SóProvas


ID
1999423
Banca
AOCP
Órgão
Sercomtel S.A Telecomunicações
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                            A arte perdida de ler um texto até o fim

                A internet é um banquete de informações, mas só aguentamos as primeiras garfadas

                                                                                                                                   Danilo Venticinque

   Abandonar um texto logo nas primeiras linhas é um direito inalienável de qualquer leitor. Talvez você nem esteja lendo esta linha: ao ver que a primeira frase deste texto era uma obviedade, nada mais natural do que clicar em outra aba do navegador e conferir a tabela da copa. Ou talvez você tenha perseverado e seguido até aqui. Mesmo assim eu não comemoraria. É muito provável que você desista agora. A passagem para o segundo parágrafo é o que separa os fortes dos fracos.

   A internet é um enorme banquete de informações, mas estamos todos fartos. Não aguentamos mais do que as duas ou três primeiras garfadas de cada prato. Ler um texto até as últimas linhas é uma arte perdida. No passado, quem desejasse esconder um segredo num texto precisava criar códigos sofisticados de linguagem para que só os iniciados decifrassem o enigma. Hoje a vida ficou mais fácil. Quer preservar um segredo? Esconda-o na última frase de um texto – esse território selvagem, raramente explorado.

   Lembro-me que, no Enem do ano retrasado, um aluno escreveu um trecho do hino de seu time favorito no meio da redação. Tirou a nota 500 (de 1000), foi descoberto pela imprensa e virou motivo de chacota nacional. Era um mau aluno, claro. Se fosse mais estudioso, teria aprendido que o fim da redação é o melhor lugar para escrever impunemente uma frase de um hino de futebol. Se fizesse isso, provavelmente tiraria a nota máxima e jamais seria descoberto.

   Agora que perdi a atenção da enorme maioria dos leitores à exceção de amigos muito próximos e parentes de primeiro grau, posso ir direto ao que interessa. Quem acompanhou as redes sociais na semana passada deve ter notado uma enorme confusão causada pelo hábito de abandonar um texto antes do fim. Resumindo a história: um jornalista publicou uma coluna em que narrava uma longa entrevista com Felipão num avião. A notícia repercutiu e virou manchete em outros sites, até que alguém notou que o entrevistado não era Felipão, mas sim um sósia dele. Os sites divulgaram erratas e a história virou piada. No meio de todo o barulho, porém, alguns abnegados decidiram ler o texto com atenção até o fim. Encontraram lá um parágrafo enigmático. Ao final da entrevista, o suposto Felipão entregava ao jornalista um cartão de visitas. No cartão estavam os dizeres “Vladimir Palomo – Sósia de Felipão – Eventos”. A multidão que ria do engano do jornalista o fazia sem ler esse trecho.

   Teria sido tudo uma sacada genial do jornalista, que conseguiu pregar uma peça em seus colegas e em milhares de leitores que não leram seu texto até o fim? Estaria ele rindo sozinho, em silêncio, de todos aqueles que não entenderam sua piada?

   A explicação, infelizmente, era mais simples. Numa entrevista, o jornalista confirmou que acreditava mesmo ter entrevistado o verdadeiro Felipão, e que o cartão de visitas do sósia tinha sido apenas uma brincadeira do original.

   A polêmica estava resolvida. Mas, se eu pudesse escolher, preferiria não ler essa história até o fim. Inventaria outro desenlace para ela. Trocaria o inexplicável mal-entendido da realidade por uma ficção em que um autor maquiavélico consegue enganar uma multidão de leitores desatentos. Ou por outra ficção, ainda mais insólita, em que o texto revelava que o entrevistado era um sósia, mas o autor não saberia disso porque não teria lido a própria obra até o final. Seria um obituário perfeito para a leitura em tempos de déficit de atenção.

   Se você chegou ao último parágrafo deste texto, você é uma aberração estatística. Estudos sobre hábitos de leitura demonstram claramente que até meus pais teriam desistido de ler há pelo menos dois parágrafos. Estamos sozinhos agora, eu e você. Talvez você se considere um ser fora de moda. Na era de distração generalizada, é preciso ser um pouco antiquado para perseverar na leitura. Imagino que você já tenha pensado em desistir desse estranho hábito e começar a ler apenas as primeiras linhas, como fazem as pessoas ao seu redor. O tempo economizado seria devidamente investido em atividades mais saudáveis, como o Facebook ou games para celular. Aproveito estas últimas linhas, que só você está lendo, para tentar te convencer do contrário. Esqueça a modernidade. Quando o assunto é leitura, não há nada melhor do que estar fora de moda. A história está repleta de textos cheios de sabedoria, que merecem ser lidos do começo ao fim. Este, evidentemente, não é um deles. Mas seu esforço um dia será recompensado. Não desanime, leitor. As tuas glórias vêm do passado.

