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ID
199744
Banca
FCC
Órgão
BAHIAGÁS
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O mito de Prometeu

Os mitos ? narrativas pelas quais os antigos buscavam
explicar, simbolicamente, os principais acontecimentos da vida
? continuam sugerindo lições, mesmo depois de a ciência ter
encontrado explicação para tantos fenômenos. O mito de
Prometeu, por exemplo, é um dos mais belos: fala de um titã
que resolveu ensinar às criaturas o manejo do arado, a
cunhagem das moedas, a escrita, a extração de minérios. Mas
sobretudo lhes estendeu o poder e o uso do fogo, que furtou do
Olimpo e que passou a ser o marco inicial da civilização.

Zeus irritou-se com a ousadia de Prometeu e condenouo,
como punição por ter possibilitado aos homens um poder
divino, ao flagelo de ficar acorrentado a um penhasco do monte
Cáucaso, sendo o fígado devorado por uma águia diariamente
(os órgãos dos titãs se regeneram). Seu sofrimento durou várias
eras, até que Hércules, compadecido, abateu a águia e livrou
Prometeu de seu suplício. Entretanto, para que a vontade de
Zeus fosse cumprida, o gigante passou a usar um anel com
uma pedra retirada do monte ? pelo que se poderia dizer que
ele continuava preso ao Cáucaso.

É um mito significativo e, como todo mito, deve ser
sempre reinterpretado, a cada época, em função de um novo
contexto histórico. Em nossos dias, Prometeu acorrentado e
punido pode lembrar-nos os riscos do progresso, as perigosas
consequências da tecnologia mal empregada, as catástrofes,
em suma, que podem advir do abuso do fogo (como não pensar
na bomba atômica, por exemplo?).

Os pais sempre aconselham os filhos pequenos a "não
brincarem com o fogo". Claro que o aviso é específico, e se
aplica diretamente ao medo de que ocorram queimaduras. Mas
não deixa de ser interessante pensar que, se alguém não
tivesse, qual Prometeu, "brincado" com o fogo, dominando-o, a
humanidade não teria dado o primeiro passo no rumo da
civilização.


(Euclides Saturnino, inédito)

Os mitos nos acompanham ao longo do tempo, por isso é preciso dar aos mitos a atenção que requerem. Porque haveremos de tratar os mitos como se fossem embustes, em vez de reconhecer nos mitos a simbologia inspiradora?

Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo- se os elementos sublinhados, respectivamente, por:

Alternativas
Comentários
  • Para as formas finitas:

    - infinitivo, regra geral = ênclise (Viver é adaptar-se.)

    Admite-se também a próclise se o infinitivo não-flexionado vier precedido de preposição ou palavra negativa (para te servir / servir-te, não o incomodar / incomodá-lo)

  • I - dar aos mitos: neste caso temos um VTI identificado pela preposição A em AOS. O pronome oblíquo que substitui o complemento verbal do VTI é o LHE(S).

    II - tratar os mitos: aqui temos um VTD com sua adequada substituição sendo feita por O(S) ou A(S) e o verbo está no infinitivo pessoal NÃO regido pela preposição A, então ocorre a próclise.

    III - reconhecer nos(em os) mitos: aqui temos um VTI com sua substituição definida pelo pronome ELE(S) que sua contração com a preposição em gera o NELES. A próclise ocorre pelo mesmo motivo da explicação anterior(em II) do infinitivo pessoal.*

    (*) não tenho muita segurança desta explicação, porém, utilizei esse raciocínio para responder a questão.

  • O motivo da ocorrência de próclise nos verbos tratar e reconhecer, é o explicitado pelo colega abaixo. Oração interrogativa iniciando por pronome interrogativo. Vale ressaltar que a oração pode ser direta ou indiratamente interrogativa.

  • I-  Dar: VTDI, no sentido de conferir; conceder: "dar aos mitos a atenção..." Logo, a colocação pronominal pertinente é o uso do oblíquo lhe, que tendo valor de possessivo funciona como objeto direto da oração assim como os mitos.

    II- Tratar: VTD, no sentido de fazer o uso de; praticar:  "... haveremos de tratar os mitos como se fossem..." Logo, o pronome que atende a mesma função sintática que os mitos -obj. direto- será o pessoal oblíquo os. Sendo que, a ocorrência da próclise deve-se pela partícula atrativa presente na oração, a preposição de.

    III- Reconhecer: VTD, no sentido de identificar o que se já é conhecido: " ...reconhecer nos mitos a simbologia..."Porém deve-se estar a tento a função sintática de nos mitos - em +os mitos- que neste caso será o sujeito da oração e não  complemento verbal pois, o que será reconhecido é a simbologia inspiradora conferida aos mitos, ela sim é o objeto direto. Observem tbm que a colocação pronominal dada como  alternativa a questão é o pronome pessoal neles - em+ eles- e pronomes pessoais do  caso reto sintaticamente serão sujeitos em uma oração. Para concluir, a próclise tbm se deu pela mesma razão q na explicação II.

    E rumo ao sucesso galera, bons estudos.