SóProvas


ID
2208007
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Prefeitura de Jacundá - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                          O PADEIRO

                                                                                                             Rubem Braga 


       Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a "greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.

      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

        - Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”

        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...

        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina − e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.

         Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; "não é ninguém, é o padeiro!" E assobiava pelas escadas.

Disponível em <www.pensador.uol.com.br>. Acesso em 11 Out. 2016

A correta análise sintática da oração “Ele abriu um sorriso largo” revela a presença de

Alternativas
Comentários
  • Ele abriu um sorriso largo” revela a presença de 

    Sujeito/Verbo/OD/ adjunto adnominal de Sorriso

     

    a)um predicado nominal.  (ERRADO)  OBS.  Não tem predicado nominal, somente verbal.

     

    b)um objeto indireto em ‘um sorriso largo’. (ERRADO)  OBS.  Um sorriso largo é Objeto Direto do verbo Abrir, pois o verbo é VTD.

     

    c)um adjunto adverbial em ‘largo’. (ERRADO)  OBS.  Largo é um adjunto adnominal de Sorriso.

     

    d) adjuntos adnominais em ‘um’ e ‘largo’. (CORRETO)

     

    e) de sujeito indeterminado em ‘ele’.  (ERRADO)  OBS.  Não um sujeito indeterminado, pois o sujeito está presente e é ELE, logo tem sujeito.

  • complementando...

     

    Adjunto Adnominal. É entendido como o elemento da oração que sempre acompanha o núcleo do substantivo de uma função sintática (objetos, sujeito, complemento nominal etc.). O adjunto adnominal vem representado por artigos, adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos e numerais.

     

    Abraço

  • PARA IDENTIFICAR SE   ‘um’ e ‘largo’ SÃO ADJUNTOS ADNOMINAS, TRANSPONHA PARA A VOZ PASSIVA O TRECHO.

    CASO O  ‘um’ e ‘largo’ NÃO SE SEPARAREM DO TERMO QUE SE REFEREM, OS MESMOS SERAM ADJUNTOS ADNOMINAIS.

    EX: Ele abriu um sorriso largo

          UM SORRISO LARGO FOI ABERTO POR ELE!!

  • ''largo'' está caracterizando(adjetivo) o substantivo ''sorriso'', logo ''um'' e ''sorriso formam o adjunto adnominal.

  • Os artigos SEMPRE são adjuntos adnominais.


    Sorriso é um substantivo, largo é um adjetivo, porém, o adjetivo está caracterizando o substantivo, ou seja, é um A.A. (adjunto adnominal). Para que você entenda melhor, a mesma situação acontece em: Rede social( Rede=substantivo e Social=adjetivo, ou seja, social é adjunto adnominal)




    Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!!!





  • babaca

  • “Ele abriu um sorriso largo”

    Sujeito Determinado: ele;

    Verbo: Abrir;

    Quem abre abre alguma coisa: VTD.

    Obj. Direto: um sorriso.

    Predicativo do Sujeito (Função de Adjetivo): largo.

    Em análise sintática: Largo tem função de Ad. Adnominal.

    O termo Um seja na ideia de quantidade (numeral), seja na condição de artigo atuam como ad. Adnominal.

  • Uma pequena correção no comentário do Leonardo Miranda: "Largo" é predicativo do objeto (sorriso) e não do sujeito. No mais, o comentário explica perfeitamente.