SóProvas


ID
2174476
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
PM-CE
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                           “Hei de vencer. Hei de vencer. Hei de vencer” –

                           como o mantra da autoajuda pode te derrotar

                                                                                                Daniel Martins de Barros

      O mantra da autoajuda, de visualizar o sucesso, é um passo para o fracasso. Felizmente, existem alternativas para nos motivar sem prejudicar o desempenho.

        Uma das técnicas mais ensinadas por gurus da autoajuda diz que, para alcançar um objetivo, nós temos que visualizar nosso sucesso. Se conseguirmos nos ver no alto do pódio, ou na cadeira de chefe, tirando uma nota dez que seja, essas metas são alcançadas, já que o cérebro se convence do seu sucesso de antemão. Uma versão sofisticada do velho mantra “Hei de vencer”. Muito interessante. Pena que não funciona.

      Quando pesquisadores resolveram testar a ideia perceberam que tais técnicas não eram apenas inúteis, eram prejudiciais. Alunos que “visualizavam” boas notas acreditavam mesmo que iriam bem nas provas, e por isso mesmo deixavam de estudar. Resultado? Bomba! Pessoas em dieta que se imaginavam resistindo bravamente aos alimentos calóricos caíam mais nas tentações do que aqueles que eram instruídos a lembrar que a carne é fraca.

     Mas nem tudo está perdido. Existem sim técnicas motivacionais que podem nos levar a melhorar nossa performance. O segredo é o foco. Vale recitar mantra ou tentar a visualização, mas em vez de se voltar para o resultado final, é importante pensar no processo. Um estudo on-line com mais de quarenta mil pessoas testou diferentes abordagens. O desafio era um jogo de atenção e velocidade, no qual tinham que clicar nos números de 1 a 36, embaralhados numa matriz de 6×6, na sequência correta. Para aumentar a pressão, o jogo era contra um oponente (na verdade, um software, mas os voluntários não sabiam disso). Diversas intervenções foram testadas, mas as que melhoraram o desempenho dos jogadores foram as que os instruíam a visualizar (ou recitar para si mesmos) não o resultado, mas os processos ou os outcomes (que em inglês mais do que resultado, traz a noção de consequência, desenlace). A instrução com foco no processo era “Quero que você se veja jogando, sabendo que dessa vez você pode reagir mais rapidamente”. Note que a ênfase está na velocidade de reação, em vez de no resultado dela. Já para o outcome era “Quero que você se veja jogando, e se imagine batendo o score anterior” Novamente, não basta se ver “vencendo”, mas melhorando em relação ao esforço anterior.

      Dizem que tudo o que a gente pode pensar já foi descoberto na Grécia Antiga. Bom, se é verdade que ter certeza da vitória nos leva a colocar menos esforço na tarefa (aumentando as chances de derrota), e se está provado que o foco tem que ser no processo e não no resultado, então, mil anos atrás, Esopo já havia ensinado essa lição. Nem todos irão concordar comigo, mas essa parece ser uma moral possível de se tirar da fábula sobre a lebre e a tartaruga, na qual a ligeira lebre perde uma corrida para a lerda tartaruga. Acreditando na vitória fácil, ela cai no sono, enquanto a tartaruga vence por manter o foco no esforço. As lições da fábula variam muito, desde “Quanto maior a pressa, pior a velocidade”, até “O sucesso depende de usar os talentos, não apenas de tê-los”. Mas nós bem poderíamos acrescentar: “Quem acredita que a vitória é certa, certamente acaba derrotado”.


Adaptado de: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/daniel-martinsde-barros/hei-de-vencer-hei-de-vencer-hei-de-vencer-como-o-mantra-da-autoajuda-pode-te-derrotar/

Em relação ao TEXTO 1 e aos aspectos linguísticos da Língua Portuguesa, julgue, como Certo (C) ou Errado (E), o item a seguir.

Em “Acreditando na vitória fácil, ela cai no sono, enquanto a tartaruga vence por manter o foco no esforço.”, ambas as orações destacadas são subordinadas adverbiais, exprimem uma noção de causa e se diferenciam estruturalmente pelo fato de a primeira ser reduzida de gerúndio e a segunda reduzida de infinitivo.

Alternativas
Comentários
  • (Como Acreditava) na vitória fácil, ela cai no sono, enquanto a tartaruga vence porque mantinha o foco no esforço.

  • Conjunções adverbiais causais: porque, uma vez que, sendo que, visto que, como, etc.

  • Ela cai no sono POR CAUSA DE QUE?? ACREDITANDO NA VITÓRIA FÁCIL (O.S. ADVERBIAL CAUSAL REDUZIDA DE GERÚNDIO)

    A tartaruga vence POR CAUSA DE QUE?? POR MANTER O FOCO NO ESFORÇO (O.S ADVERBIAL CAUSAL REDUZIDA DE INFINITVO)

  • Vebos terminados em;

    -NDO (GERUNDIO)

    -ADO/IDO (PARTICIPIO)

    -R (INFINITIVO)                    

  • Em “Acreditando na vitória fácil, ela cai no sono, enquanto a tartaruga vence por manter o foco no esforço.”, ambas as orações destacadas são subordinadas adverbiais, exprimem uma noção de causa e se diferenciam estruturalmente pelo fato de a primeira ser reduzida de gerúndio e a segunda reduzida de infinitivo.JÁ QUE ACREDITAVA NA VITÓRIA FÁCIL......VISTO QUE MANTEVE O FOCO... GABA CERTO

  • Acreditando, andando, lendo, correndo, etc, terminadas em NDO é gerúndio

    Ar, er, ir, é infinitivo

    Ado, ido, ito, é particípio

    Sse, é preterito imperfeito do subjuntivo

  • ordem direta da oração.

    Enquanto a tartaruga vence por manter o foco, Ela cai no sono acreditando na vitória.

    POR QUE A TARTARUGA VENCE?(CONSEQUÊNCIA)

    por manter o foco( CAUSA)

    ELA CAI NO SONO POR QUÊ?(CONSEQUÊNCIA)

    PORQUE acredita na vitória fácil(CAUSA)

    BONS ESTUDOS !!!!

  • Acreditando na vitória fácil, ela cai no sono, enquanto a tartaruga vence por manter o foco no esforço.”

    → Temos, respectivamente, uma oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio, desenvolvendo-a fica: Visto que acredita na vitória fácil ela, cai no sono.

    Por manter o foco no esforço; temos uma preposição nocional (possui valor semântico) introduzindo uma oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo, desenvolvendo-a fica: visto que manteve o foco.

    GABARITO. CORRETO

  • Quem também aí confundiu ADVERBIAIS COM ADVERSATIVA? kkkkkk