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ID
1883977
Banca
IF-PE
Órgão
IF-PE
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 01

UM ANO DE ELEIÇÃO


      Em seu estranho ritmo, que mistura o frenesi das elites com a calma do povo, a política brasileira chega a mais um ano eleitoral. Em menos tempo do que parece, realizaremos as eleições municipais de 2016.

      Os sinais estão no ar: os pré-candidatos e seus patronos movimentam-se, pesquisas de intenção de voto são divulgadas, cálculos e especulações correm soltos.

      É ótimo que seja assim. Nunca é demais lembrar quão excepcional, na história política brasileira, é o período no qual vivemos: em toda nossa trajetória, é a mais longa fase de normalidade democrática.

      Para um país que teve seus primeiros cem anos de vida republicana entrecortados por golpes de Estado e ditaduras, é extraordinário o fato de estarmos perto de comemorar três décadas seguidas de eleições de prefeitos nas capitais e grandes cidades. Um período curto para nações democráticas, mas longo no nosso caso.

      Nada indica que a eleição deste ano será diferente. A imensa heterogeneidade dos municípios brasileiros impede a prevalência de elementos mais gerais e o quadro que emerge da disputa assemelha-se sempre a uma colcha de retalhos muito díspares.

      Perde tempo quem procura antecipar o “sentido” da eleição, compreender seu “recado” ou projetar a corrida presidencial seguinte à luz dos resultados.

      Podemos estar certos de apenas umas poucas coisas. A primeira: as disputas municipais não são um tipo de “eleição de meio período”, como existe nos Estados Unidos e em outros países. Os eleitores não vão às urnas para “enviar sinais”, de apoio ou reprovação dos governadores ou do presidente.

      O que fazem, unicamente, é procurar identificar o melhor candidato a prefeito de sua cidade, que se ocupará de questões tão mais relevantes quanto mais pobre for o eleitor.

      A segunda é que, para a maioria do eleitorado, a eleição municipal é a escolha de um indivíduo. Apoios e endossos contam, mas raramente são decisivos.

      É minoria a parcela que escolhe prefeitos por suas vinculações, principalmente com partidos, seja para se decidir em quem votar ou não. É majoritária a proporção daqueles que buscam entre os candidatos nítidos atributos administrativos.

      A terceira é que a imagem nacional das legendas tem pouco a ver com sua performance nas eleições locais. Pesquisa recente do Instituto Vox Populi traz elementos para se interpretar essa dissociação entre imagem nacional e voto municipal. Perguntados a respeito da possibilidade de votar em um candidato a prefeito de determinado partido em 2016, pouco mais de um terço dos entrevistados respondeu que não havia “nenhuma” possibilidade, seja por nunca terem votado no partido, seja por estarem hoje decididos a não votar.

      Cerca de 10% disseram que “votariam com certeza”, pois sempre votaram em candidatos a prefeito da legenda. E 50% responderam que “se tiverem um bom candidato ou candidata, poderiam votar nele ou nela”.

      Isso vale da menor cidade do Brasil à megalópole São Paulo. Quem hoje vaticina a respeito da mais importante eleição de 2016 apenas contribui para aumentar o lixo de bobagens produzido sobre o assunto. De 1985 para cá, a eleição em São Paulo mandou para o cemitério um caminhão de teses desmentidas pelas urnas.


(COIMBRA, Marcos. Um ano de eleição (Adaptado). Revista Carta Capital. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/revista/876/um-ano-de-eleicao-3977.html. Acesso em: 09/02/2014.)

Os sinais diacríticos, como a vírgula, os dois-pontos, os parênteses e outros, contribuem significativamente para o bom entendimento do texto, tornando o conhecimento sobre eles algo extremamente necessário. Assim, analise e assinale a alternativa CORRETA.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: letra A

     

    ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

    Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe o exemplo:

    Esta foi uma 

    redação            bem-sucedida.
                Substantivo           Adjetivo (Adjunto Adnominal)

     

    Note que  o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja:

    Esta foi uma redação              que fez sucesso.
       Oração Principal                Oração Subordinada Adjetiva

     

       Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede.

    Obs.: para que dois períodos se unam num período composto, altera-se  o modo verbal da segunda oração.

    Atenção:

    Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo queele sempre pode ser substituído por:

    o qual - a qual - os quais -as quais

     

    Por Exemplo:

    Refiro-me ao aluno que é estudioso.

     

    Essa oração  é equivalente a:

     

    Refiro-me ao aluno 

    o qual estuda.

    Forma das Orações Subordinadas Adjetivas

    Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivasreduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).

    Por Exemplo:

    Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
    Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

     

    No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo"que" e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.

  • o periodo separado pelas virgulas nao é simples?

     

  • Já vi Oração Subordinada Adjetiva, mas "Período Composto Subordinado Adjetivo", não.

  • Alguém pode explicar pq a letra C está errada ? Não consegui identificar o erro.
  • Acredito que na letra '' c'' caso retire a vírgula o sentido será alterado. Fiquei em dúvida entre a '' d'' e a ''a'', se alguém souber me fale.

  • LETRA   C -   “Os eleitores não vão às urnas para ‘enviar sinais’, de apoio ou reprovação dos governadores ou do presidente.” A virgula não é facultativa   nesse caso é explicativa, está explicando que tipo de sinais. 

