SóProvas


ID
2184964
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Resende - RJ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO:

Palavras e ideias

    Há alguns anos, o Dr. Johnson O’Connor, do Laboratório de Engenharia Humana, de Boston, e do Instituto de Tecnologia, de Hoboken, Nova Jersey, submeteu a um teste de vocabulário cem alunos de um curso de formação de dirigentes de empresas industriais (industrial executives), os executivos. Cinco anos mais tarde, verificou que os dez por cento que haviam revelado maior conhecimento ocupavam cargos de direção, ao passo que dos vinte e cinco por cento mais “fracos” nenhum alcançara igual posição.

    Isso não prova, entretanto, que, para vencer na vida, basta ter um bom vocabulário; outras qualidades se fazem, evidentemente, necessárias. Mas parece não restar dúvida de que, dispondo de palavras suficientes e adequadas à expressão do pensamento de maneira clara, fiel e precisa, estamos em melhores condições de assimilar conceitos, de refletir, de escolher, de julgar, do que outros cujo acervo léxico seja insuficiente ou medíocre para a tarefa vital de comunicação.

    Pensamento e expressão são interdependentes, tanto é certo que as palavras são o revestimento das ideias e que, sem elas, é praticamente impossível pensar. Como pensar que “amanhã tenho uma aula às 8 horas”, se não prefiguro mentalmente essa atividade por meio dessas ou de outras palavras equivalentes? Não se pensa in vácuo. A própria clareza das ideias (se é que as temos sem palavras) está intimamente relacionada com clareza e a precisão das expressões que as traduzem. As próprias impressões colhidas em contato com o mundo físico, através da experiência sensível, são tanto mais vivas quanto mais capazes de serem traduzidas em palavras – e sem impressões vivas não haverá expressão eficaz. É um círculo vicioso, sem dúvida: “... nossos hábitos linguísticos afetam e são igualmente afetados pelo nosso comportamento, pelos nossos hábitos físicos e mentais normais, tais como a observação, a percepção, os sentimentos, a emoção, a imaginação”. De que forma que um vocabulário escasso e inadequado, incapaz de veicular impressões e concepções, mina o próprio desenvolvimento mental, tolhe a imaginação e o poder criador, limitando a capacidade de observar, compreender e até mesmo de sentir. “Não se diz nenhuma novidade ao afirmar que as palavras, ao mesmo tempo que veiculam o pensamento, lhe condicionam a formação. Há século e meio, Herder já proclamava que um povo não podia ter uma ideia sem que para ela possuísse uma palavra”, testemunha Paulo Rónai em artigo publicado no Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, e mais tarde transcrito na 2ª edição de Enriqueça seu vocabulário (Rio, Civilização Brasileira, 1965), de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.

    Portanto, quanto mais variado e ativo o vocabulário disponível, tanto mais claro, tanto mais profundo e acurado é o processo mental da reflexão. Reciprocamente, quanto mais escasso e impreciso, tanto mais dependentes estamos do grunhido, do grito ou do gesto, formas rudimentares de comunicação capazes de traduzir apenas expansões instintivas dos primitivos, dos infantes e... dos irracionais.

(GARCIA, Othon Moacir. Comunicação em prosa moderna. 8. Ed. Rio de Janeiro, FGV, 1980. p. 155-6)

O uso da palavra portanto no início do quarto parágrafo indica que:

Alternativas
Comentários
  • Questão muito tranquila.
    Portanto  - está sendo utilizado para concluir a idéia formulada no texto.
  • Conjunções coordenativas conclusivas

    São aquelas que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
  • O Othon Moacir Garcia arrematou o texto com o "não raro" início de parágrafo conclusivo usando "portanto" :-)
  • Comentário apenas das letras “a” e “d”:

    Depois de tantos comentários dizendo que a questão é tranquila fiquei até encabulada de ter errado rsrs. Fiquei confusa com essa questão, sei que a conjunção "portanto" é conclusiva. Mas, de início achei as alternativas a”, “b” e “d” muito parecidas e que todas poderiam ser a resposta.
    Pesquisando, percebi que para responder as alternativas “a” e “d” é necessário saber o que é raciocínio indutivo e dedutivo (sinceramente, não lembrava de ter estudado isso em português):

    ”Letra a) O autor do texto usa o recurso do raciocínio indutivo para chegar a uma conclusão lógica”.
    Raciocínio indutivo:
    a) Possui influências que o leva a chegar a conclusões
    b) Leva a conclusões prováveis
    c) Objetiva ampliar nosso conhecimento

    Raciocínio dedutivo:
    a)Parte de uma lei universal (ex. Einstein é um homem, a terra é um planeta)
    b) Leva a conclusões inquestionáveis
    c) A conclusão apenas explicita ou reformula o que já havia sido dito nas premissas
    d) A conclusão deduzida é sempre logicamente válida.

     Então, a primeira parte da alternativa esta correta (O autor do texto usa o recurso do raciocínio indutivo). Pois, o texto nos leva a conclusões prováveis, não há uma verdade absoluta aqui como o sol é uma estrela ou algo do tipo. O erro da alternativa esta em dizer que essa conclusão é lógica, pois se fosse uma conclusão lógica estaríamos falando de raciocínio dedutivo.


    “Letra d) O texto segue uma linha argumentativa de dedução”:  Tudo que foi dito acima se aplica a essa letra. O texto é indutivo e não dedutivo.

    Pois é, interpretação de texto também esta ligada ao  raciocínio lógico ;)
  • Mel na chupeta.

  • b)O texto se encaminha para uma conclusão.

  • VIDE  Q730777

     

    Em “Muito recomendável, portanto, na atualidade.” a palavra destacada exprime circunstância de:

     

     

    VIDE        Q115179        Q728319

     

    CONCLUSÃO:

                        

    POR CONSEGUINTE,        

    LOGO,        ASSIM

    PORTANTO,       

    ENFIM

    E  =       POR ISSO.    

     ENTÃO

     

     

    Q828445

    Destarte (desse modo)

     

    DICA:

     

    POIS precedido de vírgula e ANTES do verbo   = EXPLICATIVO

     

    POIS entre vírgulas e depois do verbo =   CONCLUSIVO

     

     

     

     

  • olha o comentário da thais melo, "mel na chupeta".  mel no meu pau e vem chupar sua vaca