- ID
- 1854253
- Banca
- KLC
- Órgão
- Prefeitura de Alto Piquiri - PR
- Ano
- 2012
- Provas
-
- KLC - 2012 - Prefeitura de Alto Piquiri - PR - Agente de Endemias
- KLC - 2012 - Prefeitura de Alto Piquiri - PR - Assistente de Licitação
- KLC - 2012 - Prefeitura de Alto Piquiri - PR - Cargos de Nível Médio - Exceto Cuidador Social
- KLC - 2012 - Prefeitura de Alto Piquiri - PR - Cuidador Social
- KLC - 2012 - Prefeitura de Alto Piquiri - PR - Educador Infantil
- KLC - 2012 - Prefeitura de Alto Piquiri - PR - Professor
- KLC - 2012 - Prefeitura de Alto Piquiri - PR - Técnico em Enfermagem
- Disciplina
- Português
- Assuntos
TEXTO I
O galo e a raposa
Era um galo do mato, muito quietinho no seu canto, que não incomodava ninguém.
Ciscava o de-comer no quintal, cantava no galho mais alto da goiabeira quando saía o sol e
vivia de olho no mato, com medo de alguma raposa que pudesse aparecer.
Um dia, logo depois da alvorada, ele reparou que alguma coisa estava se mexendo na
capoeira mais próxima.
Na mesma hora o galo deu uma corridinha, sacudiu as asas para ajudar o pulo e saltou, mais
que depressa, para o alto da goiabeira.
Foi só ele se acomodar e apareceu, como sempre muito esperta, Dona Raposa.
- Bom dia, compadre Galo – a raposa disse, muito gentil.
- Bom dia, comadre Raposa – respondeu o galo, muito desconfiado!
- Mas o que é isso, compadre Galo? Pode descer da sua árvore! Não precisa ter medo de
mim... O compadre não está sabendo que foi decretada a Paz entre os animais? Nosso rei Leão
resolveu que de agora em diante não há mais animais inimigos... O gato anda aos beijos com o rato, o
lobo aos abraços com o carneiro...
- Ora veja, comadre – disse o galo. – É verdade, mesmo?
- Pois é isso, compadre Galo. O compadre não sabia, não?
- Não sabia não, comadre Raposa, não sabia não...
- Pois desça do seu poleiro que isso não é mais necessário, compadre Galo. Venha aqui para
baixo pra me dar um abraço. Faço questão de lhe dar um abraço...
- Eu também, comadre Raposa. Faço questão de lhe dar um abraço. Desço já. Aliás, nossa
festa vai ser completa... Estou vendo daqui de cima dois cachorros perdigueiros, daqueles que
antigamente caçavam raposas, e que vêm chegando decerto para abraçar a comadre também...
- Pode deixar, compadre Galo. A festa fica pra outra vez. Lembrei que tenho um compromisso
e que estou atrasada...
E a raposa ganhou a estrada mais do que depressa, sem esperar para ver se era verdade o
que o galo estava dizendo. E o galo ficou se rindo no alto da goiabeira, satisfeito da vida, pois se há
uma coisa divertida é enganar quem é metido a enganador...
(ROCHA, Ruth. Almanaque da Ruth Rocha. 1. Ed. 14 imp. São Paulo : Ática, 2008, p. 32-33.)
TEXTO II
O galo que logrou a raposa
Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore. A
raposa, desapontada, murmurou consigo: “Deixa estar, seu malandro, que já te curo!...". E em voz
alta:
- Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e
cordeiro, gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos andam agora aos beijos,
como namorados. Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor.
- Muito bem! – exclamou o galo. – Não imagina como tal notícia me alegra! Que beleza vai ficar
o mundo, limpo de guerras, crueldades e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas...
como lá vêm vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que também eles tomem parte na
confraternização.
Ao ouvir falar em cachorro, Dona Raposa não quis saber de histórias e tratou de pôr-se ao
fresco, dizendo:
- Infelizmente, amigo Có-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica
para outra vez a festa, sim? Até logo.
E raspou-se.
(LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo : Globo, 2008, p.34.)
Assinale o que for correto gramaticalmente sobre a expressão do texto II: “Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor.".