(http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/06/arte-perdida-de-bler-um-texto-ate-o-fimb.html)

Em “Os sites divulgaram erratas e a história virou piada.”, o termo sublinhado desempenha a função sintática de

Alternativas
Comentários
  • GABARITO E

     

    Verbo divulgar pede complemento sem preposição ou seja objeto direto.

  • Para ser adjunto adnominal tem que ficar coladinho com o substantivo ai , então não é... pq tem o verbo no meio!!

    Só pode ser objeto direto.. QUEM DIVULGA DIVULGA ALGUMA COISA.. VERBO TRANSITIVO.. COMO N TEM PREPOSIÇÃO.. É OBJETO DIRETO...

  • Eu DIVULGUEI , o que????

    ERRATAS = OD

  • Por eliminação....de boa agora de tivesse um predicativo nas alternativas..rsr

     

  • GAB: E

    Quem divulga, divulga alguma coisa. erratas foram divulgadas!

  • objeto direto é o complemento de um verbo transitivo direto, ou seja, o complemento que normalmente vem ligado ao verbo sem preposição e indica o ser para o qual se dirige a ação verbal.

    Os sites divulgaram O QUE??

    ERRATAS

    É importante destacar que o objeto direto por vir também representado por:

    1. Numeral

    "De acordo com a lista, devemos comprar três pacotes de arroz." Atente-se para o fato de que o numeral sublinhado integra o complemento do verbo “comprar”.

    "O clube vendeu 40 mil ingressos para a grande final do campeonato." Note que o numeral grifado complementa o verbo “vendeu”, de modo direto.

    2. Pronome substantivo

    "Eu a vi naquele dia na faculdade."O pronome em destaque refere-se a um substantivo feminino. Na informalidade, é comum a forma “Eu vi ela naquele dia na faculdade”. Tal forma não é recomendada em situações formais da linguagem, sobretudo, pela cacofonia (som desagradável ao ouvido) gerada pela junção de (vi + ela = viela).

    Irei levá-lo à festa de aniversário de seu coleguinha.O pronome masculino evidenciado refere-se ao garotinho que seria levado à festa.

    3. Oração substantiva (objetiva direta)

    "Este delicado procedimento exige que sejamos cuidadosos."Observe que o complemento do verbo “exige”, acima destacado, é o objeto direto em forma de oração (frase constituída de um verbo) precedida por “que”. Vale elucidar que a referida oração é substantiva, uma vez que equivale ao substantivo “cuidado”:

    Este delicado procedimento exige cuidado.

    "Todos desejam que você volte."A oração sublinhada se equivale à forma substantiva “sua volta”:

    "Todos desejam sua volta."

    4. Palavra ou expressão substantivada

    a) Não sei o quê aquele rapaz pensa da vida.

    Objeto direto preposicionado

    o objeto direto preposicionado é utilizado, de modo recorrente, nos momentos em que as pessoas exprimem o seu amor a Deus ou dirigem as suas orações a Ele:

    Eu amo a Deus com todo o meu coração.

    Os verbos “louvar”, “glorificar” e “exaltar”, que se inserem na esfera religiosa, comumente são empregados acompanhados de preposição, embora não a exijam:

    Vamos louvar a Deus com toda nossa alma.

    GABA E

     

  •  e)objeto direto.

    divulgar é verbo transitivo direto. Logo, necessita objeto direto

  • Divulgar......... VTD.

    ERRATAS .....OD

     

  • Os sites divulgaram erratas e a história virou piada.

    Os- Adjunto Adnominal.

    .

    sites- Núcleo do sujeito

    .

    divulgaram - Verbo transito direto

    .

    erratas - Objeto direto

     

  • Divulgar é VTD

    Erratas Obj.Direto.

  • e)

    objeto direto.

  • Objeto direto é a resposta da questao.
  • Em “Os sites divulgaram erratas e a história virou piada.”, o termo sublinhado desempenha a função sintática de

    Quem é que divulgou ? Os sites" logo os site é o sujeito.

    foi divulgado o quê ? Erratas    

     

    os sites: sujeito                                                                                                                                                                                            divulgaram: verbo                                                                                                                                                                             erratas: Objeto direto. 

    Portanto. Gabarito Letra E.

  • Quem divulga,divulga algo,alguma coisa..

  • Letra E: Objeto direto, quem divulga, divulga algo. Bons estudos

  • O termo completa o sentido da forma verbal “divulgaram” e não está preposicionado (Verbo Transitivo Direto), portanto trata-se de um objeto direto (exepressando o resultado da ação).

  • Vamo q vamo, estudo que segue.

     

  • divulgar algo

  • Quem divulga, divulga algo. Logo, Objeto direto.


    Objeto direto - Não há preposição.

    Objeto indireto - Há preposição.

  • Quem divulga, divulga algo, então é OD

  • quem DIVULGA, divulga alguma coisa, divulga O QUE?

    quando o verbo proporcionar as PERGUNTAS; O QUE? ou QUEM? logo será V.T.D.

  • E o resto é o quê? OD tbm? "e a história virou piada"

  • Quem divulga, DIVULGA ALGO - Objeto Direto.

  • E