SóProvas


ID
2013862
Banca
FUMARC
Órgão
Câmara de Conceição do Mato Dentro
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 1

Meninxs, eu vi!

Na coluna ‘Palavreado’, Sírio Possenti discute as relações entre gênero gramatical e gênero social. Será realmente necessário alterar a concordância de certas expressões para evitar o sexismo?

                Por: Sírio Possenti

                Publicado em 26/11/2015

    A pretexto de incluir todos os gêneros, o colégio D. Pedro II, no Rio de Janeiro, passou a adotar, em comunicados oficiais, uma grafia que elimina Os e As em palavras como “alunos” e “alunas”, substituindo essas letras por X: “alunxs”. A opção faz parte de uma pletora de casos em que se pretende corrigir aspectos da língua e de textos, supostamente por serem ofensivos, excludentes ou inexatos.

     Na categoria dos inexatos está, por exemplo, a intervenção (basicamente da Rede Globo, mas que pegou) visando corrigir a expressão “risco de vida” por “risco de morte”. A ideia é que risco para a vida não é risco de vida, que significaria risco de viver.

     A análise da expressão, sem considerar seu domínio semântico mais amplo, corre o risco de ser falsa. No mínimo, deveriam ser levadas em conta construções como “arriscar a vida”, que significa 'correr risco de perder a vida' (análoga a “arriscar o salário nos cavalos”, que significa, evidentemente, 'correr risco de perder o salário...'). É o que se pode ver nos bons dicionários (Houaiss registra "arriscar: expor a risco ou perigo") e mesmo em outras línguas (como risquer la vie, em francês, cf. Petit Larousse). Em suma: ninguém arrisca a morte, ninguém arrisca perder o que não tem. Por isso, só se corre risco de vida.

    Outras correções são tão ou mais bobas que esta. Por exemplo, “quem tem boca vaia Roma”, por “vai a Roma”; “batatinha quando nasce, põe a rama pelo chão” por “se esparrama pelo chão”; “matar a cobra mostrar a cobra”, em vez de “mostrar o pau” etc.

     Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso seguindo forças mais ou menos ‘ocultas’. Políticas linguísticas dificilmente interferem em questões como o sentido das palavras ou de textos, pequenos ou grandes. Elas podem registrar, inibir ou incentivar. Mas não criam nem desfazem fatos.

     Os casos acima mencionados podem ser considerados, além de tudo, erros de análise. Provérbios não são literais: “quem tem boca vai a Roma” significa que, perguntando, pode-se chegar a qualquer lugar (não se trata de boca, mas de fala, nem de Roma, mas de qualquer lugar).

Ref.: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/meninxs-eu-vi [adaptado]

Considere o texto “Meninxs, eu vi!” para responder a questão.

Em Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso seguindo forças mais ou menos ‘ocultas’, as aspas simples têm a função de:

Alternativas
Comentários
  • Aspas duplas são usadas em citações (isto é, transcrevendo literalmente as palavras de alguém): “A situação econômica da Grécia é crítica”, disse o ministro Guido Mantega. César disse, ao sair vitorioso da batalha de Zela: “Vim, vi, venci”.

     

    Dão também destaque a uma ou mais palavras em uma sentença: O presidente comentou ter considerado “impróprias” as palavras do senador. Também se usam para explicar o significado de algo:

     

    Quando se dá destaque a algo dentro de uma sentença que já está entre aspas, usam-se aspas simples: Ele disse: “Encaro no mínimo como ‘deselegantes’ suas afirmações”.

  • a) [ ERRADA ] Abrir uma citação.

    R: Não introduz uma citação, não existe citação de uma única palavra

     

    b)[ CORRETA ] Exprimir uma ironia.

    R: Correta, a aspas neste caso, foi utilizada para trazer um sentido de ironia.

     

    c) [ ERRADA ] Ressaltar uma negação.

    R: Cuma?

     

    d) [ ERRADA ] Sugerir um neologismo.

    R: Neologismos são palavras "criadas' , que inicialmente não existiam no dicionário, mas devido ao seu uso recorrente, foi dicionarizada. Exemplo: Piriguete.

  • Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso seguindo forças
    mais ou menos ‘ocultas’. Políticas linguísticas dificilmente interferem em questões
    como o sentido das palavras ou de textos, pequenos ou grande.....

    Lendo este paragrafo e o anterior........com certeza facilita e muito responder esta acertiva.

    Outras correções são tão ou mais bobas que esta.

    Ele já abre o paragrafo com uma ironia que nas aspas 'ocultas' ele exprime toda sua ironia no paragrafo e em diversas outras partes do texto ......Inclusive quando menciona a rede globo.