SóProvas


ID
2265508
Banca
FCM
Órgão
IFF
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 1. Leia-o atentamente, antes de responder a questão.

TEXTO 1

Solidão, uma nova epidemia

Uma em cada três pessoas sente-se sozinha na sociedade da hiperconexão e das redes sociais

JOHN T. CACIOPPO / STEPHANIE CACIOPPO**

    [1º§]Qualquer um pode sofrer com solidão crônica: uma crian- ça de 12 anos que muda de escola; um jovem que, depois de crescer em uma pequena comunidade, sente-se perdido em uma grande cidade; uma executiva que está ocupada demais com sua carreira para manter boas relações com seus familiares e amigos; um idoso que sobreviveu a sua parceira e cuja saúde fraca dificulta fazer visitas. A generalização do sentimento de solidão é surpreendente. Vários estudos internacionais indicam que mais de uma em cada três pessoas, nos países ocidentais, sente-se sozinha habitualmente ou com frequência. [...]

    [2º§]A maioria dessas pessoas talvez não seja solitária por natureza, mas sente-se socialmente isolada, embora esteja rodeada de gente. O sentimento de solidão, no começo, faz com que a pessoa tente estabelecer relações com outras, mas, com o tempo, a solidão pode acabar em reclusão, porque parece uma alternativa melhor que a dor, a rejeição, a traição ou a vergonha. Quando a solidão se torna crônica, as pessoas tendem a se resignar. Podem ter família, amigos ou um grande círculo de seguidores nas redes sociais, mas não se sentem verdadeiramente em sintonia com ninguém.

    [3º§] Uma pessoa que se sente sozinha geralmente está mais angustiada, deprimida e hostil, e tem menos probabilidades de realizar atividades físicas. Como as pessoas solitárias tendem a ter mais relações negativas com os outros, o sentimento pode ser contagioso. Os testes biológicos realizados mostram que a solidão tem várias consequências físicas: elevam-se os níveis de cortisol – o hormônio do estresse –, a resistência à circulação de sangue aumenta e certos aspectos da imunidade diminuem. E os efeitos prejudiciais da solidão não terminam quando se apaga a luz: a solidão é uma doença que não descansa, que aumenta a frequência dos pequenos despertares durante o sono, e faz com que a pessoa acorde esgotada.

    [4º§] O motivo é que, quando o cérebro entende o seu entorno social como algo hostil e pouco seguro, permanece constantemente em alerta. E as respostas do cérebro solitário podem funcionar para a sobrevivência imediata. [...]Quando nossos motores estão constantemente acelerados, deixamos nosso corpo exausto, reduzimos nossa proteção contra os vírus e inflamações e aumentamos o risco e a gravidade de infecções virais e de muitas outras doenças crônicas.

    [5º§]Uma análise recente – de 70 estudos combinados, com mais de três milhões de participantes – demonstra que a solidão aumenta o risco de morte em 26%, aproximadamente o mesmo que a obesidade. O fato de que mais de uma em cada quatro pessoas em países industrializados pode estar vivendo na solidão, com consequências certamente devastadoras para a saúde, deveria nos preocupar.[...]

    [6º§]Com frequência, as pessoas solitárias não estão conscientes de muitas das coisas que estão acontecendo: não percebem. Por exemplo, a hipervigilância é aguçada de forma implícita em busca de ameaças sociais e a capacidade de controlar os impulsos é reduzida. Mas, assim como acontece com a dor física que nos informa de uma possível lesão em nosso corpo, o sentimento de solidão nos indica a necessidade de proteger ou consertar nosso corpo social.

    [7º§]Os familiares e amigos geralmente são os primeiros a detectarem os sintomas de solidão crônica. Quando uma pessoa está triste e irritável, talvez esteja pedindo, em silêncio, que alguém a ajude e se conecte com ela. A paciência, a empatia, o apoio de amigos e familiares, compartilhar bons momentos com eles, tudo isso pode fazer com que seja mais fácil recuperar a confiança e os vínculos e, por fim, reduzir a solidão crônica.

    [8º§]Infelizmente, para muitos, falar com sinceridade sobre a solidão continua sendo difícil, porque é uma condição mal compreendida e estigmatizada. No entanto, dadas sua frequência e suas repercussões na saúde, teria de ser reconhecida como um problema de saúde pública. Deveria receber mais atenção nas escolas, nos sistemas de saúde, nas faculdades de medicina e em asilos para garantir que os professores, os profissionais de saúde, os trabalhadores de creches e de abrigos de terceira idade saibam identificá-la e abordá-la.

    [9º§]As redes sociais podem abrir novas vias para conectar-se com os demais? Depende de como forem utilizadas. Quando as pessoas usam as redes para enriquecer as interações pessoais, isso pode ajudar a diminuir a solidão. Mas, quando servem de substitutas de uma autêntica relação humana, causam o resultado inverso. Imagine um carro. Se uma pessoa o conduz para compartilhar um passeio agradável com seus amigos, certamente se sentirá menos sozinha; se dirige sozinho para cumprimentá-los de longe e ver como os demais estão se divertindo, sua solidão certamente seguirá igual ou até mesmo pior.

    [10º§]Infelizmente, muitas pessoas solitárias tendem a considerar as redes sociais como um refúgio relativamente seguro para se relacionar com os outros. Como é difícil julgar se as outras pessoas são dignas de confiança no ciberespaço, a relação é superficial. Além disso, uma conexão pela internet não substitui uma real. Quando uma criança cai e machuca o joelho, uma mensagem compreensiva ou uma chamada pelo Skype não substitui o abraço de consolo dos seus pais. [...]

