- ID
- 199735
- Banca
- FCC
- Órgão
- BAHIAGÁS
- Ano
- 2010
- Provas
-
- FCC - 2010 - BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Administração
- FCC - 2010 - BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Análise de Sistemas
- FCC - 2010 - BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Contabilidade
- FCC - 2010 - BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Direito
- FCC - 2010 - BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Economia
- FCC - 2010 - BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Engenharia
- Disciplina
- Português
- Assuntos
O mito de Prometeu
Os mitos ? narrativas pelas quais os antigos buscavam
explicar, simbolicamente, os principais acontecimentos da vida
? continuam sugerindo lições, mesmo depois de a ciência ter
encontrado explicação para tantos fenômenos. O mito de
Prometeu, por exemplo, é um dos mais belos: fala de um titã
que resolveu ensinar às criaturas o manejo do arado, a
cunhagem das moedas, a escrita, a extração de minérios. Mas
sobretudo lhes estendeu o poder e o uso do fogo, que furtou do
Olimpo e que passou a ser o marco inicial da civilização.
Zeus irritou-se com a ousadia de Prometeu e condenouo,
como punição por ter possibilitado aos homens um poder
divino, ao flagelo de ficar acorrentado a um penhasco do monte
Cáucaso, sendo o fígado devorado por uma águia diariamente
(os órgãos dos titãs se regeneram). Seu sofrimento durou várias
eras, até que Hércules, compadecido, abateu a águia e livrou
Prometeu de seu suplício. Entretanto, para que a vontade de
Zeus fosse cumprida, o gigante passou a usar um anel com
uma pedra retirada do monte ? pelo que se poderia dizer que
ele continuava preso ao Cáucaso.
É um mito significativo e, como todo mito, deve ser
sempre reinterpretado, a cada época, em função de um novo
contexto histórico. Em nossos dias, Prometeu acorrentado e
punido pode lembrar-nos os riscos do progresso, as perigosas
consequências da tecnologia mal empregada, as catástrofes,
em suma, que podem advir do abuso do fogo (como não pensar
na bomba atômica, por exemplo?).
Os pais sempre aconselham os filhos pequenos a "não
brincarem com o fogo". Claro que o aviso é específico, e se
aplica diretamente ao medo de que ocorram queimaduras. Mas
não deixa de ser interessante pensar que, se alguém não
tivesse, qual Prometeu, "brincado" com o fogo, dominando-o, a
humanidade não teria dado o primeiro passo no rumo da
civilização.
(Euclides Saturnino, inédito)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto.