Confesso que marquei a assertiva "A" com ressalvas, pois não sei se o refinamento dos instrumentos, de fato, garante a qualidade do psicodiagnóstico. Penso que essa qualidade depende de inúmeros outros fatores. Porém, diante do absurdo da "D", marquei a menos errada. As demais assertivas estão fundamentadas no seguinte trecho do livro "Psicodiagnóstico V". Vejamos:
Segundo Cunha & cols. (2008), "a principal questão com que se defronta o profissional é que este, muitas vezes sobrecarregado com suas tarefas, não está avaliando a adequabilidade de seus dados em relação ao público usuário, ou seja, acaba por fornecer uma grande quantidade de informações inúteis para as fontes de encaminhamento por falta de uma compreensão adequada das verdadeiras razões que motivaram o encaminhamento ou, em outras palavras, por desconhecimento das decisões que devem ser tomadas com base nos resultados do psicodiagnóstico. Isso acontece porque, embora o encaminhamento seja feito porque a pessoa necessita de subsídios para basear uma decisão e resolver um problema, muitas vezes ela não sabe claramente que perguntas levantar. A consequência é a realização de um psicodiagnóstico, cujos resultados não são pertinentes às necessidades da fonte de solicitação (E). É, pois, responsabilidade do clínico familiarizar-se com a variabilidade de problemas com que se defronta nos diversos contextos de atuação (B) e conhecer as diversas decisões que os mesmos pressupõem. Mais do que isso: deve determinar e esclarecer o que dele se espera, no caso individual. Esta é uma estratégia de aproximação, que lhe permitirá adequar seus dados às necessidades das fontes de encaminhamento, de forma que seus resultados tenham o impacto que merecem e o psicodiagnóstico receba o crédito a que faz jus. Para isso, o psicólogo clínico deve entender o vocabulário, o modelo conceitual, a dinâmica e as expectativas da fonte de encaminhamento (C);
Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa
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Gabarito: D
Jurema Alcides Cunha, em seu livro "Psicodiagnóstico-V", edição de 2007, citando Zacker, afirma que o reconhecimento da qualidade do psicodiagnóstico tem de ver, em
primeiro lugar, com um refinamento dos instrumentos e, em segundo lugar, com
estratégias de marketing de que o psicólogo deve lançar mão para aumentar a utilização
dos serviços de avaliação pelos receptores de laudos. Na mesma década, Groth-Marnat salientava a importância do profissional se familiarizar com as reais
necessidades do usuário, observando que, muitas vezes, psicólogos competentes
acabam por fornecer uma grande quantidade de informações inúteis para as
fontes de encaminhamento por falta de uma compreensão adequada das verdadeiras
razões que motivaram o encaminhamento ou, em outras palavras, por desconhecimento
das decisões que devem ser tomadas com base nos resultados do psicodiagnóstico.
Recentemente insistiu na mesma ideia, afirmando que o psicólogo clínico
deve entender o vocabulário, o modelo conceitual, a dinâmica e as expectativas
da fonte de encaminhamento.
GABARITO: D