SóProvas


ID
1979947
Banca
AOCP
Órgão
Sercomtel S.A Telecomunicações
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Perdoar e esquecer

Quando a vida se transforma num tango, é difícil não dançar ao ritmo do rancor

                                                                                                                                        Ivan Martins

Hoje tomei café da manhã num lugar em que Carlos Gardel costumava encontrar seus parceiros musicais por volta de 1912. É um bar simples, na esquina da rua Moreno com a avenida Entre Rios, chamado apropriadamente El Encuentro.

Nunca fui fã aplicado de tango, mas cresci ouvindo aqueles que a minha mãe cantava enquanto se movia pela casa. Os versos incandescentes flutuam na memória e ainda me emocionam. Soprado pelo fantasma de Gardel, um deles me veio aos lábios enquanto eu tomava café no El Encuentro: “Rechiflado en mi tristeza, te evoco y veo que has sido...”

Vocês conhecem Mano a mano, não?

Essencialmente, é um homem falando com a mulher que ele ama e que parece tê-lo trocado por uma vida melhor. Lembra, em espírito, o samba Quem te viu, quem te vê, do Chico Buarque, mas o poema de Gardel é mais ácido e rancoroso. Paradoxalmente, mais sutil. Não se sabe se o sujeito está fazendo ironia ou se em meio a tantas pragas ele tem algum sentimento generoso em relação à ex-amante. Nisso reside o apelo eterno e universal de Mano a mano – não é assim, partido por sentimentos contraditórios, que a gente se sente em relação a quem não nos quer mais?

Num dia em que estamos solitários, temos raiva e despeito de quem nos deixou. No outro dia, contentes e acompanhados, quase torcemos para que seja feliz. O problema não parece residir no que sentimos pelo outro, mas como nos sentimos em relação a nós mesmos. Por importante que tenha sido, por importante que ainda seja, a outra pessoa é só um espelho no qual projetamos nossos sentimentos – e eles variam como os sete passos do tango. Às vezes avançam, em outras retrocedem. Quando a gente acha que encontrou o equilíbrio, há um giro inesperado.

Por isso as ambiguidades de Mano a mano nos pegam pelas entranhas. É difícil deixar para trás o sentimento de abandono e suas volúpias. É impossível não dançar ao ritmo do rancor. Há uma força enorme na generosidade, mas para muitos ela é inalcançável. Apenas as pessoas que gostam muito de si mesmas são capazes de desejar o bem do outro em circunstâncias difíceis. A maioria de nós precisa ser amada novamente antes de conceder a quem nos deixou o direito de ser feliz. Por isso procuramos com tanto afinco um novo amor. É um jeito de dar e de encontrar paz.

No último ano, tenho ouvido repetidamente uma frase que vocês já devem ter escutado: Não se procura um novo amor, a gente simplesmente o encontra. O paradoxo é bonito, mas me parece discutível. Supõe que o amor é tão acidental quanto um tropeção na calçada. Eu não acho que seja. Imagina que a vontade de achar destrói a possibilidade de encontrar. Isso me parece superstição. Implica em dizer que se você ficar parado ou parada as coisas virão bater na sua porta. Duvido. O que está embutido na frase e me parece verdadeiro é que não adianta procurar se você não está pronto – mas como saber sem procurar, achar e descobrir que não estava pronto?

É inevitável que a gente cometa equívocos quando a vida vira um tango. Nossa carência nos empurra na direção dos outros, e não há nada de errado nisso. É assim que descobrimos gente que será ou não parte da nossa vida. Às vezes quebramos a cara e magoamos os outros. O tango prossegue. O importante é sentir que gostam de nós, e que nós somos capazes de gostar de novo. Isso nos solta das garras do rancor. Permite olhar para trás com generosidade e para o futuro com esperança. Não significa que já fizemos a curva, mas sugere que não estamos apenas resmungando contra a possibilidade de que o outro esteja amando. Quando a gente está tentando ativamente ser feliz, não pensa muito no outro. Esse é o primeiro passo para superar. Ou perdoar, como costuma ser o caso. Ou esquecer, como é ainda melhor.

