SóProvas


ID
2063161
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
EBSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Desenvolver habilidades para o bem estar é tão importante quanto construir pontes

O especialista em educação emocional e social João Roberto de Araújo, criador da campanha Ribeirão Pela Paz, defende prioridade de um ensino cidadão: “É preciso ensinar para a vida”.

Para o Mestre em Psicologia Social e fundador da organização Inteligência Relacional, pode-se e deve-se aprender na escola, além de Matemática e Português, como ter tolerância, desenvolver diálogos e ter controle dos estados emocionais: “É preciso criar condições para que não se formem apenas pessoas que passem no vestibular e tenham sucesso socioprofissional, mas que sejam pessoas que possam aprender a conviver em sociedade”.
João Roberto teve esta clareza maior quando trabalhou pela ação Ribeirão Pela Paz, no começo dos anos 2000, e tentou encontrar outras formas de combater a violência por outro caminho, não o já sempre pensado da repressão.
Na cidade ideal do psicólogo, os filhos dos pobres e dos ricos seriam acolhidos da mesma forma para ter as mesmas oportunidades de desenvolvimento e de compreensão do sentido da vida.
O Ribeirão Pela Paz foi uma audaciosa ação para enfrentar a questão da violência urbana na cidade. Quais os caminhos hoje em dia?
João Roberto de Araújo: O fenômeno da violência sempre incomodou muito a todos, as famílias, as lideranças e, até hoje, é um tema central entre os grandes flagelos da sociedade. No entanto, sempre houve muita desinformação sobre as causas da violência e poucas reflexões consistentes sobre esse fenômeno. Nós vivemos, e vivíamos no passado, e ainda vivemos hoje, uma ênfase muito grande nas respostas de repressão: pena de morte, respostas fortes de armamentos, mecanismos de segurança pública, aperfeiçoamento penal, agilidade da justiça, questão da maioridade, entre outras. Enfim, esse eixo da repressão no passado sempre foi muito forte e ainda continua hoje. E é fácil em uma análise mais criteriosa verificar que a repressão é necessária desde que legítima, não é a violência pela violência, mas a legitimidade do estado de responder pela proteção da sociedade usando a força legalmente. A repressão legítima é absolutamente necessária, mas não é suficiente.
Nesse sentido, o Ribeirão Preto Pela Paz foi a primeira iniciativa que procurou despertar nas lideranças e na comunidade a consciência sobre o fenômeno da violência, trazendo as dimensões sociais, sociológicas, psicológicas do fenômeno da violência. Foi um marco que se revelou pioneiro para ação da própria mídia que, antes, diante de um fato criminoso da violência na sociedade procurava, unilateralmente, os depoimentos policiais. Após o Ribeirão Preto Pela Paz, passou a ouvir sociólogos, historiadores, psicólogos e antropólogos, que começaram a colocar o seu olhar maior sobre esse fenômeno. Nesse sentido, houve um grande avanço na compreensão do fenômeno da violência a partir do Ribeirão Pela Paz e uma melhoria também nos tipos de resposta oferecidas. Esta foi uma das contribuições do Ribeirão Pela Paz que, depois, naturalmente, em seu processo evolutivo, acabou por chegar a trabalhos mais profundos de desenvolvimento de Cultura de Paz e Não Violência, até culminar em uma metodologia de educação emocional e social que torna essa abordagem regular e permanente na escola e na sociedade.
Que tipos de políticas e ações precisariam, agora, ser implementadas numa cidade como Ribeirão?
Não só para uma cidade como Ribeirão Preto, mas para qualquer agrupamento humano, para as vilas, para as cidades pequenas, para as cidades grandes, enfim para todo aglomerado humano, é preciso transitar de ações de sensibilização para ações mais regulares e permanentes junto à sociedade. De forma muito especial, em dois segmentos fundamentais: na escola, na formação de nossas crianças e dos nossos jovens, e nas famílias. É preciso que as famílias compreendam o fenômeno da violência, as consequências de estilos parentais inadequados na relação com seus filhos, seus parentes, com seu grupo familiar. E é fundamental que nas escolas não fiquemos apenas nessa dimensão convencional, da lógica matemática, linguística, memória, mas que se recupere a importância do ensino, das humanidades. Ensinar para a vida, educar para as relações, criar as condições para que não se formem apenas pessoas que passem no vestibular e tenham sucesso socioprofissional, mas que sejam pessoas que possam aprender a conviver em sociedade, desenvolvendo diálogo, tolerância e, principalmente, desenvolvendo competência em relação aos seus estados emocionais. Por exemplo, ter autonomia emocional para ficar menos vulnerável ao estado emocional do entorno, desenvolver regulação emocional para aprender o que fazer com a sua raiva, com o seu ciúme, com sua ansiedade, desenvolver competências sociais e, principalmente, a competência do bem viver, a competência do bem-estar, a competência para além da dimensão material, do status, para as pessoas aprenderem a ser feliz. Isto é um desafio do futuro. Transitar de uma sensibilização prática e eventual para uma ação consistente regular e permanente na escola e na família.
O que você considera uma cidade justa e sustentável, solidária e humana?
Antes de tudo, é uma cidade que educa e a que educa em um sentido de que oferece oportunidade de desenvolvimento para todas as pessoas, das famílias ricas, das famílias da classe média e das famílias pobres. Há muitos pobres materiais profundamente evoluídos, como há ricos materiais e plenamente inferiores. Não é uma questão material, é uma questão de oportunidade de desenvolvimento mental. Uma cidade justa, sustentável, solidária e humana é uma cidade que acolhe os filhos dos pobres tanto quanto os filhos dos ricos, para que eles possam compreender melhor o sentido de viver, o sentido da vida, para que eles possam ter oportunidades iguais de desenvolvimento.
O que não pode faltar em um bom projeto de cidade?
As cidades já estão, convencionalmente, focadas em necessidades muito conhecidas: asfalto, ponte, saneamento básico, trânsito, enfim, toda essa dimensão da infraestrutura, que é, sem dúvida, importante. Mas tão importante quanto é também trabalhar num nível mental das pessoas. Tão importante quanto fazer pontes é desenvolver competências nas pessoas para as habilidades do bem-estar, para as habilidades das relações. Portanto, o que não pode faltar em uma liderança política ou em uma cidade é esse olhar da educação para a vida, educação que vai além dessa abordagem convencional, mas que também agrega competências para conviver com o outro, para a família funcionar melhor. Enfim, uma educação para ser cidadão, uma educação para a paz, uma educação para o aprendizado das emoções, uma educação para a vida.
Fonte: http://www.inteligenciarelacional.com.br/noticia/14-12-2015- desenvolver-habilidades-para-o-bem-estar-e-tao-importante-quantoconstruir-pontes

