SóProvas


ID
1894909
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Rosana - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia a crônica Caso de polícia, de Ivan Angelo, e responda à questão.

      Desde que viu pela primeira vez um filme policial, o rapaz quis ser um homem da lei. Sonhava viver aventuras, do lado do bem. Botar algemas nos pulsos de um criminoso e dizer, como nos livros: “Vai mofar na cadeia, espertinho”.

      Estudou Direito com o objetivo de ser delegado de polícia. No início do curso, até pensou em tornar-se um grande advogado criminal, daqueles que desmontam um por um os argumentos do nobre colega, mas a partir do segundo ano percebeu que seu negócio eram mesmo as algemas. Assim que se formou, inscreveu-se no primeiro concurso público para delegado. Fez aulas de defesa pessoal e tiro. Estudou tanto que passou em primeiro lugar e logo saiu a nomeação para uma delegacia em bairro de classe média, Vila Mariana.

      No dia de assumir o cargo, acordou cedo, fez a barba, tomou uma longa ducha, reforçou o desodorante para o caso de algum embate prolongado, vestiu o melhor terno, caprichou na gravata e olhou-se no espelho satisfeito. Encenou um sorriso cínico imitando Sean Connery e falou:

      – Meu nome é Bond. James Bond.

      Na delegacia, percorreu as dependências, conheceu a equipe, conferiu as armas, as viaturas, e sentou-se à mesa, à espera do primeiro caso. Não demorou: levaram até ele uma senhora idosa e enfezada.

      – Doutor, estão atirando pedras no meu varal!

      Adeus 007. O delegado-calouro caiu na besteira de dizer à queixosa que aquilo não era crime.

      – Não é crime? Quer dizer que podem jogar pedras no meu varal?

      – Eu não posso prender ninguém por isso.

      – Ah, é? Então a polícia vai permitir que continuem a jogar pedras no meu varal? A sujar minha roupa?

      James Bond não tinha respostas. Procurou saber quem jogava as pedras. A velha senhora não sabia, mas suspeitava de alguém da casa ao lado. O delegado mandou “convidarem” o vizinho para uma conversa e pediu que trancassem a senhora numa sala.

      – Ai, meu Deus, só falta ser um velhinho, para completar! – murmurou o desanimado Bond.

      Era um velhinho que confessou tudo dando risadinhas travessas. Repreendeu-o com tom paterno:

      – O senhor não pode fazer uma coisa dessas. Por que isso, aborrecer as pessoas?

      – É para passar o tempo. Vivo sozinho, e com isso eu me divirto um pouco, né?

      O moço delegado cruzou as mãos atrás da cabeça, fechou os olhos e meditou sobre os próximos trinta anos. Pensou também na vida, na solidão e em arranjar uma namorada. Abriu os olhos e lá estava o velhinho.

      – Pois eu vou contar uma coisa. A sua vizinha, essa do varal, está interessadíssima no senhor, gamadona.

      O velho subiu nas nuvens, encantado. Recusou-se a dar mais detalhes, mandou-o para casa, e chamou a senhora:

      – Ele esteve aqui. É um senhor de idade. Bonitão, viu? Confessou que fez tudo por amor, para chamar a sua atenção. Percebeu que uma chama romântica brilhou nos olhos dela.

      Caso encerrado.

                             (Humberto Werneck, Org. Coleção melhores crônicas

                                                          Ivan Angelo. Global, 2007. Adaptado)

Leia a frase.

O velhinho ficou encantado ao pensar que a vizinha se interessava por ele, ____________ o delegado-calouro recusou-se a dar mais detalhes _____________ mandou-o para casa, chamando posteriormente a senhora queixosa ___________ ambos finalizassem a conversa.

Para que a frase mantenha o sentido do texto, as lacunas devem ser preenchidas, correta e respectivamente, por:

Alternativas
Comentários
  • Entretanto...e...para que.

     

    Alternativa D

  • ja dava pra eleminar a A, B e E pois 'quando' é advérbio e assim como o 'que' é particula atrativa de pronome. Logo, a frase não poderia conter "mandou-o"

    a letra C torna a frase totalmente sem sentido ao preencher as lacunas.

  •  O velhinho ficou encantado ao pensar que a vizinha se interessava por ele, _entretanto_ o delegado-calouro recusou-se a dar mais detalhes _e_ mandou-o para casa, chamando posteriormente a senhora queixosa _para que_ ambos finalizassem a conversa.

    Boa sorte e bons estudos!

  • As conjunções usadas foram, respectivamente: 1. coordenativa adversativa, 2. coordenativa aditiva e 3. subordinativa de finalidade.

  • Gab. D

    .

    1. Conjunção coordenada adversativa: são as conjunções que unem pensamentos ou ideias contrárias. A principal é o "mas". Apresentam também força adversativa os seguintes conectores: porém; contudo; todavia; entretanto; no entanto; senão; que (= mas); ainda assim.

    .

    2. Conjunção coordenada aditiva: ligam duas orações, aproximando-as numa relação de soma, de adição. Exemplos de conectores: e; nem; também; bem assim; bem como; não só... mas (também); não só... bem como; que (= e).

    .

    3. Conjução subordinativa de finalidade: são conjunções que estabelecem uma relação de fim (finalidade) com a ideia principal do período. Exemplos: que (= para que); porque (= para que); para que; a fim de que.

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    Fonte: BEZERRA, Rodrigo. "Nova Gramática da Língua Portuguesa para concursos". 6ª ed. Editora: Método. Págs.349 a 360.

    .

    Bons estudos!!

  • Exatamente, sabendo-se dos fatores proclíticos elimina diversas alternativas

  • TEXTO MASSA KKK!