De acordo com Hall (2003, p. 69),
(...) raça é uma construção política e social. É a categoria discursiva em torno da qual se
organiza um sistema de poder socioeconômico, de exploração e exclusão – ou seja – o
racismo. Todavia, como prática discursiva, o racismo possui uma lógica própria. Tenta
justificar as diferenças sociais e culturais que legitimam a exclusão racial em termos de
distinções genéticas e biológicas, isto é, na natureza
"Hall problematiza as noções essencialistas de raça e afirma que “raça é uma construção discursiva, um conceito classificatório importante na produção da diferença, um significante flutuante, deslizante, que significa diferentes coisas em diferentes épocas e lugares”. 46 Neste texto, Hall enfatiza que raça se assemelha mais a uma linguagem do que à biologia e argumenta que o conceito de raça ganha sentido por ser relacional e não por ser essencial, não podendo ser fixado definitivamente, uma vez que está sujeito a um processo constante de redefinição, “sinalizando coisas diferentes em diferentes culturas, formações históricas e momentos”. Neste sentido, uma contribuição importante do pensamento de Hall para o estudo das identidades negras é desnaturalizar e historicizar o conceito de raça."
Fonte:
STUART HALL E AS QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL: CULTURA, REPRESENTAÇÕES E IDENTIDADES