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ID
2062306
Banca
IBFC
Órgão
EBSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

Rito de Passagem

    Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.

    Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.

    Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.

    Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.

    É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.

    (SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)

Em “E. a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a emoção do pai será inevitável.” (1°§), o fragmento em destaque sugere uma relação de sentido com a oração que encerra o período. Desse modo, tal fragmento introduz um sentido de:

Alternativas
Comentários
  • O gabarito é mesmo a letra D, visto que a EMOÇÃO DO PAI É INEVITÁVEL (não tem como o pai não se emocionar), a não ser, ou seja, excluindo esses dois tipos de pais: pai desnaturado ou o barbeiro cansado da profissão

  • A lógica da questão está na conjunção OU. Vejam:

     

    OU": Inclusão ou Exclusão?

    A conjunção "OU" pode ser empregada tanto com valor de inclusão quanto de exclusão.

    Para fazer essa diferenciação, avalie o valor de exclusão, verificando se uma das alternativas ligadas pela conjunção exclui ou não exclui a possibilidade de a outra acontecer.

    Veja os exemplos:


    Maria pode-se casar com João ou Antônio. Perceba que, se João casar-se com Maria, Antônio ficará excluído do processo. Portanto, a conjunção "OU" tem valor de exclusão.

    As plantas são prejudicadas pelo frio ou pelo calor excessivo. Perceba que tanto o frio, quanto o calor excessivo prejudicam as plantas e a ocorrência de um não impede a ocorrência do outro. Portanto, ca conjunção "OU" tem valor de inclusão.

     

     

    Letra D

     

     

    http://linguaculta.blogspot.com.br/2011/06/ou-inclusao-ou-exclusao.html

     

     

  • Questão repetida!

  • QC, mais uma questão repetida!!!!!!

  •  Locuções Denotativas= Exclusãoapesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão, sequer, apenas, etc.

  • Só eu achei que a IBFC deveria ter sublinhado apenas o "ou"?

  • Errei pq fui na conjunção errada "a menos que"