SóProvas


ID
1886611
Banca
FCC
Órgão
TRF - 3ª REGIÃO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Estava mal chegando a São Paulo, quando um repórter me provocou: "Mas como, Chico, mais um samba? Você não acha que isso já está superado?" Não tive tempo de me defender ou de atacar os outros, coisa que anda muito em voga. Já era hora de enfrentar o dragão, como diz o Tom, enfrentar as luzes, os cartazes, e a plateia, onde distingui um caro colega regendo um coro pra frente, de franca oposição. Fiquei um pouco desconcertado pela atitude do meu amigo, um homem sabidamente isento de preconceitos. Foi-se o tempo em que ele me censurava amargamente, numa roda revolucionária, pelo meu desinteresse em participar de uma passeata cívica contra a guitarra elétrica. Nunca tive nada contra esse instrumento, como nada tenho contra o tamborim. O importante é Mutantes e Martinho da Vila no mesmo palco.  

      Mas, como eu ia dizendo, estava voltando da Europa e de sua música estereotipada, onde samba, toada etc. são ritmos virgens para seus melhores músicos, indecifráveis para seus cérebros eletrônicos. "Só tenho uma opção, confessou-me um italiano − sangue novo ou a antimúsica. Veja, os Beatles, foram à Índia..." Donde se conclui como precipitada a opinião, entre nós, de que estaria morto o nosso ritmo, o lirismo e a malícia, a malemolência. É certo que se deve romper com as estruturas. Mas a música brasileira, ao contrário de outras artes, já traz dentro de si os elementos de renovação. Não se trata de defender a tradição, família ou propriedade de ninguém. Mas foi com o samba que João Gilberto rompeu as estruturas da nossa canção. E se o rompimento não foi universal, culpa é do brasileiro, que não tem vocação pra exportar coisa alguma.

      Quanto a festival, acho justo que estejam todos ansiosos por um primeiro prêmio. Mas não é bom usar de qualquer recurso, nem se deve correr com estrondo atrás do sucesso, senão ele se assusta e foge logo. E não precisa dar muito tempo para se perceber "que nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha".


(Adaptado de: HOLANDA, Chico Buarque de, apud Adélia B. de Menezes, Desenho Mágico: Poesia e Política em Chico Buarque, São Paulo, Ateliê, 2002, p. 28-29) 

Depreende-se da frase ... nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha que

Alternativas
Comentários
  • Oi.

     

    Alguém me salva?

  • A conjunção "nem",no contexto, traz a ideia de que há exceção à regra geral, assim nem toda loucura é genial (característica do que é singular, ímpar), bem como, nem toda lucidez é velha (característica de velhice).

  • Nessa questão, deve-se fazer uma análise contrária a que normalmente é realizada nas demais questões, pois o comando serve como ressalva para o que é afirmado na alternativa correta - A.

     

    Esquematizando:

     

    JÁ QUE a loucura, o mais das vezes, é vista como uma característica que marca a singularidade EU POSSO RESSALVAR QUE nem toda loucura é genial

     

    JÁ QUE a lucidez é um atributo costumeiro da velhice EU POSSO RESSALVAR QUE   nem toda lucidez é velha

     

  • chega bateu desanimo com essa questao.

  • Chega fiquei desorientada depois dessa...

  • Depreende-se da frase ... nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha que:

    Resposta: a loucura, o mais das vezes, é vista como uma característica que marca a singularidade, enquanto a lucidez é um atributo costumeiro da velhice. 

    ``o mais das vezes´´ ou `´as mais das vezes´´: ambas as expressões existem e servem para indicar a maioria das vezes que um fato ocorre/frequência.

    Assim, a loucura em grande parte é vista como marca de sigularidade e a lucidez como algo costumeiro, no entanto, nem sempre os fatos obedecem esse comando, pois, toda regra tem sua exceção. 

     

  • Gente essa prova foi desafiadora!!!!! E eu que pensei que estava bem em portugês...

  • FGV disfarçada de FCC? rsrs

  • a loucura, o mais das vezes, é vista como uma característica que marca a singularidade, enquanto a lucidez é um atributo costumeiro da velhice

     

    meio que a questão relativizou o termo para ser "blindada" de recurso.