No primeiro verso de Mano a mano, Gardel lança sobre a antiga amante a maldição terrível de que ela nunca mais voltará a amar. Mas, ao final da música, rendido a bons sentimentos, oferece ajuda e conselhos de amigo, quando chegar a ocasião. Acho que isso é o melhor que podemos esperar de nós mesmos. Torcer mesquinhamente para jamais sermos substituídos - mas estarmos prontos para aceitar e amparar quando isso finalmente, inevitavelmente, dolorosamente, vier a acontecer.

(Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/01/perdoar-e-esquecer.html)

Em “Quando a gente acha que encontrou o equilíbrio, há um giro inesperado.”, o termo em destaque recebe acento pela mesma regra que o vocábulo

Alternativas
Comentários
  • e-qui-lí-brio= paroxítona terminada em ditongo  Crescente

     

    a)ter-rí-vel= Paroxitona terminada em L

     

    b)des-trói= Oxítona terminada em Ditongo Aberto

     

    c)es-pí-ri-to= Proparoxítona

     

    d)ca-rên-cia= paroxítona terminada em ditongo Crescente

     

    e)di-fí-ceis=  paroxítona terminada em ditongo Aberto

     

  • Errei porque separei errado as sílabas rsrs

  • Em virtude da seguinte razão:

    E-qui-lí-brio: Paroxítona terminada em ditongo crescente

    d) Carência: ca-rên-cia: Paroxítona terminada em ditongo crescente

  • Agregando informação:

     

    "Os ditongos não são separados, mas os crescentes finais (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -ue, -uo) são vistos pela NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) e por muitos gramáticos como possíveis hiatos de palavras proparoxítonas acidentais, ou eventuais." [Fonte - A Gramática para Concursos Públicos - Fernando Pestana]

     

    O vocábulo equilíbrio pode ser considerado paroxítona terminada em ditongo crescente (mais comumente) ou proparoxítona acidental!

    Portanto, fiquem atentos às alternativas e ao comando das questões!

     

    bons estudos

  • vamos lá : carência=ca-rên-cia =paraxítona terminado em ditongo crescente ( CIA= ''i''=semi-vogal,''a''=vogal) ; difíceis =di-fí-ceis =paroxítona terminada em ditongo descrecente(CEIS=''e''=vogal ,''i''=semi-vogal) ; 

    gabarito :D, equilíbrio = paroxítona terminada em ditondo crescente , e-qui-lí-brio 

    mensagem do dia , estudar é preciso , caso quera mudar sua vida .

     

  • Paroxítona termianda em ditongo CRESCENTE.

     

  • ALGUÉM PODE ME EXPLICAR POR QUE DIFÍCEIS É UMA PAROX COM DITONGO ABERTO E NÃO UMA PAROX COM DITONGO DECRESCENTE? NÃO ENTENDO BEM DITONGO ABERTO E FECHADO

  • Obs.: "Difíceis" não termina em ditongo aberto. Termina em ditongo decrescente.

     

  • Proparoxítona aparente! alt(c)

  • e-qui-lí-brio= paroxítona terminada em ditongo  Crescente

    a)ter-rí-vel= Paroxitona terminada em L

    b)des-trói= Oxítona terminada em Ditongo Aberto

    c)es-pí-ri-to= Proparoxítona

    d)ca-rên-cia= paroxítona terminada em ditongo Crescente

    e)di-fí-ceis=  paroxítona terminada em ditongo Aberto**********

    Sr. Platão, não conheço a regra de acentuação de PAROXÍTONA TERMINADA EM DITONGO ABERTO, sim paroxítona terminada em i (s).

    E ai????

  • Achei que equilíbrio fosse ditongo decrescente, tanto que o "o" tem som de "u".

  • Paroxítona terminada em ditongo crescente
  • e-qui-lí-brio= paroxítona terminada em ditongo  Crescente

     

    a)ter-rí-vel= Paroxitona terminada em L

     

    b)des-trói= Oxítona terminada em Ditongo Aberto

     

    c)es-pí-ri-to= Proparoxítona

     

    d)ca-rên-cia= paroxítona terminada em ditongo Crescente

     

    e)di-fí-ceis=  paroxítona terminada em ditongo Aberto

     

    letra D

     

    Bons estudos!

  • equilíbrio (paroxítona terminada em ditongo Crescente  semivogal + vogal)

    Gab d

    ca-rên-cia= paroxítona terminada em ditongo Crescente

  • Questãozinha do mal essa.

