LETRA D
Em 1992, Lavenère era presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e assinou o pedido junto com o então presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Barbosa Lima Sobrinho. O advogado participou ontem (16) do programa Espaço Público, da TV Brasil.
Para ele, o processo de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados não deve impedir que a presidenta Dilma conclua o mandato. “Não vejo a menor possibilidade desse pedido prosperar. E é opinião recorrente no Senado, na Câmara e até mesmo daqueles que fizeram o pedido que ele não seja julgado. É preferível para eles que esse pedido fique lá sem ter solução, porque é uma espada pendurada sobre a cabeça da presidente”, disse.
Já sobre as ações que tramitam na Justiça Eleitoral, que acusam a chapa de Dilma e do vice-presidente Michel Temer de abuso de poder econômico e de autoridade, Lavenère diz que elas também são inconsistentes para caçar os mandatos. “A opinião da maior parte dos advogados também é no sentido de que essas ações servirão muito para desgastar a presidente e para gerar um clima de insegurança”, disse.
A atuação da imprensa brasileira também foi alvo de críticas pelo advogado. Segundo ele, em 1992, as primeiras notícias sobre o impeachment eram dadas com cautela e isso só mudou quando as pessoas começaram a ir para as ruas. Para Lavenère, o comportamento da mídia agora é “absolutamente partidarizado”. “Me preocupa muito o caminho que segue a democracia no Brasil tendo em vista essa exacerbação e esse julgamento sumário que a imprensa faz. E, dada a hegemonia, desses veículos, com propriedade cruzada e outras formas de concentração de mídia, nós estamos vivendo momentos muitos difíceis para democracia”, disse.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-02/jurista-diz-que-processos-de-impeachment-de-collor-e-dilma-sao-diferentes