Rio de Janeiro. Elsevier, 2013
Gabarito: E
Comentários Professor Melzac.
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Basicamente a gestão por competências é a escolha do profissional baseado numa análise de perfis que identificasse suas características (CHA - conhecimento, habilidades e atitude). Busca-se essa identificação para sanar as lacunas existentes na empresa de acordo com o profissional escolhido, divergente do modelo burocrático de competência analisado apenas no âmbito técnico (tecnocracia) segundo aprovação em concurso público.
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Letra E, Gerencialismo. Todas as outras são da Burocracia.
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Administração Gerencial
Conceito
Administração pública gerencial é aquela construída sobre bases que consideram o Estado uma grande empresa cujos serviços são destinados aos seus clientes, outrora cidadãos; na eficiência dos serviços, na avaliação de desempenho e no controle de resultados, suas principais características.
A Administração gerencial seria conseqüência dos avanços tecnológicos e da nova organização política e econômica mundial, para tornar o Estado capaz de competir com outros países
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RESUMINDO
Patrimonialismo- corrupção e nepotismo inerente; coisa do povo se confundia coisa príncipe
Burocracia- combate nepotismo e corrupção; separa público do privado; hierarquia funcional; impessoalidade; formalismo exagerado; controle rígido do processo; preocupação excessiva controle; efetividade no controle abuso; poder racional legal
Gerencialismo- combate nepotismo e corrupção; poucos níveis hierárquicos; foco cidadão-cliente; controle por resultados;necessidade reduzir custos; estado mais eficiente e eficaz; descentralização
Fonte: Profº Gracindo Andrade
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RESPOSTA: E
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS:
- inovador
- pautado nas competências
- remuneração por competência (recrutamento seleção / treinamento / desenvolvimento)
- alinhar competências individuais (conhecimentos / habilidades / atitudes) com competências organizacionais (produtos / métodos / políticas)
Fonte: Prof José Wesley - 2017
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Burocracia:
Autoridade baseada em normas racionais e legais;
Normas escritas e exaustivas;
Caráter hierárquico
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Gestão por competências.
O controle de legalidade também é uma característica da gerencial, uma vez que a burocrática também faz controle de legalidade.
E.
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Os itens A, B, C e D são características do modelo burocrático. Desta forma, a gestão por competências é mecanismo da administração gerencial.
➥ Fonte: Prof. Heron Lemos - Estudo Dirigido para UFC – Vol 01 (Adm. Pública)
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A questão em análise
nos apresenta um tema relacionado à implantação da Administração Pública
Gerencial. A partir da redefinição do papel do Estado com Luiz Carlos Bresser
Pereira (Ministro do Ministério da Administração Federal e da Reforma do
Estado, no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1995), no chamado de Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE, o “Estado
deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela
via da produção de bens e serviços para se adequar a uma nova função de Estado
Gerencial" (MATIAS-PEREIRA, 2018). Para tanto, antes da proposta
apresentada pelo PDRAE, foi necessária a distinção de três dimensões dos
problemas existentes à época:
Dimensão
institucional-legal:
relacionada aos obstáculos de ordem legal para o alcance de uma maior eficiência
do aparelho do Estado. Dimensão cultural: definida pela coexistência de
valores patrimonialistas e principalmente burocráticos com os novos valores gerenciais
e modernos na administração pública brasileira. Dimensão gerencial: associada
às práticas administrativas. Essa dimensão visa proporcionar maior autonomia
e responsabilização aos agentes públicos, por meio de metodologias de
Administração por Resultado, Gestão por Competência, Excelência e Controle
Social.
O Modelo de Gestão por
Competência tem por finalidade gerir os empregados conforme as competências
necessárias para ocupar determinado cargo ou função, os quais são determinados
por uma descrição de cargos, que está alinhada com o Planejamento Estratégico
organizacional. Por competência entendemos: conhecimentos, habilidades e
atitudes necessárias ao empregado para o desempenho de suas atividades.
Esse Modelo busca
alinha as competências presentes nos empregados às necessidades presentes e
futuras da organização, as quais estão previstas no Planejamento Estratégico. Segundo
Fleury e Fleury (2004), essas competências se dividem em: essenciais, distintivas,
de unidade de negócio, competência de suporte, e capacidades dinâmicas.
Em face do exposto,
podemos afirmar que o gabarito da questão em análise é a letra “E", pois as demais
alternativas caracterizam o modelo de Administração Pública Burocrática, apenas
de ainda existirem no modelo gerencial.
GABARITO DO
PROFESSOR: LETRA “E".
FONTES:
FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Alinhando Estratégia e
Competêncial. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, jan/mar.
2004, v. 44, n.1.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília, 1995.
MATIAS-PEREIRA, José. Administração
Pública: foco nas instituições e ações governamentais. 5ª Ed. – São Paulo:
Atlas, 2018.