SóProvas


ID
1949239
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      O desaparecimento dos livros na vida cotidiana e a diminuição da leitura é preocupante quando sabemos que os livros são dispositivos fundamentais na formação subjetiva das pessoas. Nos perguntamos sobre o que os meios de comunicação fazem conosco: da televisão ao computador, dos brinquedos ao telefone celular, somos formados por objetos e aparelhos.

      Se em nossa época a leitura diminui vertiginosamente, ao mesmo tempo, cresce o elogio da ignorância, nossa velha conhecida. Há, nesse contexto, dois tipos de ignorância em relação às quais os livros são potentes ou impotentes. Uma é a ignorância filosófica, aquela que em Sócrates se expunha na ironia do "sei-que-nada-sei". Aquele que não sabe e quer saber pode procurar os livros, esses objetos que guardam tantas informações, tantos conteúdos, que podemos esperar deles muita coisa: perguntas e, até mesmo, respostas. A outra é a ignorância prepotente, à qual alguns filósofos deram o nome de "burrice". Pela burrice, essa forma cognitiva impotente e, contudo, muito prepotente, alguém transforma o não saber em suposto saber, a resposta pronta é transformada em verdade. Nesse caso, os livros são esquecidos. Eles são desnecessários como "meios para o saber". Cancelada a curiosidade, como sinal de um desejo de conhecimento, os livros tornam-se inúteis. Assim, a ignorância que nos permite saber se opõe à que nos deforma por estagnação, A primeira gosta dos livros, a segunda os detesta.

      [ ... ]

      Para aprender a perguntar, precisamos aprender a ler. Não porque o pensamento dependa da gramática ou da língua formal, mas porque ler é um tipo de experiência que nos ensina a desenvolver raciocínios, nos ensina a entender, a ouvir e a falar para compreender. Nos ensina a interpretar. Nos ajuda, portanto, a elaborar questões, a fazer perguntas. Perguntas que nos ajudam a dialogar, ou seja, a entrar em contato com o outro. Nem que este outro seja, em um primeiro momento, apenas cada um de nós mesmos. 

      Pensar, esse ato que está faltando entre nós, começa aí, muitas vezes em silêncio, quando nos dedicamos a esse gesto simples e ao mesmo tempo complexo que é ler um livro, É lamentável que as pessoas sucumbam ao clima programado da cultura em que ler é proibido. Os meios tecnológicos de comunicação são insidiosos nesse momento, pois prometem uma completude que o ato de ler um livro nunca prometeu. É que o ato da leitura nunca nos engana. Por isso, também, muitos afastam-se dele. Muitos que foram educados para não pensar, passam a não gostar do que não conhecem. Mas há quem tenha descoberto esse prazer que é o prazer de pensar a partir da experiência da linguagem - compreensão e diálogo - que sempre está ofertada em um livro. Certamente para essas pessoas, o mundo todo - e ela mesma - é algo bem diferente. 

(TIBURI, Márcia. Potência do pensamento: por uma filosofia política da leitura. Disponível em http://revistacult.uol.com.br - 31 de jan. 2016 - com adaptações) 

Assinale a opção na qual a regência do verbo destacado foi utilizada de acordo com a modalidade padrão.

Alternativas
Comentários
  • Dois GAB A e C

  • A gramática condena construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por pessoa.

     

    Eu custo a acreditar que ... ERRADO

     

    Custo-me (a mim) acreditar que ... CERTO

     

     

     

  • Pq a " B" está errada?

  • O professor sempre SE lembrava de comentar...

    Por isso não pode ser letra B, franciso ferreira. 

  • Custa-me acreditar nisso. Assim seria correto.

     

  • REGÊNCIA DO VERBO PUXAR:

    1) Sentido de parecer ---> ao (ex: o menino puxou ao pai).

    2) Sentido de arrastar ---> sem preposição (ex: o menino arrastou o pai).

    (Fonte: https://faciletrando.wordpress.com/2015/02/21/regencia-verbal/)

  • A) Verbo custar só definido como correto quando for pronominal. --> "Custo-me a acreditar que".

    B) Verbo lembrar só é acompanhado da preposição (de) quando for pronominal. --> O professor sempre lembrava-se de comentar"

    C) Verbo implicar, quando indica acarretar é verbo transitivo direto, ou seja, não pede preposição.

    D) Verbo puxar quando sinônimo de parecer é verbo transitivo indireto. Puxou "ao" pai--> preposição a + artigo o.

    E) Quem prefere, prefere algo a outro, não do que outro. --> "Pessoas sensatas prefetem uma boa conversa a um programa de Tv."

  • (A) ERRADA

    Eu custo a acreditar que existem pessoas desprezando livros em troca de computadores.

    custo = VTD

    (B) ERRADA

    O professor sempre lembrava de comentar as notícias internacionais após a aula.

    lembrava - VTD

    (C) CORRETA

    Dedicar-se ao trabalho implica, sempre, resultados eficazes, profícuos e confiáveis.

    implica = VTD

    (D) ERRADA

    Todos dizem que este menino puxou o (ao) pai quando o assunto é esportes aquáticos.

    puxou (sentido de 'parecer') = VTD

    (E) ERRADA

    Pessoas sensatas preferem muito mais uma boa conversa do que (a) um programa de TV,

    preferem- VTI

  • A

    Eu custo me a acreditar que existem pessoas desprezando livros em troca de computadores.

    B

    O professor sempre se lembrava de comentar as notícias internacionais após a aula.

    C

    Dedicar-se ao trabalho implica, sempre, resultados eficazes, profícuos e confiáveis.

    D

    Todos dizem que este menino puxou ao pai quando o assunto é esportes aquáticos.

    E

    Pessoas sensatas preferem muito mais uma boa conversa a um programa de TV,

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