SóProvas


ID
2280589
Banca
IF-ES
Órgão
IF-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A próxima questão,terão como base os dois textos seguintes. Leia-os:

Texto 1:

                                    ESSES TEXTOS

O texto primeiro existe

só, como ponto.

Se transforma depois em linha

com sua própria força 

de deslocação,

sua velocidade própria.


Depois,

o leitor institui

outra linha, lendo.

O leitor constitui

um feixe de linhas cruzadas

organizando os textos.


No percurso do texto

e no trânsito da leitura,

as linhas se chocam,

se repudiam, se perdem,

correm pararelas

e podem se amar.

Depois, saber fazer

retorná-las a ponto.


(Mas o importante é o leitor. Você.)


É preciso ter calma.

Saber ir abotoando

os elementos vários

à espera do clique de colchete.

Quando dois ou mais

se engatam,

fecha-se um sentido

único e exclusivo.

Mas que você pode emprestar

a alguém,

desde que o diga

(Não tenha medo da alta-velocidade.

Não tenha receio de dar marcha à ré.)


É preciso ter pressa.

Saber ir desabotoando

os colchetes de sentido

como quem quer tirar

camisa usada e suada

de dia de trabalho.

Cada camisa,

depois de surrada,

é fonte

de novo esforço.

Ou então vira

camisa-de-força.


É preciso saber vestir

o texto,

como tatuagem na própria

pele.


É preciso saber tatuar

o texto,

como sulcos feitos

na bruta realidade.


O duplo estilete

do texto e da leitura,

do autor e do leitor.


A dupla tatuagem

contra o próprio corpo

e a realidade bruta.


A tatuagem que se imprime

para poder forçar

a barra.

A tatuagem que o corpo,

depois de violado

tatua. Violentando.

(SANTIAGO, Silviano, Crescendo durante a guerra numa província ultramarina. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978.)


Texto 2:

                LEITURA NAS DIVERSAS DISCIPLINAS

                                   Heloisa Amaral

O ensino, na escola, não existe sem a leitura. Ou é leitura direta pelo aluno, ou explicações do professor sobre textos que ele, o professor, leu. Ou seja, a linguagem falada pelo professor é uma didatização do conhecimento acumulado pela escrita (em letras ou números e sinais) na disciplina que ele leciona. Quando a fala é uma transposição de leituras, ela não é uma fala similar a uma conversa casual, como as que usamos no cotidiano. Ao contrário, está carregada de conceitos e de relações complexas entre os conceitos provenientes de estudos sobre os diferentes conhecimentos, seja qual for a matéria que esteja sendo ensinada. E em geral é preciso acrescentar, para complementar as aulas expositivas ou dialogadas feitas pelos professores, textos (didáticos ou não) relacionados às disciplinas ministradas.

Assim, o que se tem como prática constante em todas as disciplinas escolares é a leitura de textos. Antes ou depois da aula expositiva, leituras. Leitura de textos escritos, de imagens, de gráficos, mas leitura. Isso significa que sem desenvolver capacidades de leitura o aluno não consegue aprender as disciplinas escolares na dimensão proposta pelos conteúdos programáticos. Significa, também, que os professores das diversas disciplinas precisam ensinar o aluno a ler os gêneros próprios de suas matérias, uma vez que eles são gêneros textuais produzidos de forma particular em cada área de conhecimento. Ler literatura, por exemplo, não é o mesmo que ler enunciados de problemas; ler textos de história não é o mesmo que ler gráficos em geografia. O aluno não lê textos de cada uma das disciplinas com facilidade sem ter compreendido os conceitos e as relações entre eles, do modo particular como são abordados nelas. Seja qual for a disciplina, a leitura se dá de forma particular, e exige conhecimentos específicos para ser bem-sucedida.

Então, ler é uma competência indispensável para a aprendizagem em cada uma das áreas, uma competência que precisa ser ensinada pelos professores de cada uma delas. Mas, o que é necessário para que os alunos leiam verdadeiramente em qualquer disciplina, compreendendo o que leem? A compreensão dos textos de diferentes gêneros está relacionada a dois aspectos: primeiramente, à natureza dos próprios textos e, em segundo lugar, às capacidades de leitura desenvolvidas pelo leitor.

Em primeiro lugar, não há como ler textos, gráficos ou imagens, sem ter compreendido bem a natureza dos gêneros textuais das diferentes áreas de conhecimento, ou seja, a situação particular em que textos, gráficos ou imagens foram produzidos. A situação de produção de um texto é sempre histórica, isto é, está ligada ao momento histórico atual e, ao mesmo tempo, faz referências a um conhecimento produzido em um dado momento da história da humanidade. Em matemática, por exemplo, o professor pode ensinar a situação de produção de um gênero textual matemático trabalhando com o nascimento de conceitos a eles relacionados, registrados na história da matemática.