**John T. Cacioppo, autor de Loneliness, é professor catedrático de psicologia e dirige o centro de neurociência cognitiva e social na Universidade de Chicago. Stephanie Cacioppo é professora de psiquiatria e neurociência no mesmo local.

Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/06/ciencia/1459949778_182740.html, publicado em 13/04/2016, acesso em 07 out. 2016. Texto adaptado. Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 05/10/2014. Texto Adaptado.

Entre as orações grifadas nas sentenças a seguir, ocorre uma oração subordinada adverbial causal em:

Alternativas
Comentários
  • Conjunções Subordinativas Causais  introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal,são elas: porque, que, como, pois, porquanto, visto que, já que, uma vez que..

     

    Gab: B

  • "Como" no inicio da oração e Causal.....demorei mais para ler o texto, do que resolver a questão.

  • Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal.

     

    São elas: porque, que,  COMO (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.

  • Gab. B

     

     b) Como as pessoas solitárias tendem a ter mais relações negativas com os outros, o sentimento pode ser contagioso.

     

    # o sentimento pode ser mais contagioso, POR CAUSA das relações negativas, que as pessoas solitárias tendem a ter com os outros.

  • Para ajudar quem tem dificuldade com as conjunções: 

    1º Decore-as

    2º Faça a troca pelas correspondentes, se perceber que mantém o sentido então, BINGO!!!

    Dica do mestre Pestana....

     

    Bons Estudos!!!

  • a) Quando as pessoas usam as redes para enriquecer as interações pessoais, isso pode ajudar a diminuir a solidão. (O.S. Adverbial Temporal)

     

     b)Como as pessoas solitárias tendem a ter mais relações negativas com os outros, o sentimento pode ser contagioso. (O.S. Adverbial Causal)

     

     c)Infelizmente, para muitos, falar com sinceridade sobre a solidão continua sendo difícil, porque é uma condição mal compreendida e estigmatizada. (O. C. Explicativa)

     

     d)Vários estudos internacionais indicam que mais de uma em cada três pessoas, nos países ocidentais, sente-se sozinha habitualmente ou com frequência. (O. S. Adverbial proporcional)

     

     e)Quando nossos motores estão constantemente acelerados, deixamos nosso corpo exausto, reduzimos nossa proteção contra os vírus e inflamações e aumentamos o risco e a gravidade de infecções virais e de muitas outras doenças crônicas. (O. S. Adverbial temporal)

  • a)  Quando as pessoas usam as redes para enriquecer as interações pessoais, isso pode ajudar a diminuir a solidão.    (ERRADO)   OBS. PARA dar um sentido de finalidade, basta substituir por A fim de.

     

    b)  Como as pessoas solitárias tendem a ter mais relações negativas com os outros, o sentimento pode ser contagioso.      (CORRETO)  

     

    c)  Infelizmente, para muitos, falar com sinceridade sobre a solidão continua sendo difícil, porque é uma condição mal compreendida e estigmatizada.     (ERRADO)   OBS. Porque dar ideia de explicação.

     

    d)  Vários estudos internacionais indicam que mais de uma em cada três pessoas, nos países ocidentais, sente-se sozinha habitualmente ou com frequência.     (ERRADO)   OBS. Oração subordinada substantiva objetiva direita.

     

    e)  Quando nossos motores estão constantemente acelerados, deixamos nosso corpo exausto, reduzimos nossa proteção contra os vírus e inflamações e aumentamos o risco e a gravidade de infecções virais e de muitas outras doenças crônicas.      (ERRADO)   OBS. Quando dar ideia de tempo.

  • Marcelo Goncalves, idem. 

     

  • Comentário mais correto é do Platão Πλάτων...

     

    Fica a dica

  • só para complementar os comentários dos colegas: o Como é um "marcador" de oração s adv causal, se estiver na oração anteposta à principal.

  • Causais: indicam a causa da ocorrência da oração principal.

    como (= porque, no início do período)

  • Para descobrir se o "como" é um nexo causal, ele deve estar no início da frase e poder ser substituído pelo principal nexo causal que é o "já que".

  • Semanticamente, é impossível distinguir as coordenadas explicativas das subordinadas adverbiais causais.

    Sintaticamente, o trabalho não fica mais fácil, já que as conjunções subordinativas adverbiais de causa são praticamente as mesmas conjunções coordenativas explicativas.

    Só o que pode ajudar nessa hora são essas "regrinhas" que se convencionaram para a distinção, como a do "como" no início da oração.

    Uma outra dica é a de que as subordinadas adverbiais causais, por serem subordinadas, sempre ocorrerão entre orações, e as coordenadas explicativas, por serem coordenadas, podem ocorrer também entre termos da mesma oração.

    Para sentir o drama dessa distinção, indico a leitura do seguinte artigo:

    http://www.clunl.edu.pt/resources/docs/grupos/gramatica/cadernos/explica_jorgepaulo.pdf

  • Causal:

    - Já que

    - Como

    - Uma vez que

    - Pois

    Troque COMO por qualquer um desses termos e verá que continuará com o mesmo sentido.

  • LETRA B

     

    A) Finais: para que, a fim de que, que (= para que), porque (= para que)

     

    B) Causais: porque, pois, que, como (quando a oração adverbial estiver antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medida em que, que, etc

     

    C) Explicativas: porque, pois(anteposto ao verbo), porquanto, que.

     

    D) Vários estudos internacionais indicam ISSO (Conjunção integrante) ( oração subordinada substantiva objetiva direta)

     

    E) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que.

  • Causais

    Como, uma vez que, porque, visto que, já que, sendo que, porquanto

    #PartiuPosse!