  •  a)“Em seu estranho ritmo, que mistura o frenesi das elites com a calma do povo, a política brasileira chega a mais um ano eleitoral” (1º parágrafo), as vírgulas servem para separar um período composto subordinativo adjetivo. SIM! É uma ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA. (Período Composto = 2 orações = 2 verbos = mistura / chega)

    b)Em “Nada indica que a eleição deste ano será diferente.” (5º parágrafo), o ponto final desse trecho poderia ser substituído por dois-pontos sem alteração de sentido. NÃO, POIS ALTERARIA O SENTIDO DA ORAÇÃO.

     c) Em “Os eleitores não vão às urnas para ‘enviar sinais’, de apoio ou reprovação dos governadores ou do presidente.” (7º parágrafo) a vírgula é facultativa, uma vez que, sem ela, o sentido da expressão não se alteraria no texto. NÃO É FACULTATIVA, POIS SEM A VÍRGULA O SENTIDO DA ORAÇÃO SERIA COMPLETAMENTE ALTERADO: "Os eleitores não vão às urnas para ‘enviar sinais’ de apoio ou de reprovação dos governadores ou do presidente.” ( nem para apoiar e nem para reprovar) X COM A VÍRGULA: "Os eleitores não vão às urnas para ‘enviar sinais’, de apoio ou de reprovação dos governadores ou do presidente.” (seja para apoiar ou seja para reprovar)

    d)Em “Os sinais estão no ar: os pré-candidatos e seus patronos movimentam-se, pesquisas de intenção de voto são divulgadas, cálculos e especulações correm soltos.” (2º parágrafo), os dois-pontos introduzem uma citação de vários termos que se referem à palavra “ar”. O QUE ESTÁ NO AR? R: OS SINAIS (SUJEITO). TUDO QUE ESTÁ DEPOIS DOS DOIS-PONTOS É UM TERMO EXPLICATIVO CHAMADO DE APOSTO, QUE SE REFERE AO SUJEITO.

    e) Em Os eleitores não vão às urnas para “enviar sinais” (7º parágrafo) e em Cerca de 10% disseram que “votariam com certeza” (12º parágrafo), as aspas desempenham a mesma função nos trechos sublinhados.NÃO! Em "para enviar sinais" é um COMPLEMENTO NOMINAL, e em "votariam com certeza" é OBJETO DIRETO, então as orações não desempenham a mesma função.

     

     

  • Letra A.

     

    a) “Em seu estranho ritmo, que mistura o frenesi das elites com a calma do povo, a política brasileira chega a mais um ano eleitoral” (1º parágrafo), as vírgulas servem para separar um período composto subordinativo adjetivo. Correto, é oração subordinada adjetiva explicativa.

    b) Em “Nada indica que a eleição deste ano será diferente.” (5º parágrafo), o ponto final desse trecho poderia ser substituído por dois-pontos sem alteração de sentido. Errado, pois a informação seguinte não explica a frase anterior ou faz citação da mesma (os dois pontos tem essa função).

    c) Em “Os eleitores não vão às urnas para ‘enviar sinais’de apoio ou reprovação dos governadores ou do presidente.” (7º parágrafo) a vírgula é facultativa, uma vez que, sem ela, o sentido da expressão não se alteraria no texto. Errado, pois com a vírgula indica que os sinais podem ser de apoio ou sinais de reprovação, já se retirar a vírgula os eleitores irão às urnas para enviar sinais de apoio e irão às urnas para reprovar governadores/presidentes.

    d)Em “Os sinais estão no ar: os pré-candidatos e seus patronos movimentam-se, pesquisas de intenção de voto são divulgadas, cálculos e especulações correm soltos.” (2º parágrafo), os dois-pontos introduzem uma citação de vários termos que se referem à palavra “ar”. Errado, o aposto/explicação se refere ao sujeito "sinais".

    e) Em Os eleitores não vão às urnas para “enviar sinais” (7º parágrafo) e em Cerca de 10% disseram que “votariam com certeza” (1'2º parágrafo), as aspas desempenham a mesma função nos trechos sublinhados. Errado, pois "...vão às urnas para “enviar sinais” é objeto indireto e "disseram que “votariam com certeza” é objeto direto.

  • a virgula e obrigatoria no isolamento de uma oraçao subordinada adjetivas explicativas.

  • Em relação a letra "E" desta questão, os colegas - Mariana Oliveira e Luciano Vale - classificaram sintaticamente os elementos entre aspas, quando, na minha opinião, o enunciado diz respeito quanto à intenção das aspas. Se alguém concordar e puder explicar, agradeço. Abraço a  todos.

  • O texto da alternativa A, ao meu ver, ficou mal redigido. A função das vírgulas é separar uma oração subordinada adjetiva explicativa. 

  • Concordo contigo edilson, as aspas em '' enviar sinais'' seria como uma ironia e em votariam com certeza  seria a fala de quem vai as urnas.

  • Em “Os eleitores não vão às urnas para ‘enviar sinais’, de apoio ou reprovação dos governadores ou do presidente.” (7º parágrafo) a vírgula é facultativa, uma vez que, sem ela, o sentido da expressão não se alteraria no texto.

    A VÍRGULA AQUI NÃO SERIA PROIBIDA! NUNCA VI VÍRGULA ANTES DE UMA PREPOSIÇÃO "D"