Em segundo lugar, não há leitores que leiam bem sem ter suas capacidades de leitura, necessárias para ler qualquer gênero de texto, bem desenvolvidas. As capacidades de leitura, portanto, podem e devem ser desenvolvidas em qualquer disciplina escolar. (...)

Publicado originalmente no site da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro

(Disponível em: https://dialogosassessoria.wordpress.com/2014/09/11/leitura-nas-diversas-disciplinas/)

Observe os destaques, nas frases retiradas de ambos os textos, e escolha a opção que apresenta uma explicação CORRETA quanto à sintaxe:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D 

     

    "Significa, também,.que os professores das diversas disciplinas precisam ensinar o aluno a ler os gêneros próprios de suas matérias.." 

    Na oração em negrito, o que tem função de conjunção integrante, logo pode ser substituído pela palavra ISSO.

    ..

     

    Caracterizando assim uma Oração Subordinada Substantiva

  • Gab. D

     

     a)  “Saber ir abotoando os elementos vários à espera do clique de colchete.”

    (O termo destacado não é o sujeito da oração.) - ERRADO

    # Quem esta á espera do clique de colchete? os elementos vários. = sujeito

     

     b) “... a linguagem falada pelo professor é uma didatização do conhecimento acumulado pela escrita (em letras ou números e sinais) na disciplina que ele leciona.”

    (O destaque é uma oração substantiva.) - ERRADO

    # "...que ele leciona." = a qual ele leciona = oração adjetiva.

     

     

     c)“Quando dois ou mais se engatam, fecha-se um sentido único e exclusivo.”

    (Adjunto adverbial, como parte do período simples.) - ERRADO

     # acredito que o período seja composto, pois fala de mais de um sujeito.

     

    d) “Significa, também, que os professores das diversas disciplinas precisam ensinar o aluno a ler os gêneros próprios de suas matérias, uma vez que eles são gêneros textuais produzidos de forma particular em cada área de conhecimento.”

    (O conectivo “que” inicia uma oração subordinada substantiva.) CORRETO

    # Explicação pelo colega PF PRF

     

    e) “Cada camisa, depois de surrada, é fonte de novo esforço. Ou então vira camisa-de-força.”

    (Oração adjetiva, por estar ligada ao substantivo “camisa”.)

    # não vi contexto para oração adjetiva. Quem puder explicar melhor... agradecemos.

  • Letra E. Adjunto Adverbial 

  • Alguém pode ajudar, explicando por que a "e" estaria errada? PS: acertei porque a "d" estava muito na cara. Rsrs 

  • Claudinei, o trecho destacado na letra E não possui verbo. Portanto, não há que se falar em oração.

  • a)   “Saber ir abotoando os elementos vários à espera do clique de colchete.”  (O termo destacado não é o sujeito da oração.)

    (ERRADO)  OBS. Saber ir abotoando ISSO, logo é o sujeito da oração.

     

    b)   “... a linguagem falada pelo professor é uma didatização do conhecimento acumulado pela escrita  (em letras ou números e sinais) na disciplina que ele leciona.”  (O destaque é uma oração substantiva.)  (ERRADO)  OBS. Nesse caso o "QUE" e pronome realtivo, logo não tratamos de oração substantiva.

     

    c)  “Quando dois ou mais se engatam, fecha-se um sentido único e exclusivo.” (Adjunto adverbial, como parte do período simples.) (ERRADO)  OBS. Quando dois ou mais se ENGATAM, logo é uma oração adverbial e período simples, pois só tem um verbo.

     

    d)  “Significa, também, que os professores das diversas disciplinas precisam ensinar o aluno a ler os gêneros próprios de suas matérias, uma vez que eles são gêneros textuais produzidos de forma particular em cada área de conhecimento.”   (O conectivo “que” inicia uma oração subordinada substantiva.)

    (ERRADO)  OBS. Significa, também, ISSO> será o sujeito oracional, ou seja, Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
     

    e)  “Cada camisa, depois de surrada, é fonte de novo esforço. Ou então vira camisa-de-força.”  (Oração adjetiva, por estar ligada ao substantivo “camisa”.)

    (ERRADO)  OBS.  Para ser uma oração adjetiva, mas adjunto adverbial.

  • d) “Significa, também, que os professores das diversas disciplinas precisam ensinar o aluno a ler os gêneros próprios de suas matérias, uma vez que eles são gêneros textuais produzidos de forma particular em cada área de conhecimento.” (O conectivo “que” inicia uma oração subordinada substantiva.)

  • Platão, ô Platão; assim não! 

    Leia os comentários meu irmão. (brincadeira kkk)

     

  • D) “Significa, também, que os professores das diversas disciplinas precisam ensinar o aluno a ler os gêneros próprios de suas matérias, uma vez que eles são gêneros textuais produzidos de forma particular em cada área de conhecimento.”

    (= “Significa, também isso.”)

     

    PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
    Orações Subordinadas Substantivas

     

    São introduzidas por conjunções subordinativas integrantes (geralmente ‘QUE’ e ‘SE’).