     

    Já fiz inumeras questoes da FCC que, geralmente, essas palavras relativizam e poe a assertiva como certa: EM REGRA, NEM SEMPRE, POR VEZES, GERALMENTE, NEM TUDO.

     

    de volta à luta.

  • Engraçada é a quantidade de acertos. kkkkkkkkkkkkkk quem vê pensa que ninguém responde essa questão já sabendo da resposta.

  • Só eu achei que a "B" estava correta, a "A" é " pra enloquecer o peão".

    Até pq se fala em Depreende-se...

    cabeça em curto depois dessa ¬¬

  • Resposta: A

    Podem-se extrair duas ideias implícitas nessa frase do texto:

    “...nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha.”

    1 - Ao usar o a expressão “nem toda”, o autor quer fugir do senso comum em relação à loucura e à lucidez;

    2 - Chegando à primeira ideia, é possível notar que o autor entende que o “senso comum” é ligar a loucura à genialidade e a lucidez à velhice.

    Conclusão: segundo a ideia extraída da frase: a loucura, o mais das vezes, é vista como uma característica que marca a genialidade (ou singularidade) enquanto a lucidez costuma ser atributo da velhice.

    Bons estudos!

  • Essa questão lembra o subjetivismo psicótico da FGV! Dá medo...

  • a) a loucura, o mais das vezes, é vista como uma característica que marca a singularidade, enquanto a lucidez é um atributo costumeiro da velhice.  ou seja, nem sempre a velhice é sinônimo de lucidez, assim como nem sempre a loucura marca a singularidade, a extraordinariedade.

  • Muito subjetiva. 

    Loucura não me lembra singularidade, nem genialidade, objetivamente falando. Loucura me lembra, pelo contrário, falta de genialidade, não falar coisa com coisa.

  • Essa prova de português foi muito dificil.

  • Na minha humilde opinião a questão deveria ser anulada, por que?

     

    "nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha"

     

     a) a loucura, o mais das vezes, é vista como uma característica que marca a singularidade, enquanto a lucidez é um atributo costumeiro da velhice

     

    Não tem como afirmar a segunda parte pois segundo o texto "NEM TODA LUCIDEZ É VELHA" e a letra A afirma que a lucidez é um atributo da velhice, ou seja, generalizou! A lucidez não necessariamente será velha!

     

    Quem concorda comigo dá um joinha!

     

     

  • Gabarito letra A.

     

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  • "Depreende-se da frase ... nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha que

     a)a loucura, o mais das vezes, é vista como uma característica que marca a singularidade, enquanto a lucidez é um atributo costumeiro da velhice. "

    Primeiramente, o termo depreende-se demanda do candidato sua COMPREENSÃO sobre o que a frase diz. Devemos portanto ir além do que está explícito.
    O termo "o mais das vezes" diz que NA MAIORIA DAS VEZES a loucura é vista como genial e que NA MAIORIA DAS VEZES a lucidez é velha.
    É exatamente o que se entende do trecho, já que o autor foge do comum dizendo que NEM TODA loucura é genial e que NEM TODA lucidez é velha. Ele diz isso exatamente porque NA MAIORIA DAS VEZES  elas são vistas como genial e velha, respectivamente.
     

  • Essa prova de portugues do TRF 3 tava de lascar mesmo, aonde a FCC quer chegar assim? Vamos ser mais coesos nas questões ai pelo amor de Deus, pois quem estuda ta sendo prejudicado com essa palhaçada.

  • QUE???

    De longe, a prova mais difícil de português que já fiz da FCC... Extremamente subjetiva!

  • Entendo que há dificuldades em acertar determinadas questões, mas a minha experiência diz que, na dúvida, marque a assertiva com cara de mais simples. É sempre a correta. ;)

  • Concordo, letra (a), mas a (b) não está longe de estar correta também..

  • FALTA DE SEXO

  • Interpretação é um bicho muito esquisito, o negócio é ler todos os dias pra entender como funciona.

  • Loucura total


  • Essa prova de português é pra desanimar concurseiros, mas vamos respirar fundo e seguir tentando. Fé!

  • Deus me free.

  • Muita loucura...