SóProvas


ID
2047120
Banca
FUNCAB
Órgão
EMSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Como seremos amanhã?

    Estar aberto às novidades é estar vivo. Fechar-se a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio entre as duas atitudes ajuda a nem ser antiquado demais nem ser superavançadinho, correndo o perigo de confusões ou ridículo.

    Sempre me fascinaram as mudanças - às vezes avanço, às vezes retorno à caverna. Hoje andam incrivelmente rápidas, atingindo usos e costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de mundo se transforma, mas penso que não no mesmo ritmo; então, de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo atrás: “Nossa! Como tudo mudou!”

    Nos usos e costumes a coisa é séria e nos afeta a todos: crianças muito precocemente sexualizadas pela moda, pela televisão, muitas vezes por mães alienadas. [...]

    Na saúde, acho que melhorou. Sou de uma infância sem antibióticos. A gente sobrevivia sob os cuidados de mãe, pai, avó, médico de família, aquele que atendia do parto à cirurgia mais complexa para aqueles dias. Dieta, que hoje se tornou obsessão, era impensável, sobretudo para crianças, e eu pré- adolescente gordinha, não podia nem falar em “regime” que minha mãe arrancava os cabelos e o médico sacudia a cabeça: “Nem pensar”.

    Em breve estaremos menos doentes: célulastronco e chips vão nos consertar de imediato, ou evitar os males. Teremos de descobrir o que fazer com tanto tempo de vida a mais que nos será concedido... [...]

    Quem sabe nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta. Não creio em igualdade, mas em dignidade para todos. Talvez haja menos guerras, porque de alguma forma seremos menos violentos.

[...]

    As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades. Mas as emoções humanas, estas eu penso que vão demorar a mudar. Todos vão continuar querendo mais ou menos o mesmo: afeto, presença, sentido para a vida, alegria. Desta, por mais modernos, avançados, biônicos, quânticos, incríveis, não podemos esquecer. Ou não valerá a pena nem um só ano a mais, saúde a mais, brinquedinhos a mais. Seremos uns robôs cinzentos e sem graça!

Lya Luft, Veja. São Paulo, 2 de março, 2011, p.24

A última vírgula do trecho: “As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades.” foi empregada para:

Alternativas
Comentários
  • Indicar a supressão de um verbo subentendido na oração (recurso linguístico caracterizado pela elipse):

    Ex.: Grande parte dos alunos estava trajada de Country; Patrícia, de caipira.
    (A vírgula indica a supressão da locução verbal – estava trajada)

  • Letra C

    Ocorreu um zeugma (é a omissão de um termo dito anteriormente).

  • Rafael..... isso que vc comentou ,não é uma elipse e sim um zeugma.

  • Gabarito : C

    “As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos (terão) novas sensações e possibilidades.”  ZEUGMA

    - O termo omitido pela vírgula foi expresso em momento anterior.

  • Elipse x zeugma

     

    Elipse e zeugma são figuras de construção ou de sintaxe, estando relacionadas com a estrutura das frases. Estas duas figuras se caracterizam pela omissão de termos numa oração.

    Esses termos permanecem subentendidos, sendo facilmente identificáveis.


    - Na elipse pode ocorrer a omissão de qualquer termo, como o sujeito, um verbo, uma preposição,…


    - No zeugma ocorre a omissão de um termo que já foi anteriormente mencionado.

    Assim, o zeugma é um caso particular de elipse.

     

    https://www.normaculta.com.br/elipse/

  • GABARITO C

     

    ELIPSE: Omissão de um termo subentendido

  • Diferença de Elipse e Zeugma, pra mim resolveu, decorei essas duas frases e nunca mais me embananei.

    Elipse: Na morte, tanta dor! -> SUPRESSÃO DE UM TERMO, -> NA MORTE TANTA DOR!

    Zeugma: Ela gosta de comer lasanha, eu, pizza! -> SUPRESSÃO DE UM TERMO JÁ MENCIONADO! -> ELA GOSTA DE COMER LASANHA, EU GOSTO DE COMER PIZZA!

  • “As crianças terão outras memórias...; os adultos, novas sensações e possibilidades.”

    As crianças terão outras memórias.... Os adultos TERÃO novas sensações e possibilidades"

  • 13. Zeugma:

    Tipo de elipse.

    Omissão do termo com referente.

    A polícia civil e a militar trabalham em conjunto.  (Zeugma da palavra polícia).

     

  • GABARITO: LETRA C

    ACRESCENTANDO:

    Elipse:
    É a omissão de um termo ou de uma expressão.
    - Saímos ontem à noite.
    - Na sala de espera, apenas dois ou três pacientes; dentro do consultório, um.
    - Espero tão logo encontre seu par.
    OBS: Explicitando o termo elíptico: Nós saímos ontem à noite. / Na sala de espera, havia apenas dois ou três pacientes; dentro do consultório, havia um. / Espero que tão logo encontre seu par.

    Zeugma:
    Tal figura não é frequente em provas de concurso, logo a ideia de uma supressão de um termo anteriormente expresso tem se aplicado também à elipse. Em outras palavras, os concursos costumam analisar o zeugma como elipse, o que não deixa de ser verdade, pois a diferença entre elas é que a elipse é a omissão de um termo sem referência no texto; já o zeugma é a omissão de um termo ocorrido anteriormente no texto.
    - Meu irmão passou em dois concursos; eu, em um só.
    - Corremos 5 km, eu em 30 minutos, ele em 25.
    - Ele é muito estudioso e a irmã também é.
    Traduzindo: Meu irmão passou em dois concursos; eu passei em um só. / Corremos 5 km, eu corri em 30 minutos, ele correu em 25 minutos. / Ele é muito estudioso e a irmã também é estudiosa.

    FONTE: A gramática para concursos públicos / Fernando Pestana. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015.