Questão prática sobre ponto de
equilíbrio.
Segundo Martins¹, esse termo
técnico nasce da conjugação dos custos e despesas totais com
as receitas totais. Até esse ponto, a empresa está
tendo mais custos e despesas do que receitas, encontrando-se, por isso, na
faixa do prejuízo; acima, entra na faixa do lucro. Em outras palavras, o ponto de equilíbrio é o ponto (de
quantidade ou de valor) no qual o resultado apurado seja zero, conforme a seguinte imagem ilustrativa:
Atenção! Esse é
o PE padrão, também chamado de ponto de equilíbrio contábil (PEC)
ou de vendas. Embora o PEC seja o mais comum, dependendo de como tratamos os
custos e despesas, podemos calcular diferentes pontos de equilíbrio, como o econômico, operacional, financeiro,
etc.
Nesse contexto, o conceito de Margem de Contribuição Unitária (MCu) é importante para
calcularmos PE. Ela representa o quanto a produção e venda de uma unidade
adicional de um produto resulta em recursos monetários para a empresa, para que
esta possa amortizar seus custos fixos e obter
lucro. Ou seja:
MCu = Preço de venda un (-)
custo e despesas variáveis
PEC = (custos e despesas fixas)
/ MCu
Feita a revisão, já podemos
analisar cada uma das alternativas:
A) Errada,
o ponto de equilíbrio contábil é menor que 50
unidades.
MCu = Preço de venda un (-)
custo e despesas variáveis
MCu = R$ 7.000 (-) R$ 2.500
MCu = R$ 4.500
PEC = R$ 200.000/ R$ 4.500
PEC = 45 unidades aproximadamente
B) Errada,
a empresa operou com uma margem de segurança de 55%.
A Margem
de Segurança (MS) mede o quanto a empresa pode reduzir de produção
sem entrar na faixa de prejuízo. Em outras palavras, é sua “reserva de
segurança", representa toda a venda além do
Ponto de Equilíbrio (PE). Matematicamente teremos:
MS = (Unidades vendidas -
Unidades no PE)/ (Unidades vendidas)
Dica! Podemos
calcular a MS tanto em unidades, quanto em valor, absoluto ou percentual.
MS = (100 – 45)/ 100
MS = 55 /100
MS = 55% aproximadamente
C) Errada,
a empresa obteve R$ 250.000 de lucro.
Resultado = Receita (-) custos
e despesas fixas (-) custos e despesas variáveis
Resultado = MC Total (-) custos
e despesas fixas
Resultado = R$ 4.500 x 100
unidades (-) R$ 200.000
Resultado = R$ 450.000 (-) R$
200.000
Resultado = R$ 250.000
D) Certa,
caso a depreciação mensal tenha sido de R$ 20.000, o ponto de equilíbrio
financeiro foi igual a R$ 280.000.
No Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) conjugação dos desembolsos com os efetivos
ingressos >>> o resultado financeiro no
PEF é zero. Matematicamente:
PEF = (custos e despesas fixas
– depreciação, amortização e exaustão) / MCu
PEF = (R$ 200.000 – R$ 20.000)
/ R$ 4.500
PEF = (R$ 180.000) / R$ 4.500
PEF = 40 unidades
PEF = 40 unidades x R$ 7.000 = R$ 280.000.
E) Errada,
caso a depreciação mensal tenha sido de R$ 30.000, o ponto de equilíbrio
contábil foi maior que R$ 300.000.
Como vimos, o ponto de
equilíbrio contábil não é impactado pela depreciação. O PEC em unidades
calculado na alternativa A é aproximadamente 45.
PEC = 45 x R$ 7.000 = R$ 315.000 aproximadamente
Fonte:
¹MARTINS, Eliseu, 1945
Contabilidade de custos / Martins, Eliseu. – 9ª ed. - São Paulo : Atlas, 2003,
pág. 186.
Gabarito do Professor: Letra D.