Questão errada. (não queria ser prolixo, mas precisei de dois parágrafos para responder a questão)
Para Sposati (1996) é inviável o enfrentamento das condições de pobreza sem mudanças estruturais no modelo econômico concentrador, embora a inserção da questão na agenda pública brasileira, em meados da década de 1990, represente um avanço. (interpretação: se é inviável o enfretamento da pobreza sem mudanças estruturais, significa dizer que, a pobreza tem natureza estrutural, advinda de um sistema perverso, que conhecemos por capitalismo).
A década de 1950 teve como característica o investimento estatal em políticas desenvolvimentistas e a busca do crescimento econômico. A intervenção planejada do Estado nos processos voltados ao desenvolvimento social e econômico impulsionou a criação e a expansão de novas empresas estatais. A ideologia desenvolvimentista apoiava‑se na tese de que o atraso dos países do Terceiro Mundo era consequência de seu precário sistema industrial e de suas insuficiências tecnológicas. No contexto desenvolvimentista, as instituições sociais direcionavam seus programas para uma política de integração participativa dos mais pobres no processo de desenvolvimento nacional, e a pobreza era abordada como resultado de um insuficiente desenvolvimento econômico, do estágio ainda não suficientemente desenvolvido do país e, portanto, como fenômeno não estrutural (YAZBEK, 2012, p. 291 e 299). (interpretação: como se observa do texto em destaque, quem considera a pobreza como fenômeno não estrutural é a política desenvolmentista ou a ideologia desenvolvimentista, que por sua vez, favorece ou atende a agenda neoliberal com suas ações focalizadas, de caráter generalista voltada ao alívio da pobreza.)
Referência: YAZBEK, Maria Carmelita. Pobreza no Brasil contemporâneo e formas de seu enfrentamento . Revista de políticas Programa de Pós-Graduação em políticas públicas da UFMA, São Luís, v. 9, n. 1. jan/jun. 2005.
Apesar de os programas de transferência de renda condicionada conseguirem alcançar milhões de brasileiros e, realmente não resolverem a situação da pobreza, apenas amenizando-a, a questão torna-se errada porque a pobreza tem natureza muito mais estrutural do que conjuntural.
Barros, Camargo e Mendonça (1993) consideram o fenômeno da pobreza em dois aspectos:
→ Pobreza estrutural: quando a pobreza persiste ao longo do tempo e o indivíduo não consegue renda suficiente para atender suas necessidades básicas;
→ Pobreza conjuntural: quando a pobreza é decorrente de causas circunstanciais como doença temporária e desemprego que colocam pessoas temporariamente abaixo da linha da pobreza.
Gabarito: errado
BARROS, R.P.; CAMARGO, J.M. e, R. e MENDONÇA R. Uma agenda de combate à pobreza no Brasil. In Perspectivas da Economia Brasileira, Rio de janeiro: IPEA, 1993.