    Pra mim a regra é paroxítona terminada em ditongo, e ponto final. 

    Essa questão de ser aberto, fechado, crescente ou decrescente não altera a regra básica.

    Se é paroxítona teminada em ditongo acentua e pronto.

    Se estou errado me corrijam por favor, mas não conheço nenhuma palavra que fuja a essa regra.

  • Para mim, a regra é dos HIATOS.

    e·qui·lí·bri·o

    ca·rên·ci·a

  • Pergunta boa.

  • ca-ren-cia

    e-qui-li-brio

    ambas terminam em ditongos CRESCENTES ( SV+V)

     

  • Gabarito D

     

    e-qui-lí-brio= paroxítona terminada em ditongo  Crescente

    ca-rên-cia= paroxítona terminada em ditongo Crescente

  • proparoxítona aparente OU paroxítona terminada em ditongo oral crescente

    admitida a separação em Portugal:

    ca-rên-ci-a

    e-qui-lí-bri-o

  • Sempre colocando esses textões para cansar o candidato. 

  • Giovanna Soares aqui não é lugar para SPAM, OK?!

  • e-qui-lí-brio= paroxítona terminada em ditongo  Crescente

     

    a)ter-rí-vel= Paroxitona terminada em L

     

    b)des-trói= Oxítona terminada em Ditongo Aberto

     

    c)es-pí-ri-to= Proparoxítona

     

    d)ca-rên-cia= paroxítona terminada em ditongo Crescente

     

    e)di-fí-ceis=  paroxítona terminada em ditongo decrescente  

     

  • Galera a regra que existe é paroxítona terminada em ditongo seguido ou não de S, que é o caso do vocábulo carência

     

    O vocábulo difíceis É OUTRA REGRA !  Seria a regra "normal das paroxítonas" -> São acentuadas as paroxítonas que NÃO terminam em A(s)/E(s)/O(s) EM / ENS

     

     

    É aquele velho lance das palavras que se encaixam em duas regras , a maioria dos gramáticos tende a dizer que primeiro se usa a regra "raiz" e depois vem aplicando as regras auxiliares.

    Então , "difíceis" primordialmente estaria na regra geral , pois termina em is , e supletivamente também se explica por terminar em ditongo seguido de s.

  • É uma regra muito específica. Na maioria das vezes as bancas consideram somente como paroxítona terminada em ditongo.

    Novo acordo ortográfico:

    "Da acentuação das palavras proparoxítonas

    1º-) Levam acento agudo:

    b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas aeo e ainda iu ou ditongo oral começado por vogal aberta, e que terminam por sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo etc.): álea, náusea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo, vácuo."

  • Retificando uma colega: difíceis: paroxítona terminada em ditongo decrescente e não aberto. Pois se fosse aberto não deveria ser acentuada, pois é uma paroxítona. E pela nova regra, não se acentua mais.

    Regra: perdem-se o acento as palavras com ditongo aberto- ÉU, ÓI, ÉI - em posição paroxítona.

    Continuam acentuadas as palavras oxítonas terminadas em ditongo aberto: herói, troféu, fiéis.

  • estudem paroxítonas crescente e decrescente pq despenca em prova

    I E U GERALMENTE SÃO SEMIVOGAIS

    Ø CRESCENTE: SV+V (primeiro vem a semi-vogal e depois a vogal. Ex: gló-ria)

    Ø DECRESCENTE: V+SV (primeiro vem a vogal e depois a semi-vogal. Ex: cha-péu)

  • Paroxítonas terminadas em ditongo crescente

    >>> Equilíbrio

    >>> Carência

    Ditongo crescente é o encontro vocálico, numa única sílaba, de uma semivogal (u;i) seguida de uma vogal. Por exemplo: quatro (ua); violência (ia); colégio (io)

    Ditongo decrescente é o encontro vocálico, numa só sílaba, de uma vogal seguida de uma semivogal (u;i) . Por exemplo: reinado(ei); pneu(eu)

  • Conviva com isto: Quando caí questões assim você meio que joga no par ou ímpar pra saber se o examinador quer o caso das proparoxítonas acidentais, ou não.

