O crescimento dos governos é
antigo e precede do século XX. O efeito foi na década de 1880 e o economista
Adolph Wagner formulou uma análise que foi nomeada de lei de Wagner, ou melhor,
conhecida como a lei dos dispêndios públicos crescentes. Essa lei diz que o
desenvolvimento das sociedades modernas e industriais provocaria décadas depois
a pressões crescentes no aumento dos gastos públicos. Existem algumas causas
explicadas pelo autor além dos períodos isolados das grandes guerras e que
geraram grandes déficits aos países que são os fatores demográficos e também a
urbanização. O crescimento demográfico esta ligado diretamente ao
envelhecimento da população. Com esse envelhecimento a tendência dos gastos com
saúde, previdência social tende a serem maiores com o passar do tempo. Embora
os gastos sejam descontados pelos tributos pagos, estes crescem mais do que a
arrecadação. No caso da urbanização, pode ser explicada, por exemplo, que a
migração da população rural para as cidades, que no caso brasileiro entre 1950
e 1980 passou de 36% para 68%. Esse fenômeno é conhecido como êxodo rural. Essa
mudança cria um aumento pela demanda dos serviços públicos, como saúde,
transporte, educação. Quando essa parcela da população é mais rural, a sua
sobrevivência se resume a agricultura de subsistência, demandando menos os
serviços ofertados pelo governo.
Existem também outras duas causas que
explicam o endividamento público crescente e segundo Giambiagi e Além (2008) que
explica a lei de Wagner é o PIB/per capita e aumento dos preços dos serviços.
Com o aumento do PIB/per capita, ou seja, o aumento da renda gera um aumento da
escolaridade da população, e por consequência o aumento por pressões de
serviços públicos melhores, como saúde de qualidade, boa educação, saneamento,
entre outros. Essa migração da população das classes mais pobres para a
conhecida classe média gera uma classe social com mais consciência dos seus
direitos e exigem mais dos seus governantes. Do contrário, populações com
níveis de escolaridade menor tendem a ser mais passivas e fazem menos pressão
por serviços públicos com melhor qualidade.