SóProvas


ID
2193724
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de João Pessoa - PB
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                         Somos um povo fútil?

      “No Brasil, tudo vira moda. Até manifestação de rua.”

      Ouvi essa frase de um motorista de táxi durante os acontecimentos de junho, e achei um exagero. Rebati, dizendo que o povo nas ruas tinha um significado imenso e ira propiciar a mudança de várias leis. Ele me olhou pelo retrovisor e respondeu que era verdade, mas que via muitos jovens, a caminho das manifestações, agindo como se estivessem indo para um bloco de carnaval. “É a onda do momento”, insistiu. “Daqui a pouco passa.”

      Em poucas semanas, as manifestações começaram a esvaziar. Os motivos eram muitos: a ação dos black blocks, as depredações, a violência da polícia, as denúncias de interesses escusos por parte de políticos, milicianos, traficantes. Mas não pude deixar de pensar nas palavras do motorista de táxi.

      Tornei a pensar nelas há algumas semanas, ao voltar de uma viagem de quase um mês à Alemanha. Ao desembarcar no Brasil, fui tomada pela sensação de que somos mesmo um país de modismos. Um povo fútil. Sei que é um clichê essa história de ir à Europa e voltar falando de “um banho de civilização”. Sempre fui contra isso. Mas, desta vez – depois de visitar 11 museus, duas exposições, de ir a um concerto de música clássica e de visitar uma feira gigantesca de livros –, alguma coisa aconteceu comigo.

      Acho que uma das razões dessa sensação foi a leitura, durante a viagem, do livro de Mário Vargas Llosa, “A civilização do espetáculo”. Embora em alguns pontos eu discorde do escritor, o livro me chamou a atenção para a destruição da cultura no mundo moderno, em favor do entretenimento. Esse conceito me deixou pensando no Brasil – nesse país que não lê livros, mas onde quase todo mundo tem celular. Onde se veem, nos bairros pobres, antenas parabólicas sobre casas miseráveis, onde há mais televisores do que geladeiras, e onde, em vez de bibliotecas, temos lan houses. País que parece ter passado, em massa, do analfabetismo funcional para o Facebook – sem escalas.

      (....) Voltei da viagem com essa sensação de que somos mesmo fúteis, superficiais, e me lembrei do motorista de táxi.

                                                (Heloísa Seixas, O Globo, 14 de dezembro de 2013)

“...a ação dos black blocks, as depredações, a violência da polícia, as denúncias de interesses escusos por parte de políticos, milicianos, traficantes”. A autora, ao pontuar a enumeração dos motivos do esvaziamento desse modo, concluía que

Alternativas
Comentários
  • Na minha opinião a "B" e a "E" estariam corretas.

     

    Veja que no texto a vígula foi empregada entre os termos, e não houve o uso da conjunção "e" entre os 2 últimos termos, mas sim da vírgula (assíndeto). Portanto, infere-se que os termos estão enumerados em um rol exemplificativo, e não taxativo. Assim, possível eliminar as alternativas "A" e "C".

     

    Não há indicação de rol preferencial, razão pela qual elimina-se a "D"

  • Os motivos eram muitos: a ação dos black blocks, as depredações, a violência da polícia, as denúncias de interesses escusos por parte de políticos, milicianos, traficantes.

    A autora faz uma enumeração decrescente de motivos (dos mais graves aos menos graves), daí podemos inferir que há outros menos importantes. Na FGV deve-se procurar a alternativa que mais se adequa. 

  • SE NÃO É NECESSÁRIO CITA-LOS, PENSO EU, É PQ SAO MENOS IMPORTANTES. DUVIDA B E E...... :(

  • Qual a diferença da B pra D? nenhuma. Se você não cita os outros motivos, a primeira coisa que vem em mente é que eles não são tão importantes.

    Questão super mal formulada.

  • B, D e E dizem praticamente a mesma coisa.

    FGV é impossível!

  • ESSAS QUESTÕES DA FGV DEIXAM MEU FUD*DO MEU PARCEIRO

  • Ainda sem entender o resultado. Para ser B, deveria ter na frase : etc, ' dentre outros", para que ficasse evidenciado e subentendido que há outros motivos, porem menos importantes. A enumeração , seguida de virgula e ponto final, faz entender como fato único, mesmo que em ordem decrescente de gravidade dos eventos ( o que deixa margem para discussão),e elas se esgotam com o termino da frase: é aquilo e mais nada.

  • Fiquei entre a "b" e a "e" e resolvi da seguinte forma: a autora disse que havia muitos motivos, e a letra "b" afirma que há outros menos importantes.

    A letra "e" afirma que há outros motivos, mas não é necessário citá-los, dando a impressão que todos os motivos têm a mesma importância, ficando a cargo da autora escolhê-los por gosto, e não por influência no esvaziamento.

    Segundo a enumeração dos motivos pela autora, é mais conivente interpretar que há outros motivos menos importantes que não são citados (letra "b") do que motivos de, supostamente, mesma importância que não são citados por ela sem um critério evidente (letra "e").

  • 2 alternativas sempre nas questões, daí você faz o velho cara ou coroa, daí pá, vai e marca..

  • Gabarito: Letra B.

  • RESPOSTA: B

  • vai te fuder FGV!! misera