  • A questão em tela versa sobre acentuação gráfica e quer saber qual alternativa traz a palavra que é acentuada pela mesma regra de equilíbrio. Vejamos os conceitos e regras de acentuação:

    Na língua portuguesa, a sílaba tônica pode aparecer em três diferentes posições; consequentemente, as palavras podem receber três classificações quanto a esse aspecto:

    ➡Oxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a última: você, café, jiló…

    ▪São acentuadas as que terminam em: a, as, e, es, o, os, em, ens

    ➡Paroxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima: gente, âmbar, éter…

    ▪São as palavras mais numerosas da língua e justamente por isso as que recebem menos acentos. São acentuadas as que terminam em: i, is, us, um, l, n, r, x, ps, ã, ãs, ão, ãos, , ditongo oral, crescente ou decrescente (são semivogais e vogais que não se separaram numa sílaba) seguido ou não de s: águas, árduo, pônei

     ➡ Proparoxítonas - são aquelas cuja sílaba tônica é a antepenúltima: lágrima, trânsito…

    ▪São todas acentuadas.

    Quanto às de apenas uma sílaba, os chamados monossílabos: má, pó, fé…

    ▪São acentuados os terminados em: a, as, e, es, o, os.

     Equilíbrio é acentuada por ser uma paroxítona terminada em ditongo crescente ( veja que começa com "I" e termina com "a".

    I e U são semivogais e A,E e O são vogais e assim quando começar com semivogais serão crescentes e com vogal decrescentes. Ex: ie, ia, ua... (crescentes). Oi, ai, au...( decrescentes)

    Sabendo os conceitos, iremos inspecionar as alternativas, Vejamos:

    a) terrível.

    Incorreta. O acento é porque temos uma paroxítona terminada em "L".

    b) destrói.

    Incorreta. O acento é porque temos uma oxítona ditongo "oi".

    c) espírito.

    Incorreta. O acento é porque temos uma proparoxítona.

    d) carência.

    Correta. O acento é porque temos uma paroxítona terminada em ditongo crescente. Assim sendo, o nosso gabarito.

    e) difíceis.

    Incorreta. O acento é porque temos uma paroxítona terminada em ditongo decrescente.

    Referência bibliográfica: CIPRO NETO, Pasquale e INFANTE, Ulisses. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 2008. (Novo Acordo Ortográfico) 

    GABARITO: D

  • GABARITO: LETRA D

    ACRESCENTANDO:

    Regra de Acentuação para Monossílabas Tônicas:

    Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s).

    Ex.: má(s), trás, pé(s), mês, só(s), pôs

    Regra de Acentuação para Oxítonas:

    Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens).

    Ex.: so(s), axé(s), bon(s), vintém(éns)...

    Regra de Acentuação para Paroxítonas:

    Acentuam-se as terminadas em ditongo crescente ou decrescente (seguido ou não de s), -ão(s) e -ã(s), tritongo e qualquer outra terminação (l, n, um, r, ns, x, i, is, us, ps), exceto as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens).

    Ex.: hisria, ries, quei(s); órgão(s), órfã, ímãs; águam; cil, glúten, rum, cater, prótons, rax, ri, pis, rus, fórceps.

    Regra de Acentuação para Proparoxítonas:

    Todas são acentuadas. Ex.: álcool, quiem, máscara, nite, álibi, plêiade, náufrago, duúnviro, seriíssimo...

    Regra de Acentuação para os Hiatos Tônicos (I e U):

    Acentuam-se com acento agudo as vogais I e U tônicas (segunda vogal do hiato!), isoladas ou seguidas de S na mesma sílaba, quando formam hiatos.

    Ex.: sa-ú-de, sa-í-da, ba-la-ús-tre, fa-ís-ca, ba-ú(s), a-ça-í(s)...

    FONTE: A GRAMÁTICA PARA CONCURSOS PÚBLICOS 3ª EDIÇÃO FERNANDO PESTANA.

  • É possível ficar em dúvida entre a alternativa "D" - Carência e a alternativa "E" - Difíceis, uma vez que ambas são paroxítonas terminadas em ditongo.

    Contudo, perceba que tanto "Equilíbrio" (enunciado) como "Carência" (alternativa D) são terminadas em ditongo CRESCENTE. Já a palavra "Difíceis" é terminada com ditongo DECRESCENTE.

    Outra questão é que tanto "Equilíbrio" como "Carência" poderiam ser consideradas PROPAROXÍTONAS ACIDENTAIS/EVENTUAIS.