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ID
2269657
Banca
FGV
Órgão
PC-MA
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto

As causas da violência urbana

    Se a violência é urbana, pode-se concluir que uma de suas causas é o próprio espaço urbano? Os especialistas na questão afirmam que sim: nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou pequenas, nas quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais facilmente. São os chamados espaços segregados, áreas urbanas em que a infraestrutura urbana de equipamentos e serviços (saneamento básico, sistema viário, energia elétrica e iluminação pública, transporte, lazer, equipamentos culturais, segurança pública e acesso à justiça) é precária ou insuficiente, e há baixa oferta de postos de trabalho.

    Esse e os demais fatores apontados pelos especialistas não são exclusivos do Brasil, mas ocorrem em toda a América Latina, em intensidades diferentes. Não é a pobreza que causa a violência. Se assim fosse, áreas extremamente pobres do Nordeste não apresentariam, como apresentam, índices de violência muito menores do que aqueles verificados em áreas como São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes cidades. E o país estaria completamente desestruturado, caso toda a população de baixa renda ou que está abaixo da linha de pobreza começasse a cometer crimes.

    Outros dois fatores para o crescimento do crime são a impessoalidade das relações nas grandes metrópoles e a desestruturação familiar. Esta última é causa e também efeito. É causa porque sem laços familiares fortes, a probabilidade de uma criança vir a cometer um crime na adolescência é maior. Mas a desestruturação de sua família pode ter sido iniciada pelo assassinato do pai ou da mãe, ou de ambos.

    No entanto, alguns especialistas afirmam que essa causa deve ser vista com cautela. Desestrutura familiar, por exemplo, não quer dizer, necessariamente, ausência de pai ou de mãe; ou modelo familiar alternativo. A desestrutura tem a ver com as condições mínimas de afeto e convivência dentro da família, o que pode ocorrer em qualquer modelo familiar.

    Também não é o desemprego. Mas o desemprego de ingresso – quando o jovem procura o primeiro emprego, objetivando sua inserção no mercado formal de trabalho, e não obtém sucesso – tem relação direta com o aumento da violência, porque torna o jovem mais vulnerável ao ingresso na criminalidade. Na verdade, o desemprego, ou o subemprego, mexe com a auto-estima do jovem e o faz pensar em outras formas de conseguir espaço na sociedade, de ser, enfim, reconhecido.

    Sem conseguir entrar no mercado de trabalho, recebendo um estímulo forte para o consumo, sem modelos próximos que se contraponham ao que o crime organizado oferece (o apoio, o sentimento de pertencer a um grupo, o poder que uma arma representa, o prestígio) um indivíduo em formação torna-se mais vulnerável.

    O crescimento do tráfico de drogas, por si só, é também fator relevante no aumento de crimes violentos. As taxas de homicídio, por exemplo, são elevadas pelos “acertos de conta”, chacinas e outras disputas entre traficantes rivais.

    E, ainda, outro fator que infla o número de homicídios no Brasil é a disseminação das armas de fogo, principalmente das armas leves. Discussões banais, como brigas familiares, de bar e de trânsito, terminam em assassinato porque há uma arma de fogo envolvida.

(Luís Antonio Francisco de Souza – sociólogo)

“Se a violência é urbana, (1) pode-se concluir que uma de suas causas é o próprio espaço urbano? Os especialistas na questão afirmam que sim: (2) nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou pequenas, nas quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais facilmente. São os chamados espaços segregados, (3) áreas urbanas em que a infra-estrutura urbana de equipamentos e serviços (saneamento básico, (4) sistema viário, energia elétrica e iluminação pública, transporte, lazer, equipamentos culturais, segurança pública e acesso à justiça) é precária ou insuficiente, (5) e há baixa oferta de postos de trabalho.”

Nesse primeiro parágrafo do texto foram assinalados com números entre parênteses, ocorrências anteriores de pontuação. Assinale a alternativa cuja justificativa de pontuação é equivocada.

Alternativas
Comentários
  • Item A

    Oração Subordinada adverbial condicional

  • Resposta correta: letra "e"

     

  • Letra E.

     

    ...a infra-estrutura urbana de equipamentos e serviços (...) é precária ou insuficiente, e há baixa oferta de postos de trabalho.

     

    Marca "sujeitos" diferentes:

    O primeiro sujeito "infra-estrutura urbana de equipamentos e serviços";

    já o segundo é um sujeito inexistente, não é de fato um sujeito, pois há um verbo impessoal "" com sentindo de existir.

  • A vírgula 5 forma par com a vírgula 3, isolando o aposto. Acontece que tem um parênteses dentro dele para confundir. Vamos tirar o parênteses.

    São os chamados espaços segregados, (3) áreas urbanas em que a infra-estrutura urbana de equipamentos e serviços é precária ou insuficiente, (5) e há baixa oferta de postos de trabalho.”

  • Gabarito E

    (5) virgula facultativa;

  • A vírgula (5) tá marcando o final do aposto

  • (5) A pontuação deste caso indica o aposto da 3.

  • LETRA E

    A vírgula (5) está marcando o final do aposto que iniciou em (3) "áreas urbanas...".

  • Para mim, parece um sujeito deslocado. O que são chamados de espaços segregados?

    (3) Áreas urbanas em que a infra-estrutura urbana de equipamentos e serviços é precária ou insuficiente, (5) e há baixa oferta de postos de trabalho são os chamados espaços segregados.

    a parte em negrito me parece mais sujeito do que aposto.

    o que acham?

  • Eu acertei, mas por que o (4) não marca uma enumeração????

  • O comando da questão pede a alternativa cuja justificativa de pontuação é equivocada.

    A grande maioria dos comentário estão sendo feitos tentando justificar a alternativa "E" como a justificativa correta.

    O gabarito foi "E", por a virgua está justificada de forma EQUIVOCADA!

    Ou seja! Todas estão corretas, menos a "E".

    CUIDADO!!