SóProvas


ID
1884160
Banca
FUNCAB
Órgão
EMSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Como seremos amanhã?

  Estar aberto às novidades é estar vivo. Fechar-se a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio entre as duas atitudes ajuda a nem ser antiquado demais nem ser superavançadinho, correndo o perigo de confusões ou ridículo. 
      Sempre me fascinaram as mudanças - às vezes avanço, às vezes retorno à caverna. Hoje andam incrivelmente rápidas, atingindo usos e costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de mundo se transforma, mas penso que não no mesmo ritmo; então, de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo atrás: “Nossa! Como tudo mudou!”
     Nos usos e costumes a coisa é séria e nos afeta a todos: crianças muito precocemente sexualizadas pela moda, pela televisão, muitas vezes por mães alienadas. [...]
       Na saúde, acho que melhorou. Sou de uma infância sem antibióticos. A gente sobrevivia sob os cuidados de mãe, pai, avó, médico de família, aquele que atendia do parto à cirurgia mais complexa para aqueles dias. Dieta, que hoje se tornou obsessão, era impensável, sobretudo para crianças, e eu pré- adolescente gordinha, não podia nem falar em “regime” que minha mãe arrancava os cabelos e o médico sacudia a cabeça: “Nem pensar”.
     Em breve estaremos menos doentes: célula-tronco e chips vão nos consertar de imediato, ou evitar os males. Teremos de descobrir o que fazer com tanto tempo de vida a mais que nos será concedido... [...]
    Quem sabe nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta. Não creio em igualdade, mas em dignidade para todos. Talvez haja menos guerras, porque de alguma forma seremos menos violentos. 
[...]
      As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades. Mas as emoções humanas, estas eu penso que vão demorar a mudar. Todos vão continuar querendo mais ou menos o mesmo: afeto, presença, sentido para a vida, alegria. Desta, por mais modernos, avançados, biônicos, quânticos, incríveis, não podemos esquecer. Ou não valerá a pena nem um só ano a mais, saúde a mais, brinquedinhos a mais. Seremos uns robôs cinzentos e sem graça! 

Lya Luft, Veja. São Paulo, 2 de março, 2011, p.24 

A última vírgula do trecho: “As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades.” foi empregada para:

Alternativas
Comentários
  • Ponto e vírgula ( ; )

    O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos:

     

    - Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.

     

    Por Exemplo:

    O rio está poluído; os peixes estão mortos.

     

    - Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula.

    Por Exemplo:

     

    O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra.

     

    - Para separar itens de uma enumeração.

    Por Exemplo:

     

    No parque de diversões, as crianças encontram:
    brinquedos;
    balões;
    pipoca.

     

    - Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vírgula.

    Por Exemplo:

     

    Gostaria de vê-lo hojetodavia, só o verei amanhã.

     

    - Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.

    Por Exemplo:

    Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

     

    http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono31.php

     

  • Gabarito B

     

    “As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos terão novas sensações e possibilidades.”

     

    Trata-se de uma elipse, a última vírgula substitui o verbo ter.

  • Trata-se de uma elipse, a última vírgula substitui o verbo ter.

  • A segunda oração não pode ser oração coordenada por que falta verbo (terão) e, como sabemos, a oração coordenada apresenta estrutura sintática completa (sujeito + predicado implícitos ou explícitos). 

  •  “As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades.” 

     “As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos terão novas sensações e possibilidades.” 

    Esta vírgula que substitui o verbo na oração, no caso aqui o verbo "ter", chama-se VÍRGULA VICÁRIA ou ZEUGMA.

  • “As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades.”

    A palavra "outras" indica uma enumeração com paralelismo.

    O ponto e vírgula indica que alguma coisa esta fora do lugar ou que algo foi suprimido.

    E a vígula depois de ''Adultos" indica que o verbo foi suprimido para não haver repetição do verbo que já foi citado na 1° enumeração.

  • Na verdade, trata-se de ZEUGMA, figura que representa uma elipse verbal, ou seja, a supressão de um verbo (ou locução verbal) expresso anteriormente (terão)

  • ELIPSE

  • zeugma  evitando a repetiçao de termos

  • elipse caracteriza-se  pela  omissão de  um  termo facilmente identificado. Em “Saímos cedo do trabalho”, temos  a  elipse do pronome pessoal nós, que está  subentendido na flexão verbal.  O zeugma é apresentado, em  algumas  gramáticas,  como  um tipo especial de elipse, uma vez que  também  se caracteriza pela  omissão de  um termo  na oração; porém, no zeugma, ocorre a omissão de  um  termo  anteriormente expresso.

     

    Observe:

    Compramos café e leite; Marcos, torradas e queijo.

     

    No exemplo acima, temos  uma  elipse do  sujeito (o pronome pessoal nós) e um zegma do  verbo  comprar.

     

     

    GABARITO: B

  • elipse verbal galera!

     

  • Gabarito letra b.

    A vírgula foi utilizada para marcar a omissão da palavra “terão”.