Em “Na cidade ideal do psicólogo, os filhos dos pobres e dos ricos seriam acolhidos da mesma forma para ter as mesmas oportunidades de desenvolvimento e de compreensão do sentido da vida”,

Alternativas
Comentários
  • Seriam acolhidos - hipótese.

    Letra: A

  • Máxel, de fato é estranho, visto que os verbo SER é utilizado como auxiliar..

  • Marquei o item "a" em razão do verbo se encontrar conjugado no futuro do pretérito, que serve para indicar um fato hipotético.

  • A letra A encontra-se correta, mas não consigo ver um erro na letra D.

    Sugiro um comentário do professor!

  • Ta, ok, A...MAS qual o erro da D? pq ninguem toca nesse assunto rsrs

  • D

    Ser é verbo de ligação. “acolhidos” deve ser predicativo do núcleo do sujeito "os filhos".

  • Essa questão teria que ser anulada mal elaborada.

  • Na língua portuguesa, uma locução verbal é formada por um verbo auxiliar (conjugado) e pelo verbo principal (no infinitivo, gerúndio ou particípio). A locução constitui um todo, os verbos auxiliares apenas indicam as conjugações, tal como em: estava indo e terá falado.

    A flexão do verbo auxiliar dá origem aos aspectos verbais, fazendo uma referência à duração da ação verbal e ao ponto de vista pelo qual a ação é perspectivada.

  • Não consigo ver erro na letra D) também. Questão mal elaborada com duas opções de respostas

  • A banca aqui está indo ao "pé da letra", ou seja a expressão seriam acolhidos não leva em consideração a frase e sim o sentido da expressão que a banca pediu. Banca louca mesmo...

  • Letra A correta, mas a Letra D está corretíssima! Errei a questão simplesmente porque nem o próprio elaborar soube dizer o que quer. 

    putz!

  • Indiquem comentário do professor!

  • O item A está correto, mas não há nenhum erro no item D! Explicações, por favor.
  • Indiquem comentário do professor.Questão onde dois itens certos (A) e (D)!

  • Não é a alternativa D porque a "expressão em destaque" nos traz "acolhidos" e não "acolher" conforme dito na alternativa. O.o Pode isso produção? ???????

    [...] tem como verbo principal o verbo “acolher”. (Se estivesse em sua forma no infinito)

    O que nos resta é entender a banca e não errar na prova. 

