SóProvas


ID
1995889
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Cascavel - PR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                    As famílias da sociedade órfã


    A família transformou-se em bode expiatório das mazelas de nossa sociedade. Crianças se descontrolam, brigam, desobedecem? Jovens fazem algazarras, bebem em demasia, usam drogas ilegais, namoram escandalosamente em espaços públicos? Faltou educação de berço. Como é bom ter uma “Geni” para nela atirar todas as pedras, principalmente quando se trata dos mais novos.
    Até o Secretário Estadual da Educação de São Paulo, em um artigo de sua autoria, para defender sua tese de que estamos vivendo em uma “sociedade órfã”, inicia suas justificativas afirmando que “... a fragmentação da família, a perda de importância da figura paterna – e também a materna – a irrelevância da Igreja e da Escola em múltiplos ambientes geram um convívio amorfo”.
    As escolas também costumam agir assim: quando um aluno é considerado problemático e indisciplinado, ou apresenta um ritmo de aprendizagem diferente do esperado pela instituição, a família é chamada para resolver o “problema”.
    Vamos refletir sobre expressões usadas a respeito da família: “família fragmentada”, “família desestruturada”, “família disfuncional”, “família sem valores” e outras semelhantes. Não lhe parece, caro leitor, que tais expressões
apontam na direção de que a família decidiu entornar o caldo da sociedade?
Não é a família que está fragmentada: é a vida. Hoje, os tratamentos médicos, o conhecimento, as metodologias, as relações interpessoais, as escolas, o Estado etc. estão fragmentados. Mesmo não sendo a família um agente passivo nesse contexto, é salutar lembrar que ela se desenvolve conectada ao clima sociocultural em que vive.
    A família não está desestruturada ou disfuncional: ela passa por um período de transição, com sucessivas e intensas mudanças, o que provoca uma redefinição de papéis e funções. Esse processo está em andamento, o que nos permite falar, hoje, não em família, mas em famílias, no plural, já que há grande diversidade de desenhos, dinâmicas etc.
    As famílias não estão sem valores: elas têm valores fortes, em sua maioria eleitos pelas prioridades que a sociedade determina. O consumo é um deles: as famílias não decidiram consumir cada vez mais, foi o sistema econômico que apontou esse valor para elas.
    Há problemas com a escola, sim: ela tem ensinado sem educar devido, principalmente, à primazia do conteúdo – que insisto em dizer que não é conhecimento –, às políticas públicas adotadas e à ausência de outras, prioritárias. Por isso, a escola tem tido um papel irrelevante na formação dos mais novos.
    Há famílias em situações de risco e fragilidade? Há. A escola perdeu sua importância na socialização de crianças e jovens? Sim. Mães e pais podem estar mais ocupados com suas vidas do que com os filhos? Sim. Mas isso ocorre porque as ideologias socioculturais da juventude, do sucesso e da instantaneidade ganharam grande relevância, e não há políticas públicas – de novo – que busquem equilibrar tal contexto. E, mesmo assim, têm sido as famílias a instituição protetora dos mais novos!
    A sociedade não precisa, tampouco demanda, que o Estado exerça a função de babá, de pai ou de mãe. Ela necessita que o Estado reconheça, na prática, que as famílias e a escola dependem de ações públicas de apoio ao seu pleno desenvolvimento e que garantam os seus direitos.
(Rosely Saião. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/04/1759920-as-familias-da-sociedade-orfa.shtml.)

“Não lhe parece, caro leitor, que tais expressões apontam na direção de que a família decidiu entornar o caldo da sociedade?” (4º§) O trecho sublinhado apresenta-se entre vírgulas porque trata-se de

Alternativas
Comentários
  • Gabarito A


    Vocativo é sempre separado por virgula.

  • Gab. A

    Vocativo = expressão de chamamento,interpelação.

  • vocativo não mantém relação sintática com outro termo da oração.

  • Uma dica para o vocativo,  se você tirá-lo, a frase não  perderá o sentido, ele vai vir tbm entre vírgula como se fosse uma explicação

  • Essa eu fui rápida. Caro leitor, não está se referindo a sujeito e nem ao predicado.

  • Vocativo: termo que coloca em evidência algum ser a quem se dirige. Vem sempre separado por vírgula e pode se deslocar pela oração.

    Ex: Ei, moça, posso saber seu nome?  / "Não lhe paece, caro leitor, ..."

  • Resposta: A.
    É um vocativo.

  • Vocativo falo com.

    Aposto falo de.

  • a) um vocativo

     

    Vocativo

     

    Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético.  Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso. Veja os exemplos:

     

    Não fale tão alto, Rita!  

    Senhor presidente, queremos nossos direitos!  
    A vida, minha amada, é feita de escolhas.            


                  

    Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam o interlocutor a que se está dirigindo a palavra.

    Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc.

     

    Por Exemplo:

     

    Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões.
    Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!
    Eh! Gente, temos que estudar mais.

     

  •  Vocativo é acessório!!!

  • PARA NÃO ZERAR!!!!!

  • Gabarito letra A.

    O termo “caro leitor” é uma invocação ao ouvinte, um referência ao interlocutor. Trata-se de um vocativo, que deve vir marcado por pontuação.

  • GABARITO: LETRA A

    Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração.

    Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético.

    Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso. Veja os exemplos:

    Não fale tão alto, Rita!

                            Vocativo

    Senhor presidente, queremos nossos direitos!

     Vocativo

    A vida, minha amada, é feita de escolhas.

                  Vocativo

    Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam o interlocutor a que se está dirigindo a palavra.

    Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc.

    Por Exemplo:

    Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões.

    Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!

    Eh! Gente, temos que estudar mais.

    FONTE: SÓPORTUGUÊS.COM.BR