SóProvas


ID
2179633
Banca
FUMARC
Órgão
CEMIG-TELECOM
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Variabilidade na invariabilidade

    Uma pergunta que se poderia fazer é a seguinte: se discursos de natureza muito diferente utilizam-se dos mesmos elementos semânticos, como, por exemplo, liberdade, felicidade, justiça, de que maneira se pode distingui-los?
    É preciso estabelecer uma diferença entre um nível profundo e um nível de superfície. Por exemplo, numa história de fadas, o príncipe necessita sempre de um objeto mágico para vencer seu oponente e ficar com a princesa. Numa história, é um anel mágico; noutra, é uma espada mágica e assim por diante. Os elementos semânticos que aparecem na superfície (um objeto mágico determinado) são variações que concretizam um elemento semântico invariante, mais abstrato e mais profundo, o poder-vencer.
    A liberdade pode ser concretizada, por exemplo, como "evasão espacial" (ida para uma ilha no Pacífico Sul, ida para um lugar perdido na floresta amazônica) ou como ''evasão temporal" (volta à infância). O discurso de muitos poetas românticos concretiza assim a liberdade. No entanto, a liberdade poderia ainda aparecer na superfície como “direito à diferença, à singularidade" (observe-se o discurso de certas minorias) ou como "não-exploração", que poderia ser a forma de um partido operário entender a liberdade
    Analisando, cuidadosamente, a maneira como um elemento semântico da estrutura profunda se concretiza, não vamos confundir dois ou três discursos distintos só porque todos eles falam em liberdade. É importante verificar em cada um deles o que é que "liberdade" significa, isto é, como é que ela é concretizada.
    Cada um dos níveis não tem apenas uma semântica, tem também uma sintaxe própria. Não interessa, porém, neste trabalho, expor todos os elementos da sintaxe do nível profundo e do nível superficial, pois estamos fazendo todas essas distinções com a finalidade de precisar o nível em que a linguagem sofre determinações sociais.
    Podemos agora determinar com maior precisão o componente da linguagem em que percebemos com toda a nitidez a determinação ideológica. Dissemos anteriormente que era a semântica discursiva que mostrava, com clareza, uma maneira de ver o mundo de uma dada sociedade numa determinada época. Isso, a nosso ver, está correto, pois não é indistinto falar da "liberdade" ou da "ordem", da "riqueza" ou do "amor ao próximo". No entanto, estudar as coerções ideológicas só com os elementos da estrutura profunda pode, como já mostramos, falsear a análise. É no nível superficial, isto é, na concretização dos elementos semânticos da estrutura profunda, que se revelam, com plenitude, as determinações ideológicas. Os discursos que consideram a liberdade como "direito à diferença" ou como "não-exploração da força de trabalho'' pertencem a universos ideológicos distintos .
    Além disso, dois discursos podem trabalhar com os mesmos elementos semânticos e revelar duas visões de mundo completamente diferentes, porque o falante pode dar valores distintos aos elementos semânticos que utiliza. Alguns são considerados eufóricos, isto é, são valorizados positivamente; outros, disfóricos, ou seja, são valorizados negativamente. O conto A gata borralheira e o romance Justine, do Marquês de Sade, colocam em jogo praticamente as mesmas oposições semânticas: submissão, humildade, amor ao próximo, bondade vs. prepotência, orgulho, maldade, cinismo. No primeiro dos textos, são eufóricas as virtudes da submissão e da humildade, que são recompensadas, e disfóricos o orgulho e a prepotência, que são castigados. No segundo texto, eufóricos são os elementos valorizados negativamente no primeiro texto e disfóricos, os valorizados positivamente.

FIORIN, José Luiz. Linguagem e Ideologia. São Paulo: Ática, 2007.

Não interessa, porém, neste trabalho, expor todos os elementos da sintaxe do nível profundo e do nível superficial, pois estamos fazendo todas essas distinções com a finalidade de precisar o nível em que a linguagem sofre determinações sodais.

O pronome dêitico neste, no enunciado anterior, tem a mesma função em:

Alternativas
Comentários
  • Letra C. dêitico: retoma algo anterior que não esta no texto

  • Dêiticos são elementos linguísticos que indicam o lugar ( aqui ) ou o tempo (agora) em que um enunciado é produzido e também indicam os participantes de uma situação do enunciado ( eu/tu ). São dêiticos: os pronomes pessoais que indicam os participantes; os advérbios de lugar, que são marcadores de tempo ( agora, hoje, amanhã, etc.); os demonstrativos ( aqui, lá, este, esse, aquele, etc ). Os dêiticos só podem ser entendidos se houver uma explicitação, mesmo dentro da situação de comunicação

     

    http://www.lpeu.com.br/q/dq9lo.

  • Função:

    Endofórica – relaciona termos dentro do texto. Se divide em anafórica e catafórica.
    Exofórica – relaciona termos de fora do texto para dentro. Também é chamada de dêitica, díctica

     

    Anafórica – faz referência a algo já dito anteriormente no texto.
    Ex: Matei o presidente. Aquele homem governava com sangue.


    Catafórica – faz referência a algo que ainda será dito no texto.
    Ex: Nossa meta é esta: ganhar dinheiro;


    Dêitica – localiza alguma coisa no espaço/tempo;
    Ex: Ali será amarelo. (faz referência a algo externo, que não está no texto)

  • Exofórica   relaciona termos de fora do texto para dentro (ÊXODO)


    Função Dêitica – localiza alguma coisa no espaço ou no tempo;

     

    São dêiticos:

     

    - pronomes pessoais que indicam os participantes (EU TU, ELE, ELA, ELES...)

     

    - advérbios de lugar, marcadores de tempo ( agora, hoje, amanhã...);

     

    - pronomes demonstrativos (aqui, lá, este, esse, aquele, acolá...) 

  • Letra C.

  • FUNÇÃO ENDOFÓRICA: informações mencionadas no texto.

    Divide-se em:

    CATAFÓRICA: VAI SER MENCIONADO NO TEXTO. "Isto é o que mais incomoda nos homens honestos: o ciúme." (Isto - ciúme)

     ANAFÓRICA: JÁ FOI MENCIONADO ANTERIORMENTE NO TEXTO. "(...) a habitação é conjugal, e a essa se recusa voltar." (Essa - habitação conjugal).

     

    FUNÇÃO EXOFÓRICA OU DÊITICA: Pronome que se refere a uma informação não mencionada no texto, ou seja, o pronome terá a função exofórica toda vez que buscar informações que devem ser deduzidas do texto:

    Quem? (autor do texto)

    Quando? (quando o texto foi produzido)

    Onde? (onde se produziu o texto)

    Fonte: Gramática Comentada com interpretação de textos para concursos. Adriana Figueiredo

     

  • Meu Deus cara... Que banca é essa? Função para mim é sintática!


    No enunciado, "neste trabalho" faz função de ADJ. ADV.


    As letras a), b) e c) têm locuções adjetivas, função de ADJ. ADN. enquanto na letra d), "nesta semana" tem função de ADJ. ADV.

  • FUMARC criando conceito mais uma vez... o elemento será dêitico quando não houver referência verbal no texto. É uma referência externa, e, no enunciado, a referência do pronome "deste" é "texto". Enfim... continuemos

  • E eu reclamando de FCC...

  • COMENTÁRIOS DO PROFESSOR PESSOAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!