  • Acertei a questão porque li só a Letra A de cara e já fui respondendo.

    Mas assisti ao comentário do professor do QC. A justificativa da banca é horrível, dizendo que na alternativa

    o verbo auxiliar é "acolhidos" e não "acolher". Mas como disse o prof, só nos resta ENGOLIR.

     

    Triste isso!

     

  • Gabarito: A

     

    Mais uma questão pro caderno de questões fedorentas.

  • questão podre podre podre

  • Lydia Perazzo

    acolhIDOS --> particípio né ?

  • Após algumas dezenas de questoes respondidas acabei lendo hipérbole ao invés de hipótese na letra A kkkkkkk

    Acho que é hora de fazer uma pausinha

  • Seriam acolhidos indicam Hipotéses, uma das caracteristicas de verbos conjugados no subjuntivo.

  • Desculpem-me o desabafo, mas essa prova foi bem escrota.

    Ufa! Estou mais leve.

  • É DESESPERADOR !

  • AOCP pesada.

  • A letra D também está correta, uma vez que não existe o verbo "acolhidos" (como disse o prof. Arenildo) e sim acolher. Creio que o instituto AOCP deveria selecionar melhor a composição da sua banca.

  • Ótimo comentário do Professor  Arenildo Santos.

  • ...seriam acolhidos...

     

    a) a expressão em destaque indica uma hipótese (CORRETA)

    b) a expressão em destaque indica dúvida. (INDICA HIPÓTESE)

    c) o verbo destacado, pertencente ao verbo “ir”, se fosse conjugado no pretérito perfeito apresentaria a seguinte forma: “foram”. (VERBO SER - ÉRAM)

     

    e) os termos da expressão em destaque se encontram no plural para concordar com “pobres” e “ricos”. (PARA CONCORDAR COM "FILHOS")

     

    Bons estudos! :)

  • Não é verbo acolher é sacanagem mesmo!!!!!!!!!!!!

  • BANCA LIXO

  • Fui na D por ser a alternativa mais completa, mas infelizmente esses examinadores sempre usam artifícios que não mede grau de conhecimento algum.
  • Vamos engolir.

  • é facil ver erro depois que ver as respostas, na hora da prova ou vai ou racha.. complicado..

  • "seRIA(M)" é um verbo no futuro de pretérito do indicativo. Geralmente, expressam hipótese, possibilidade ou dúvida. Pelo contexto, percebe-se que se trata de uma hipótese.

    GABARITO: A

  • Que ódio dessa banca maldita.

  • Fiquei na dúvida cruel entre (A) e (D)...

    Pra mim ambas estão corretas! O pior foi eu ter marcado a letra A e mudado pra D e errar :(

    GABARITO: A

  • QUE BANCA PORCA.

  • Banquinha difícil, formula a questão errada e depois se justifica, com uma justificativa não tem nada haver.

    Quando vamos nos referir a um verbo sem está conjugado falamos no modo infinitivo. Verbo amar, verbo vender, verbo ir, verbo correr, verbo acolher.

  • Acredito ser uma pegadinha da banca, pq se fosse (ACOLHIDOS) a alternativa D estaria correta como verbo principal da locução.

  • Questão imunda.

    Com dois gabaritos A/D

  • Alternativa D também está correta!

  • D) a expressão em destaque é uma locução verbal que tem como verbo principal o verbo “acolher”. ERRADA!

    Não é uma locução verbal, mas um tempo composto.

    Vamos ver como diferenciar os tempos compostos das locuções verbais.

    • A formação dos tempos compostos

    Os tempos compostos são formados por voz ativa e voz passiva: na voz ativa, os verbos “ter” ou “haver” mais o verbo principal formam os tempos verbais; na voz passiva, os tempos verbais são formados pelos verbos “ter” ou “haver” mais o verbo “ser” mais o verbo principal no particípio.

    Exemplos: O meu amor por você só tem crescido com o nosso convívio. (Voz ativa).

    Temos sido abençoados em todos os aspectos de nossas vidas. (Voz passiva).

    • A formação da locução verbal

    A locução verbal, também chamada de locução perifrástica, é composta pela união de um verbo auxiliar mais um verbo principal no infinitivo ou no gerúndio.

    Exemplos: Estamos fazendo todo o possível para encerrar logo o serviço.

    Vou comprar todos os livros e alcançar o meu sonho de biblioteca pessoal.

    Observe que, em todas as conjugações dos exemplos, as flexões ocorreram apenas no verbo auxiliar.

  • Cabe recurso.