    QUE / SE                                                                                                                                                                                                         Diferente de o qual (e flexões)                                                                                                                                                                           Igual a (isso /esse(a)(s)


    Ex.1: Necessito de que me ajudem.
    (= Necessito disso)


    Ex.2: Perguntou se tudo estava bem.
    (= Perguntou isso)

     

    Fonte: Curso EVP (Professor Marcelo Bernardo)

     

  • Percebi que a D estava correta, mas quanto a alternativa A, fiquei em dúvida pois antes de "os elementos vários", também há verbo, e a parte destacada não é sujeito de abotoando, mas sim de espera, posso ter me enganado quanto à análise da alternativa A, mas tive dificuldade para responder porque há mais de um verbo na frase e a pergunta não disse a qual verbo "os elementos vários" deveria ser analisado, ao meu ver isso faz diferença na resposta. 

  • Polly, espera faz parte de uma locução prepositiva à espera de. Naquele contexto, não é um verbo.

  • Acerca da alternativa a, o termo destacado realmente NÃO É SUJEITO, mas sim OBJETO DIRETO. Eu mostrei essa questão ao professor Fernando Pestana, no seu grupo de estudo no Facebook, e ele disse "Certo, não é sujeito. É objeto direto".

     

  • Essa questão deve ser anulada pois a alternativa A possui um explicação correta, ou seja,"Os elementos vários" não é sujeito da oração 

  • A letra "A" realmente não sabia se estava correta ou errada. Mas segue uma dica, tendo certeza da letra "D" (substituindo por "isso" - oração substantiva), não há o que pensar sobre a letra "A". Não perca tempo querendo questionar o sexo dos anjos, time is money.

  • Matei a questão por saber a D e saber que a oração subordinada substantiva subjetiva começa com verbo, portanto, o termo destacado é o sujeito da oração.

  • Na vida aprendemos com a prática. Então, vamos praticar !

     

    PEDIRAM  =   ISSO. QUEM PEDE, PEDE ALGUMA COISA

     

                                          MACETE DA  OBJETIVA DIRETA

     

    Q812617

     

    “Não vale indagar SE a nossa avó chegou aqui de caravela ou de navio negreiro”.

    Temos duas orações aqui:


    1ª) Não vale indagar - oração principal

    2ª) se a nossa avó chegou aqui de caravela ou de navio negreiro. - oração subordinada

     

    O termo SE é uma conjunção. Conjunções não exercem funções sintáticas. No trecho ele vai apenas integrar uma oração a outra, ou seja, é uma Conjunção Integrante.

     

    Vamos substituir a 2ª oração pelo termo "ISSO" para que a análise sintática seja mais fácil:

    Não vale indagar ISSO

    Não vale indagar (o quê?): isso.

    "Indagar" é VTD, logo, "ISSO" é OD

     

    Se o termo "ISSO" é OD e substituiu a segunda oração, logo a segunda oração será um OD também.

    Mas como ela será um OD se ela é uma oração (verbo)? Esse é o caso de um OBJETO DIRETO ORACIONAL.

    No caso, ela é uma ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA.

     

     

    Q785561              E um dia descobrem ISSO /que as brilhantes contas de vidro são só isto: contas de vidro.”  >>> Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.

     

    a)   Nunca duvidei de suas palavras.

     

    Oração subordinada Objetiva indireta=> Possui Verbo Transitivo Indireto/ OI

     

    b) Ainda não verifiquei os relatórios que foram entregues ontem

    Oração Adjetiva Restritiva=> 1º Não vem entre vírgulas, 2º restringe um determinado grupo. Neste caso, os relatórios que foram entregues ( um dos, alguns dos)

    Obs.: As Orações Adj. Explicativas vêm entre vírgulas e referem-se a um conjunto ou uma generalização.

     

    c) O professor permitiu   ISSO que vários alunos fizessem nova avaliação.

    Oração subordinada Substantiva Objetiva Direta=> Possui Verbo Transitivo Direto, a segunda oração exerce o papel de Objeto Direto      

     

    d) Minha sensação era de que os alunos haviam compreendido todo o exposto.

    Oração Subordinada Completiva Nominal=>      NOME    +  PREPOSIÇÃO

     

     

     

     

    Q768166

    "[...] pensei que as consequências seriam bem piores!"   OBS. Pensei ISSO, logo  Oração subordinada substantiva.

                           Oração Subordinada substantiva Objetiva Direta.

     

    ATENÇÃO: 

     

     O QUAL = ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA

     

    ISSO = ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA 

     

  • “Cada camisa, depois de surrada, é fonte de novo esforço. Ou então vira camisa-de-força.”

    (Oração adjetiva, por estar ligada ao substantivo “camisa”.)


    Oração subordinada adverbial condicional. a condição para a camisa ser fonte de novo esforço é que ela seja surrada.




    #pas